Quinta-feira, dia 28 de novembro de 2007, atualizada ?s 19h33

Professores da UFJF protestam contra suspens?o de partos na Casa de Parto da Institui??o


Thiago Werneck
Rep?rter

Professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) distribu?ram panfletos e protestaram contra a suspens?o de partos na Casa de Partos da UFJF. A manifesta??o aconteceu nessa quinta-feira, dia 29 de novembro e reuniu cerca de 50 pessoas.

Para o secret?rio geral da Associa??o dos Professores de Ensino Superior (APES), Juanito Vieira n?o h? motivos para manter a suspens?o dos partos. "Os argumentos de que falta motorista, ambul?ncia e m?dico obstetra podem ser resolvidos rapidamente pela Universidade, pedimos que esse servi?o volte a acontecer imediatamente", resume.

A UFJF se defende, afirma que disponibilizar uma ambul?ncia e colocar m?dico respons?vel pela Casa de Parto s?o requisitos que necissitam de tempo. "A universidade n?o pode simplesmente mandar um m?dico para l?. Tem que ver de quantos precisa, montar uma equipe. Tem todo um protocolo: pode ser abrir concurso, ver de qual setor pode ser transferido, saber quantos m?dicos ser?o precisos e isso demora", informa o assessor jur?dico da UFJF, Nilson Le?o.

O assessor refor?a n?o d? para resolver o problema t?o r?pido assim. "A universidade est? fazendo um planejamento e um estudo para dar solu??o ao problema. Esperamos que at? meados de dezembro nossa comiss?o, com 11 membros, d? um diagn?stico de como est? a situa??o da Casa de Parto", explica.

Argumentos para suspens?o dos partos

Os partos foram interrompidos depois de avalia??o da Procuradoria Federal que, de acordo com Nilson, observou algumas irregularidades na institui??o. Primeiro: rem?dios sendo prescritos e ministrados sem uma supervis?o m?dica. "Isso n?o ? permitido por lei. Relat?rios mostram que, em alguns per?odos, mais de 34% dos partos realizados na casa, tiveram a utiliza??o de ocitocina e sem acompanhamento de um m?dico. Tudo s? com aprova??o de enfermeiras", conta.

Segundo Nilson, esse medicamento ? usado para acelerar o parto normal. " Esse ? um rem?dio que j? descaracteriza o parto normal e tem que ser usado com uma certa cautela e em ambientes com capacidade cir?rgica. Se acontecer algo errado quem vai responder por isso? A enfermeira que assinou? Com a suspens?o dos partos estamos preservando os professores e principalmente a comunidade", acredita.

O segundo argumento da Procuradoria para suspens?o dos partos ? a falta de um centro cir?rgico para atender pacientes que possam ter alguma complica??o durante o parto. "A Casa de Parto tem que fechar uma parceria com algum hospital que reserve dois leitos para cirurgias exclusivos para institui??o. Com nossos estudos, vamos ver se a Casa pode permanecer aut?noma ou n?o. Mas n?o ? de uma hora para outra que vamos conseguir uma parceria dessas", alega.

O terceiro argumento ? a falta de ambul?ncia. Segundo os representantes da Casa de Parto o ve?culo da institui??o foi cedido ao Hospital Universit?rio, por causa da baixa demanda e por isso foi feita uma parceria com o SAMU. Mas a procuradoria alega que se houver alguma complica??o em um parto, as ambul?ncias do servi?o de emerg?ncia podem estar todas ocupadas. Por isso seria preciso um carro reservado apenas para a Casa de Parto.

De acordo com Nilson, essas foram as tr?s bases de argumenta??o do Conselho Regional de Enfermagem contestadas pela Procuradoria. "N?o d? para a Casa funcionar fora dessas normas. Refor?o que J? estamos estudando formas de resolver o problema. N?o ? s? falar: se j? fazia, volta a fazer! Demanda tempo e a procuradoria tem que ter uma resposta e aprovar as mudan?as que podem ser feitas", ressalta Nilson.

Processo contra professores

Outra reivindica??o da APES ? de que sejam retirados da justi?a processos contra os professores de enfermagem. "Foram equivocados em abrir esses processos. Queremos que eles sejam cancelado. Inclusive temos assinaturas at? de representante do Minist?rio da Sa?de pedindo que os partos voltem a acontecer na Casa", afirma.

Nilson garante que n?o h? processos contra um ou outro professor. "A procuradoria foi quem abriu processo para apurar os fatos de forma geral. N?o tem nada contra A, B ou C. S? quer saber os procedimentos na Casa de Parto", conclui.