Curso de Artes: profissionalizando um criador
Rep?rter Ana Maria Reis
02/10/2000
Que o potencial criativo de um indiv?duo ? uma caracter?stica nata, isto j? sabemos. Mas, profissionalizar-se pode ser um bom caminho para ganhar dinheiro atrav?s do talento. Com grande responsabilidade social, o artista, enquanto pesquisador ou licenciado para dar aulas, guia a vis?o art?stica de sua comunidade atrav?s da educa??o ou aprecia??o das manifesta?es culturais de seu tempo.
Em Juiz de Fora
Atualmente, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ? a ?nica institui??o a formar o profissional em Artes na cidade. Ela oferece 30 vagas anuais, com duas habilita?es - o Bacharelado e a Licenciatura. A partir do 4? per?odo, o aluno j? pode ir direcionando a gradua??o segundo seus interesses.
Se ele pensa em desenvolver pesquisas na ?rea, apresentando no decorrer da faculdade alguma inclina??o para a an?lise e cr?tica est?tica, normalmente o seu caminho ? o Bacharelado. Se o seu barato ? trabalhar com ene alternativas e a praticidade da coisa, em prol do percep??o art?stica na educa??o, a Licenciatura ? o caminho. Em especial por ser um mercado emergente.
No entanto, nada ? muito simples ou r?gido em se tratando de arte, cultura, educa??o. O reingresso na faculdade, sem que se fa?a outro vestibular pela UFJF, pode conferir uma segunda habilita??o. Ainda, sendo bacharel ou professor, o graduado em Artes pode, at?, "viver de arte". Para esclarecer algumas d?vidas sobre o curso e o mercado, entrevistamos tr?s profissionais com caracter?sticas bem distintas.
O desenhista
Rodrigo Clave, 22 anos, desenha desde menino. Mais que desenhista, ele se
considera "bom observador". Ganha dinheiro retratanto rostos de crian?a e
adultos, al?m de cria??o de logomarcas, logotipos, projetos de lojas e
vitrines. No momento, est? estagiando em uma Cursando o 5? per?do de Bacharelado em Artes na UFJF, Clave considera muito
importantes as disciplinas te?ricas do curso, que formam a consci?ncia
cr?tica do artista, colocando-o em contato com os movimentos e manifesta?es
art?sticas passadas. "As aulas de Musicaliza??o abrem nossa cabe?a, enquanto
a de Cer?mica ? pura terapia aliada ? arte", garante o aluno. Considerando toda experi?ncia como v?lida, apesar de ter ca?do em Juiz de
Fora de p?ra-quedas (ele ? do interior do estado do Rio), o artista atesta
que aprendeu muito pelos contatos que fez em congressos, oficinas e pol?tica
estudantil. Apesar de ter trabalhado com pl?stica em escultura, atrav?s de uma bolsa em
inicia??o art?stica, a pintura sempre foi seu foco central. A atual fase do
artista ? a de pesquisa. "Munido de enorme curiosidade, estou empenhado em
pesquisas de mat?ria e suporte, misturas de min?rios, p?, enfim, tudo que me
possa servir como material pl?stico." Recentemente lan?ou pela editora Miguilim (BH), em parceria com a Livraria
Arco-?ris, o livro "P? na estrada... Que esta bruxa ? animada". A ilustra??o,
que neste caso foi feita com modelagem em massinhas, ? uma antiga paix?o da artista. Ainda na
universidade, foi influenciada por Arlindo Daibert. Seu projeto de conclus?o
de curso foi ilustrar um conto infanto-juvenil de Guimar?es Rosa, que
espera publica??o at? hoje. Anos mais tarde, ? incentivada a seguir carreira pelo ilustrador Marcelo
Xavier, dentro de um curso de reciclagem para professores municipais.
Atualmente prepara seu segundo livro, encomendado pela mesma editora. Para o vestibulando do curso de Artes:
empresa pontocom, como designer
gr?fico. "Penso em trabalhar com publicidade, ter meu pr?prio neg?cio". Como
arte-educador, s? atuaria se fosse por uma ?tima remunera??o.
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