Artigo Dor cr?nica |
Ela come?a no bra?o, pega o pesco?o, toma conta das costas, rouba o sono e a disposi??o. S?o milhares de pessoas que sofrem de dores cr?nicas de dif?cil diagn?stico e rebeldes aos m?todos tradicionais de tratamento. Um n?mero crescente ainda, em propor??o aos atuais e nocivos h?bitos de vida, como as altera?es posturais, estresse, inatividade f?sica, obesidade, fumo, al?m de outras condi?es, a saber: altera?es hormonais, pr?-disposi?es gen?ticas, diabetes, doen?as inflamat?rias e traumas.
E a dor aparece, num eterno vai e volta. Nas crises agudas, os queixosos tentam obter al?vio em unidades de emerg?ncia. No dia-a-dia exageram na auto medica??o e peregrinam em consult?rios m?dicos. Suas queixas constantes podem at? transformar essas v?timas em pessoas chatas, para quem as rodeia. Mas o fato ? que a doen?a ? real e cada vez mais estudada por profissionais. Historicamente, sempre coube ? Neurologia explicar quest?es relacionadas ? dor. Mas as interven?es no SNC (sistema nervoso central), onde a dor pode se originar, nem sempre s?o poss?veis.
Rem?dios tampouco eram eficazes e a neuropsiquiatria n?o conseguia abranger todos os aspectos que envolviam as manifesta?es dolorosas. Ent?o, foi verificada no tratamento a preocupa??o com o comportamento f?sico e ps?quico do paciente e de sua necessidade de modificar sua rela??o com o ambiente.
A reabilita??o do doente passou a considerar uma s?rie de outros fatores que podem interferir no processo da dor. Da? a import?ncia de um diagn?stico preciso e precoce. O m?dico precisa ?ouvir? e n?o apenas escutar as queixas, uma anamnese bem realizada do doente e de sua dor, sempre considerando a vis?o biopsicosocial onde a vis?o da queixa ? global e s?o contemplados os aspectos f?sico, ps?quico e o relacionamento sociedade-fam?llia.
A partir desta anamnese criteriosa e detalhada, realizada pelo m?dico depois de exames complementares vem a hora do diagn?stico. Por ser cr?nica, por ser dor, o diagn?stico pesa muito ao paciente. ? necess?rio tato e objetividade ao passar este diagn?stico e apresentar as alternativas de tratamento que, aliadas a algumas mudan?as e h?bitos de vida, certamente ir?o controlar esta dor e garantir uma melhor qualidade de vida.
A cefal?ia, seguida pelas dores na coluna, ? a maior causa de procura ao servi?o m?dico. Estima-se que de 50% a 80% da popula??o em idade adulta apresenta lombalgia em alguma ?poca de sua vida. Pesquisas indicam um n?mero significativo de afastamento de pessoas produtivas do trabalho, em conseq??ncia da dor. Por ser dado crescente, a dor cr?nica precisa ser muito bem definida, inicialmente, pela sua distin??o da dor aguda, uma vez que o manuseio correto destes dois grupos ? inteiramente diverso. Tamb?m ? importante para o m?dico, distinguir dor e sofrimento. A esfera efetiva e emocional dos pacientes influi na sua rela??o com a dor, na forma de ganhos secund?rios, cristalizando a patologia e dificultando a recupera??o.
Por isso e sempre, a dor cr?nica pode e deve ser tratada e entendida em um contexto de equipe multidisciplinar, que oferece tratamentos alternativos que, combinados e seguidos, garantem boa reabilita??o do paciente e garantia de qualidade de vida.
Do que mais sofrem os brasileiros
As dores lombares, na regi?o inferior da coluna, s?o as que mais castigam os brasileiros e representam a principal causa de afastamento do trabalho de pessoas com menos de 45 anos. A Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor mostra o ranking das dores mais comuns da popula??o:
campe?es da dor | popula??o afetada |
costas | 40% |
muscular | 20 % |
causada por c?ncer | 10% |
causada por diabetes e herpes | 3% |
Como evitar o sofrimento Se voc? n?o quer acordar amanh? com algum tipo de dor no corpo, comece hoje mesmo a adotar h?bitos simples em seu dia-a-dia.
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Sandra Fortuna
? neurologista
e neuropediatra da cl?nica Psicomed
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