Rep?rter: Silvia Zoche
Foto: Humberto NicolineRock progressivo, heavy metal, hard rock e muita atitude. Entre metaleiros, punks, roqueiros, hippies e universit?rios, a mo?ada dos anos 80 mostrava que queria mesmo era transgredir as regras. "Est?vamos contra tudo e contra todos", recorda o baixista da primeira banda punk da cidade, Adriano 66. (Ou?a o som da banda!).
O contexto hist?rico da ?poca contribu?a para as manifesta?es rebeldes, j? que a luta era pela abertura pol?tica e a redemocratiza??o. A reforma partid?ria e a anistia pol?tica, que permitiu a volta ao pa?s de alguns exilados, como Leonel Brizola, Lu?s Carlos Prestes e Miguel Arraes, propostas no Governo Figueiredo, eram insuficientes para os anseios da juventude. "Quer?amos liberdade de express?o. Por isso, o som agressivo e as letras de protesto", explica o baterista Elias 66.
Foto: Humberto Nicoline
"Todas as tribos que representavam o rock naquele momento estiveram presentes. Convidamos Raul Seixas, Erasmo Carlos, Bar?o Vermelho, Olho Seco, C?lera, Rog?rio Sky-Lab, Sangue da Cidade, Lob?o, Cazuza e os Ronaldos, entre outros", relembra o produtor cultural, Marcos Petrillo (leia a entrevista).
E o resultado n?o podia ser diferente. "O festival marcou a cidade", garante o vocalista do Emin?ncia Parda, Edson Le?o. "Era como se eu estivesse submetido a uma alta radia??o. Aquela energia da guitarra suja misturada com punks, moicanos e correntes me contaminou". A "pancada" de shows eletrizantes introduziu a juventude juizforana nas novas tend?ncias do rock brasileiro e, segundo o p?blico, causou uma certa efervesc?ncia comportamental. De acordo com Petrillo, os moradores das ?reas centrais da cidade sentiram o impacto e a for?a de um evento que espalhou punks e figuras pouco convencionais pelas ruas, causando at? algumas confus?es e chocando pelo visual agressivo.
Foto: Black Widow/Arquivo Pessoal
A influ?ncia foi tanta que se formaram os primeiros grupos da regi?o
voltados para a m?sica alternativa, sem preocupa??o comercial. V?rtice (leia o depoimento), Merc?rio Chromo, Uavisiliu, For?a Desarmada, Beatles Forever, Inimigos do
Ritmo, Portal da Luz, Nostradamus, Psicoritmo, Fr?turo Sim, Dois Cruzeiros
de Bala, Profecia, Apocalipse, Tucas Band, Comboio, Black Widow (leia o depoimento),
Ossia??o,
entre outras, passaram a integrar os festivais seguintes e a mostrar
autenticidade em seus trabalhos.
"As bandas tinham que tocar m?sicas pr?prias. Essa era a lei", relembra o vocalista e compositor da banda Ossia??o, Henrique Cabral (leia o depoimento!). A dose de sucesso foi repetida em 1985, quando o Festival tomou ares de um mega acontecimento. Passaram por aqui Legi?o Urbana, Ultraje a Rigor, Celso Blues Boy, L?o Jaime e Robertinho de Recife, que se tornaram personagens do longa-metragem Rock Estrela, realizado durante o evento, atrav?s das lentes de Lael Rodrigues.
Entre um festival e outro "rolavam" as concorridas festas na sede do Diret?rio Central dos Estudantes (DCE), al?m de apresenta?es em pra?as, gin?sios e ruas da cidade.
Capital Inicial, Lob?o, Ira, Camisa de V?nus e Cazuza, entre outras duas dezenas de roqueiros retornaram a cidade em 86 para a 3? edi??o do Festival que teve dois dias de shows no Jockey Clube. "N?o havia fragmenta??o musical. Dentro do Festival se mostravam todas as tend?ncias. Hoje a qualidade das letras deixa o p?blico desinteressado", acredita o integrante da banda Black Widow, Marc?o (leia o depoimento!).
Em 89, o evento foi diferente. Realizado no Espa?o Mascarenhas, o Festival ganhou um propor??o menor, mas a energia continuava a mesma. O aquecimento rolou com uma exposi??o de rock. Grupos da cidade e regi?o se apresentaram durante a semana e, no s?bado, Bar?o Vermelho, Picassos Falsos, Uns e Outros, Inimigos do Rei, Nabi Clifords entre outros, fizeram a festa.
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