Cinema Uma id?ia na cabe?a e uma c?mera na m?o


Djenane Pimentel
17/09/04

Veja as dicas dos cineastas Rog?rio Terra e Adriano Medeiros para come?ar a carreira. Saiba tamb?m onde estudar Cinema em Juiz de Fora e em outras cidades do pa?s


Leia! Leia!

Ser cineasta no Brasil n?o ? pra qualquer um. Isso porque, somente de uns tempos para c? ? que pode-se afirmar com orgulho que o pa?s est?, realmente, fazendo cinema. Filmes como O Quatrilho, Central do Brasil, Bicho de Sete Cabe?as, Cidade de Deus, Carandiru, Lisbela e o Prisioneiro, Abril Despeda?ado, Olga, levaram at? os mais pessimistas a se sentarem na cadeirinha dura e assistir, sem muita f?, o que seria depois aplaudido e comentado por dias.

Chega de pornografia! Hist?rias interessantes, legais, engra?adas, dram?ticas est?o sendo exibidas, mas, admitimos: demorou-se para conseguir a f?rmula.

Quero ser cineasta!

Se os seus olhinhos brilham quando o assunto ? cinema, prepare-se. H? um longo caminho pela frente. Porque ser cineasta neste pa?s exije uma s?rie de caracter?sticas e qualidades especiais.
No Brasil, n?o h? glamour algum na profiss?o. Voc? n?o vai ficar muito famoso, como o Spielberg - pois poucos guardam o nome do diretor -, muito menos rico como ele.

Al?m disso, n?o ? preciso s? criatividade e for?a de vontade para chegar l?. Muitas pessoas possuem essas caracter?sticas.
Voc? precisa saber que aqui, o cineasta dificilmente consegue viver s? de seu trabalho. Fazer cinema, no Brasil, exige deste bravo profissional uma boa dose de loucura e muito QI (isso mesmo: Quem Indique).

Mas n?o ? preciso desanimar. As coisas est?o melhorando. As faculdades se aperfei?oando, as salas de cinema est?o exibindo mais filmes brasileiros, as filas est?o enormes e os ingressos, se esgotando rapidamente.

Olga j? ? um sucesso, imagine. E vai dizer que, antes do filme, voc? sabia quem era Olga...

Novas possibilidades

Segundo o cineasta juizforano, Rog?rio Terra J?nior, n?o se pode entender o cinema, hoje, como um ve?culo restrito ?s grandes produ?es. "O cinema est? tamb?m muito ligado a outras m?dias, como a TV, a internet e ao v?deo", afirma.
Isso que dizer que o cineasta pode, mas n?o deve sonhar somente com filmes na telona. O profissional tem muito mais possibilidade de realiza??o e trabalhos, hoje, pois o formato do cinema est? sendo aplicado em comerciais, mat?rias de telejornais, videoclips, v?deos institucionais e acad?micos, CD-room, anima??o em 3D e trabalhos audio-visuais na internet.

Rog?rio Terra Jr. Desde os 13 anos com uma "id?ia na cabe?a e uma c?mera na m?o", Rog?rio diz que o principal, para ser um cineasta, ? ter o desejo de cria??o muito aflorado, a paix?o pela arte e a vontade de expressar seus sentimentos. "Esse impulso de realizar ? fundamental. Nada vai se concretizar se a pessoa n?o tiver isso", diz.

Hoje, depois de alguns pr?mios e reconhecimento no meio, Rog?rio d? aulas de cinema na Universo, em JF, mas diz que ainda falta uma coisa para sua realiza??o total na profiss?o: um longa-metragem - o sonho de qualquer cineasta. "? uma experi?ncia que quero ter e estou buscando condi?es para realiz?-la, mas ainda est? relativamente distante", confessa.

Cinema ? emo??o

Todo mundo adora ver os atores nos filmes, e h? ainda os que colecionam p?steres, aut?grafos, revistas, mas, a maioria n?o percebe que aquilo tudo n?o seria poss?vel sem o diretor. Sem a hist?ria inicial, que ? o que faz o filme acontecer.
O cineasta nos traz a emo??o de seus argumentos, consegue nos levar ?s l?grimas, mexe com nossos sentimentos, contando hist?rias que muitas vezes gostar?amos de viver.

Segundo o jornalista e professor de cinema e v?deo, Adriano Medeiros, o cinema ? sua vida. Com 11 anos, iniciou o processo de descobrimento do meio. "Tinha vontade de registrar pessoas, viagens, lugares bonitos que via", afirma.
Em todo este tempo, tem enfrentado alguns obst?culos, entre eles a falta de dinheiro e os coment?rios pessimistas e desagrad?veis de certas pessoas. Mas isso s? foi uma pedra no meio do caminho: Adriano n?o desistiu. "Fui chamado de louco e inconseq?ente, mas a cr?tica me fez correr mais atr?s".

Adriano
Medeiros Procurava ler o m?ximo poss?vel de livros sobre cinema, em bibliotecas municipais; reunia grupos de amigos para escreverem boas hist?rias juntos; montou jornalzinho de escola; participou de grupos de teatro; tudo que fosse ligado ? arte era de seu interesse.

O sonho de fazer cinema na Universidade Federal Fluminese (UFF) foi deixado de lado devido ?s condi?es financeiras. Foi fazer jornalismo na Faculdade de Comunica??o da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Adriano tamb?m trabalhava meio per?odo para pagar as contas e tentar juntar grana e, nesses intervalos, costumava realizar v?deos de fic??o e participar de algumas produ?es cinematogr?ficas da cidade, com companheiros como Rog?rio Terra J?nior, Jos? Sette, Marcos Pimentel, Alexei Divino, Alexis Parrot e Franco Gr?ia. "Tamb?m trabalhei como cinegrafista e editor de uma boa produtora da cidade", conta.

O filme Consci?ncia do Passado veio durante a faculdade, o que ele considera um trabalho bastante interessante. "Muita gente envolvida, tema pol?mico e outro desafio: dirigir um grande grupo de crian?as e idosos, que requeria cuidados especiais". Hoje, como professor em duas faculdades - Faminas (Muria?) e UFV (Vi?osa), confessa estar adorando dar aulas de cinema e TV. Junto com os alunos, est? desenvolvendo roteiros que ser?o transformados em v?deos, trabalhos em escolas p?blicas da periferia, document?rios e at? telejornal. "Me realizo atrav?s dos projetos de meus alunos", finaliza.


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