Artigo A droga da droga II
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Outro dia estava lendo um artigo da psicanalista Eliana Calligaris, que dedicou sua tese de mestrado ? prostitui??o, n?o invocando a atividade das profissionais do sexo, mas analisando-a como uma fantasia da mente feminina. A tese se transformou no livro "Prostitui??o, o Eterno Feminino", no qual exp?e a id?ia de que a fantasia da prostitui??o significa imaginar uma disposi??o do corpo "sem restri?es", explicando ela o que ? a fantasia da prostitui??o e como ela est? ligada na rela??o entre pai e filha. E a? vamos ? nossa quest?o, o que ? a entrega do corpo feminino para o homem? Por que a culpa e o travamento na hora da entrega? Sem falar da d?vida entre ser dama ou prostituta, a mulher tem que escolher ou pode ser as duas coisas.....
N?o quero entrar na quest?o ed?pica quando a filha conhece o homem atrav?s do pai, fazendo consciente ou inconscientemente a escolha do seu homem baseada no perfil do seu pai.
Quando me refiro que essa escolha acaba se tornando uma droga ? porque quando trabalho com a mulher que ama demais, que afinal tamb?m existe dentro de mim, percebo o quanto ? profundo e doentio esta trama ?ntima, quando a mulher projeta no homem a sua felicidade e n?o dentro dela mesma. Com isto, se o outro n?o me corresponde, o que ser? da minha vida? Esse questionamento tamb?m vale para o homem em rela??o ? mulher, passa-se pela lua de mel, depois projeta-se ? necessidade da mesma sensa??o na continuidade da rela??o e quando n?o se consegue tenta-se de todas as maneiras alcan?ar esta sensa??o, como se busca a droga na hora da fissura, o medo do abandono ou da rejei??o compara-se ao tremor obsessivo pela procura da droga da droga, que no caso ? o outro, ou seja, o parceiro que rejeitou. A? entra-se no processo do desespero, chegando-se mesmo at? ? loucura, se n?o houver ajuda.
Quis fazer esta compara??o porque vejo pessoas tentando agradar o outro para n?o perd?-lo, perdendo sua individualidade, seus anseios, seus desejos mais ?ntimos, sua criatividade, manipulando a tudo e a todos, procrastinando a si mesmo, prostituindo-se em si mesmo ou falsificando a dama ou o cavalheiro que n?o existe, s? para agradar e ? a? que vem a perda, a pessoa se torna sombra do outro, deixando de ser ela mesma.
Como vou falar para meu filho(a) ou meu irm?o(?) para parar com seu v?cio, seja ele qual for, se eu n?o saio do meu, que ? correr atr?s daquela pessoa, sem auto-estima alguma, sem conseguir largar o telefone, sem conseguir deixar de monitorar a vida do outro em nome de um amor doentio, que camuflo dizendo que s?o cuidados. Com tudo isto, vou passar adiante a droga da droga de amar DEMAIS o outro e n?o me amar.... N?o sei que droga ? pior.
Hoje existe em Juiz de Fora o grupo MADA (Mulheres que Amam Demais An?nimas) (Saiba mais) que funciona toda ter?a-feira, no anexo ? Igreja de S?o Mateus, de 20 ?s 22 horas e aos s?bados de 16 ?s 18 horas. Vale a pena deixar o orgulho de lado e reconhecer seu v?cio, como um alco?latra que possui a imensa coragem de ir ao AA e assumir que precisa de ajuda.
Ana Stuart
? psic?loga e terapeuta familiar
Sobre quais temas (da ?rea de psicologia) voc? quer ler novos artigos
nesta se??o? A psic?loga Ana Stuart aguarda suas sugest?es no e-mail
viver_psique@acessa.com.
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