A batalha contra o c?ncer

"Eu sobrevivi por amor"

A advogada Maria Cristina Capute Banhato ? uma vitoriosa. Depois de receber a not?cia dos m?dicos de que teria apenas mais nove dias de vida, vive hoje a sensa??o de ter nascido de novo. Foram oito meses de batalha contra uma leucemia miel?ide aguda, tempo em que se submeteu a sess?es de quimioterapia antes e depois de realizar o auto-transplante de medula. "Quando eu cheguei ao Hospital Albert Einstein de S?o Paulo, os m?dicos me perguntaram por que eu tinha demorado tanto. Eu era uma paciente terminal, mas o sucesso do meu tratamento me tornou o orgulho dos m?dicos".

Maria Cristina diz que a primeira quimioterapia foi t?o violenta que o

"Recebi liga?es dos meus amigos, muito carinho e solidariedade. E isso foi fundamental porque me deu for?as para lutar".
m?dico, o oncologista S?rgio Daniel Simon, chegou a reunir a fam?lia inteira da advogada para conversar sobre o tratamento. "N?s enlouquecemos todos. ? como se o ch?o sumisse. O c?ncer desestruturou a fam?lia. As pessoas passam a viver em fun??o da doen?a", recorda.

Depois de tr?s meses de quimioterapia - foram tr?s sess?es de cinco dias cada, com aplica??o de manh? e ? tarde - para colher c?lulas sadias, a advogada se submeteu ao auto-transplante. "Eu me lembro de que estava no quarto e os m?dicos e enfermeiros chegaram com uma caixa e disseram 'Cris aqui est? a sua vida'. O transplante ? muito simples, algo parecido com uma transfus?o de sangue. Quando acabou, eu perguntei surpresa, 'mas ? s? isso?'. Eu n?o sabia que o pior ainda por vir".

O in?cio da batalha

O pior momento foi ouvir do m?dico, "volta para Juiz de Fora porque a sua medula n?o pegou"
Durante os cincos dias depois do transplante, Maria Cristina, passou por uma nova sess?o de quimioterapia. "Eram 134 comprimidos por dia, mas eu sabia que tinha que lutar para sobreviver". Batalha ?rdua que durou outros tr?s meses. Tempo em que descobriu que o rem?dio que estava usando era falsificado "eu fiz um acordo para comprar as inje?es fora do hospital. A diferen?a de pre?o era de 80 reais. Cada inje??o custava 250 reais. S? que as inje?es estavam falsificadas".

E n?o foi s? isso. "Eu tive seis vezes bacterimia, quando um v?rus ca?a na corrente sang??nea durante o mielograma, e quase morri. Isso provoca uma altera??o de temperatura corporal em quest?o de segundos. De 37, a temperatura sobe para 40?". Mas o pior momento, a advogada conta que foi ouvir do m?dico, "volta para Juiz de Fora porque a sua medula n?o pegou". "J? tinha passado cem dias e os meus leuc?citos n?o subiam. De um dia para o outro eu constatei um aumento de 12 mil para 14 mil e fui comunicar, animada, a uma m?dica e ela me disse, 'isso n?o ? nada'".

Foram dias muito dif?ceis, mas a advogada tinha pensamento positivo. "Eu dizia, 'eu n?o vou morrer'". Durante esse per?odo de desesperan?a, uma amiga foi a Barbacena fazer uma opera??o espiritual. Dois dias depois, ap?s de passar por outro exame, Maria Cristina conta que recebeu a not?cia. "A enfermeira ligou gritando para a casa da minha amiga onde eu estava hospedada, 'Cris a sua medula pegou!'. Eu nasci naquele momento.", emociona-se.

O segredo do sucesso

Foram dias dif?ceis, mas a advogada tinha pensamento positivo.
"Eu dizia, eu n?o vou morrer"
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Hoje, sete anos depois, a advogada orgulha-se de n?o tomar uma aspirina. "Ao contr?rio das previs?es dos m?dicos, minha taxa de leuc?citos e plaquetas voltou ao n?vel normal o que chegou a surpreend?-los. Minha for?a era tanta, eu n?o aceitava que eu pudesse morrer em hip?tese alguma".

O segredo da vit?ria, Maria Cristina faz quest?o de compartilhar. De acordo com ela, quando as pessoas recebem a not?cia de que est?o com c?ncer, costumam ter duas rea?es. "Primeiro elas se revoltam contra Deus e depois escondem que t?m a doen?a. No meu caso, foi diferente, eu agradeci a Deus, porque tenho uma filha e n?o suportaria que isso acontecesse com ela e depois contei para todo mundo".

A advogada esclarece que tornar p?blico que tinha a doen?a foi muito importante e aconselha que todos fa?am isso. "Recebi v?rias liga?es dos meus amigos, muito carinho e solidariedade. Gostaria at? de destacar o apoio da minha prima Maria Tereza Salom?o Gelli e da amiga Irene Torres Costa, entre muitas outras pessoas. Todos foram incans?veis. E isso foi fundamental porque me deu for?as para lutar. Eu sabia que tinha uma doen?a e que tinha que me curar e n?o podia me entregar a ela", orgulha-se.

Outro segredo da vit?ria foi rir. "Foi uma atitude que tomei baseada na filosofia oriental que acredita que o riso cura as pessoas. No Einstein, eles t?m um canal de com?dia que era o meu favorito. Al?m disso, os enfermeiros sabiam que eu gostava de rir, e ficavam me contando piada", lembra.

Mas o amor foi a presen?a mais importante e mais forte nessa batalha. "Durante todo esse tempo, a presen?a do meu marido (Fernando Banhato) e a dedica??o da minha m?e foram fundamentais. Ele sofreu muito, minha filha tamb?m. N?s tr?s sempre fomos muito unidos. Eu costumo dizer que n?o morri por amor pelo meu marido. N?o queria deixar ningu?m tomar o meu espa?o".


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