O governador do Estado Minas Gerais, Romeu Zema, reinaugurou o prédio histórico da Escola Delfim Moreira, em Juiz de Fora na tarde desta sexta (24). A reinauguração foi marcada por protestos de profissionais da educação e estudantes. 

De acordo com Zema, a previsão de retorno dos alunos para a escola é de 30 a 60 dias. "Faltam pequenos ajustes, mas é algo rápido que acontecerá ainda em abril, no mais tardar em maio. A diretora tem em caixa os recursos para fazer qualquer ajuste que seja necessário". No caso do Delfim Moreira, as intervenções exigem um cuidado maior, que precisa de restauro. "O tratamento é especial por ser um patrimônio histórico. Nossa visão é que com esses reparos constantes, a escola não precisará mais ser evacuada, como ocorreu."

O governador reafirmou que mais do que uma reforma, a estrutura passou por uma restauração, preservando as características do imóvel. "Qualquer um que entra aqui fica impressionado, como eu entrei como está tudo muito bem feito, bem executado e bem preservado." Para Zema, esse resultado é fruto de uma gestão austera.

Ele comentou outros avanços, como a possibilidade de substituição de quadros antigos, em que se usava giz escolar, pelo quadro em que os professores utilizam canetas, o que para ele, também é uma forma de cuidar da saúde dos profissionais. Zema afirmou que a modernização das escolas continuará e que as salas contarão com painéis digitais e com TV, para que os alunos possam ter acesso a melhores condições.

Sobre a obra do Hospital Regional, o líder do Executivo Estadual afirmou que o prédio demanda uma vistoria técnica, com uma reconfiguração, para que o projeto possa ser retomado. Zema reafirmou que é prematuro estabelecer um prazo, antes de um levantamento mais minucioso das condições atuais da edificação. "Infelizmente é a situação mais complexa de todos os Hospitais Regionais e o nosso tratamento tem sido igual a todos."

Protesto

Durante toda a cerimônia de reinauguração da escola, um grupo formado por profissionais da educação do Estado e estudantes reivindicavam a atenção do governador para várias pautas que  que atingem os trabalhadores e outras instituições de ensino estaduais do município. 

"Nós, trabalhadores da Educação, estamos protestando aqui contra a falta do pagamento do Piso Salarial Nacional, que não é cumprida em Minas. Exigimos, então, do Governo, que ele pague. E também protestando contra a perseguição que o Zema está fazendo contra a nossa entidade sindical desde o ano passado", explicou a a coordenadora do Sind-Ute Subsede Juiz de Fora, Victoria Mello.

Victória destacou que após a entidade deflagrar uma greve em 2022, Zema conseguiu uma liminar que além de suspender o movimento, também aplicou uma multa contra a entidade. "O TJMG concedeu a liminar para ele a multa, que já está na casa dos R$3 milhões, a conta do Sindicato está bloqueada. Isso configura uma perseguição às entidades. Não é que ele não queira apenas não atender às reivindicações, ele também quer destruí-las. Exigimos a suspensão dessa multa."

Estudantes da Escola Estadual Batista de Oliveira, cujo diretor foi exonerado na última semana, pediram a reintegração do profissional. "Essa exoneração foi feita de forma completamente autoritária e arbitrária. Ele não cometeu nenhum ilícito, então, configura uma perseguição política, um assédio moral a um direitor eleito por 80% da comunidade escolar", declarou Victória.

Outra situação que levou estudantes e profissionais ao protesto foi a da Escola Estadual Ali Halfeld, onde foram proibidas as matrículas do primeiro ano do ensino fundamental. "O Governo está municipalizando o ensino dos anos iniciais daquela escola, de forma autoritária também, já que obriga os estudantes a saírem e buscarem uma escola municipal, que fica mais longe de suas casas. Trazendo uma série de transtornos para essas famílias." Além desses dois pontos, os estudantes também se posicionaram contra o Novo Ensino Médio.

Sob protestos, durante sua fala, realizada na cerimônia de reinauguração, Zema afirmou: " Dá para vê que nós somos um país diferente. Enquanto essa escola estava desmoronando, em ruínas, ninguém protestou. Agora estão aqui." Na época, a Acessa.com cobriu as ações dos estudantes.

Na saída de Zema do prédio da Escola Estadual Delfim Moreira, estudantes o cercaram para fazer reivindicações, porém, o Governador deixou o imóvel em um carro pela Avenida Rio Branco, sem conversar com o grupo.

 

 

Atraso

A obra teve início em 2019 e tinha previsão de entrega em dois anos, porém, de acordo com Zema , vários fatores foram somando para o atraso da obra, dentre eles a pandemia.

Em relação ao valor total da obra, o previsto seria para R$8 milhões, porém, ainda de acordo com Zema, por conta das condições o valor passou para R$13 milhões. O prédio foi interditado em 2013 pela Defesa Civil da cidade e em 2019 as obras se iniciaram, com previsão de término para novembro de 2022.

Além do governador,  o secretário de Estado e Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga, também esteve presente. "Hoje é um dia que entregamos não só uma infraestrutura de qualidade, mas também a dignidade para os nossos estudantes poderem estudar em um local adequado, que inspira a aprendizagem", destacou o secretário.

"Essa é uma escola diferenciada, que temos R$400 mil para iniciar os trabalhos de manutenção. É uma escola que necessita de cuidado diferenciado. Cada sala de aula vai ter uma televisão de 47 polegadas", ressaltou Igor.

O Governo do Estado informou que para a reinauguração, foram feitos investimentos para intervenções na estrutura e também para aquisição de mobiliários e equipamentos.

História

Tombado pelo patrimônio histórico municipal, o prédio foi construído e decorado com mobiliário importado de Paris, no final dos anos 1850, por um rico proprietário rural da região, que o denominou Palacete Santa Mafalda e tinha a intenção de doá-lo para ser residência da família imperial.

Porém, Dom Pedro II recusou a oferta, pedindo que a edificação fosse doada para abrigar escola ou obra de caridade. Cedido então, em um primeiro momento, à Santa Casa de Misericórdia, o prédio foi adquirido pelo Estado em 1907, que o transformou no primeiro Grupo Escolar.

 

 

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Renan Ribeiro - Governador Romeu Zema reinaugura prédio histórico da Escola Delfim Moreira sob protestos de profissionais da educação e estudantes

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