MAT?RIA DE ARQUIVO

Giovane G?vio

Rep?rter: Emilene Campos
29/11/2000

Ao contr?rio de Carl?o, ex-capit?o da Sele??o Brasileira de V?lei, Giovane G?vio s? pretende deixar as quadras daqui a cinco anos. E a partir da? se dedicar a projetos de categorias de base, repassando ? garotada de Juiz de Fora todo o talento de suas jogadas.

Medalha de ouro nas Olimp?adas de Barcelona (1992) e Melhor Jogador de V?lei do Mundo (em 1993) Giovane ? motivo de orgulho para Juiz de Fora e exemplo de disciplina para aqueles que querem seguir sua carreira.


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do campe?o ol?mpico aos
atletas juizforanos
Hoje, com 30 anos, Giovane defende o time de voleibol do Vasco, depois de ter disputado os jogos de Sydney em 2000 e atuado durante tr?s temporadas lado de Tande no v?lei de praia. Formada em novembro de 97, a dupla disputou 131 jogos (86 vit?rias e 45 derrotas). "A experi?ncia no v?lei de praia foi muito boa. Conquistamos um t?tulo brasileiro", comemora. Com a op??o pela modalidade que o consagrou, o jogador passa a bola para Emanuel, novo parceiro de Tande.

O que o animou a voltar ?s quadras foi uma combina??o do esp?rito ol?mpico com a perspic?cia do clube carioca. "Quando cheguei da Austr?lia, senti que estava adaptado". A? foi s? uma quest?o de tempo para vestir a camisa marcada pela cruz de malta. "O ritmo de treinos ? muito forte. S?o dois treinos di?rios. N?o sobra tempo para me dedicar ? outra atividade", disse. Tanta dedica??o tem destino certo: conquistar um t?tulo pelo Vasco em 2001.

Outro projeto em andamento ? a elabora??o de sua home page. O site j? est? sendo criado e, em breve, os f?s poder?o conferir mais fotos e informa?es sobre o atleta.

Olimp?adas de Sydney
Para Giovane n?o ? justo responsabilizar somente um grupo de jogadores pela falta de medalhas em Sydney. O que faltou ao Brasil, segundo ele, foi um trabalho de base, com maior incentivo ao esporte, ou seja, quanto mais equipes e chances para se treinar, maior a probabilidade de bons resultados.

Primeiro Set
Giovane come?ou a jogar aos 12 anos, no Clube Bom Pastor e na equipe do Col?gio dos Jesu?tas, onde estudava. A grande dificuldade no in?cio da carreira foi a falta de patroc?nio. Se n?o fossem os pais bancarem suas viagens e inscri?es em competi?es, os "olheiros" (ca?adores de talento) n?o teriam presenciado muitas de suas jogadas. O incentivo da fam?lia n?o foi apenas financeiro. Giovane teve como exemplo a trajet?ria de sua irm? Gisele, tamb?m jogadora de v?lei, que hoje atua na It?lia.

Treinadores entregam o jogo
Nesta trajet?ria marcada por t?tulos importantes t?m participa??o especial os t?cnicos Aristides Rocha (Tidinho), Fl?vio Vilela e o ent?o preparador f?sico Renato Miranda (hoje diretor da Faculdade de Educa??o F?sica da UFJF). Renato lembra que o comportamento de Giovane era o que o diferenciava dos colegas de equipe. "Desde crian?a, ele apresentava grande determina??o e auto disciplina. Ele ouvia muito nossos conselhos e sugest?es?, relata. A caracter?stica, segundo Giovane, ? resultado de sua educa??o. Como filho de militar, esses conceitos faziam parte de seu cotidiano.

Para o t?cnico Tidinho, Giovane sempre teve grande potencial. Ele lembra que j? no primeiro torneio disputado pelo atleta, o Jogos Abertos Infantis do Sesc (Jabis), Giovani foi eleito o melhor jogador. "N?s que tivemos a sorte de ter trabalhado com ele. N?s apenas o orientamos", disse.

A paix?o pelo esporte era t?o grande que "ainda na categoria infantil, ele passava cerca de cinco horas treinando no clube. At? com a equipe adulta,? conta Fl?vio Vilela. Os treinadores relatam que ele chamava aten??o nas partidas por ser novo e muito talentoso. Por conta disso, era alvo da persegui??o da torcida advers?ria. Vilela lembra que toda vez que jogava com o time de Muria?, havia a m?e de um jogador que n?o lhe dava folga, ficava xingando, criticando. Giovane nem se abalava.

Outro fato interessante aconteceu durante um jogo no Gin?sio Loyola, em Belo Horizonte. Para provocar o time e a torcida juizforanas, os belohorizontinos come?aram a gritar incessantemente: "Carioca do Brejo!" (t?tulo "carinhoso" difundido h? muitos anos em nome da grande afinidade do munic?pio com o Rio de Janeiro e a pouca identifica??o com a capital mineira). Terminado o jogo, vit?ria da equipe de JF. "Giovane n?o deixou por menos e ironizou, atribuindo o bom resultado aos treinos realizados nas praias do Rio de Janeiro", relembra Tidinho.

Jornada nas Estrelas
O reconhecimento e as oportunidades n?o demoraram a aparecer. Ao 16 anos, Giovane foi convidado a integrar o time do Banespa. "Quando ele recebeu o convite, nos pediu orienta??o e eu disse que lhe daria total apoio, independente da decis?o que tomasse", disse Renato. J? Fl?vio Vilela hesitou. A princ?pio, ele acreditava que o atleta ainda era muito novo para sair de Juiz de Fora. "Felizmente, ele tomou a decis?o certa", disse o jornalista S?rgio Bara, que jogou ao lado de Giovane, quando ele ainda era a revela??o de jogos intercolegiais.

Dois anos depois de estrear nos gin?sios de S?o Paulo, Giovane realizava seu maior sonho: ser convocado para Sele??o Brasileira de V?lei. "Eu estava me preparando para isso e quando aconteceu fiquei muito feliz", disse o atleta entusiasmado.