Artigo |
01/04/2002
"A fam?lia ? uma institui??o falida." Ouvir tal frase ? algo corriqueiro atualmente, principalmente, porque as estat?sticas v?m refor?ar este chav?o. Pesquisas informam que o n?mero de div?rcios realizados no Brasil, anualmente, ? vultoso. A partir desses dados, ent?o, faz-se necess?ria uma organiza??o familiar diferente daquela sustentada at? algum tempo atr?s no sentido de mudar esse quadro e diminuir o stress e o sofrimento decorrentes do processo de separa??o e dos desentendimentos relacionais.A estrutura pai, m?e e filhos, a chamada fam?lia nuclear, hoje ? acrescentada por figuras como: namorada do pai ou da m?e, namorado da m?e ou do pai e filhos dos pais frutos de outros relacionamentos. Em meio a estas novidades, a conviv?ncia harmoniosa dessas pessoas nem sempre ? poss?vel, vindo a culminar no desgaste emocional das partes e no preju?zo significativo no desenvolvimento dos filhos.
Que considera?es poderiam ser feitas a respeito de tais mudan?as?
Alguns autores, interessados nesse tema, enfatizam que as transforma?es da fam?lia se devem, entre outros fatores, ? renova??o do papel e do comportamento da mulher no decorrer dos anos. A emancipa??o feminina acontece a olhos vistos e a conhecida m?sica que dizia "Am?lia ? que era mulher de verdade...", usada para enfatizar as caracter?sticas da boa esposa, a cada dia fica mais inadequada para ilustrar o cotidiano do ex?rcito de mulheres que invade o mercado de trabalho, sustenta a casa e movimenta a economia do pa?s.
A mudan?a estrutural nas rela?es - at? ent?o bem solidificadas dos pap?is feminino (aquela que fica em casa cuidando do marido e dos filhos) e masculino (provedor financeiro e autoridade m?xima da casa) - no casamento ainda n?o se efetivou plenamente, nem redefiniu seu lugar com a devida propriedade.
A g?nese da varia??o ? feminina. Ela renuncia ? atividade dom?stica em tempo integral lan?ando-se no mercado de trabalho em nome de sua independ?ncia financeira. O homem, surpreendido por essa novidade, nem sempre fica satisfeito, pois al?m de perder seu posto de "provedor-mor", tamb?m se depara com as tarefas de casa por fazer, ou feitas com menos efic?cia que antes, devido ? diminui??o do tempo da mulher. A partir disso ? dif?cil identificar o tipo de sistema reinante no lar: patriarcado, matriarcado, ou nenhum dos dois? As refer?ncias s?o perdidas e um modelo novo torna-se dif?cil de ser criado. A solu??o mais pr?xima e mais f?cil que a maioria tem encontrado para aliviar o desconforto ? a separa??o.
Fatalmente, sabe-se que numa situa??o dessa os maiores prejudicados sempre s?o os filhos. Em fase de desenvolvimento da personalidade em que precisam de uma refer?ncia solidificada para se constitu?rem como pessoas saud?veis, vivem justamente em face da falta dela. Sendo assim n?o ? raro encontrar menores toxic?manos, agressivos, emocionalmente perturbados ou mesmo doentes. Buscam, desesperadamente, algo a que se apegar em meio ? dilui??o de suas fam?lias, seja seguindo o caminho das drogas, da viol?ncia ou do grupo a que pertencem.
Independente da situa??o do casal, uma coisa ? imprescind?vel: o desempenho do papel materno e paterno adequado ? educa??o e desenvolvimento saud?vel dos filhos. Cada um, pai e m?e, tem sua fun??o implicitamente definida e precisa ser devidamente exercida. O pai n?o supre o papel da m?e e esta por sua vez n?o supre a fun??o paterna.
Terapia de casal ou at? mesmo de fam?lia costuma surtir bons resultados nesses casos. A interven??o de uma terceira pessoa, o terapeuta, agindo com imparcialidade propicia a media??o entre o homem e a mulher em conflito, favorecendo o entendimento entre os dois, quando poss?vel, ou contribuindo para uma separa??o menos sofrida.
Denise Mendon?a de Melo
? psic?loga, formada pelo
Centro de Ensino Superior
de Juiz de Fora.
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