Como noticiado na última quarta-feira (29) pela coluna do Ricardo Ribeiro, Juiz de Fora aparece entre os últimos municípios num ranking nacional que apresenta os melhores ambientes para novos investimentos, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2023, divulgado recentemente. Juiz de Fora ficou na 81° posição entre as 101 maiores cidades do Brasil avaliadas.

O Portal ACESSA.com conversou com o presidente Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora, Aloisio Vasconcelos, que informou a reportagem que o problema vem de administrações anteriores e precisam ser corrigidos.

“Nós da Associação Comercial continuamos acreditando no potencial da cidade. Temos uma localização muito privilegiada, com transportes modais, temos um porto seco, um aeroporto regional. Temos tudo para recuperar esse tempo perdido em outras gestões”.

Aloizio destacou ainda que busca novos projetos na capital e que o trabalho segue ativo para reverter este quadro.

“Estou indo à Belo Horizonte nesta quinta-feira para uma reunião com o secretário da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio e sempre buscando novas oportunidade para Juiz de Fora”. O presidente ainda completou dizendo que com a chegada da multinacional de embalagens para bebidas Ardagh, em Juiz de Fora, o município irá atrais também em um curto prazo uma cervejaria de grande porte para Juiz de Fora.

Cidade precisa melhorar ambiente regulatório

Para o economista, Guilherme Ventura, o município precisa melhorar o ambiente regulatório, para aí sim avançar no ranking.

“O estudo mantém uma metodologia bem uniforme, se compararmos Juiz de Fora com o relatório de 2022, a cidade caiu três posições, saindo de 78º para a 81º. Os destaques da cidade para os pontos de vista positivos, são a capital humana que ficou na 22ª posição e a infraestrutura, que ficou na 23ª.

A negativa é o ambiente regulatório, ficando na posição 95º, por isso o município precisa avançar neste quesito e melhorar a posição no ranking”.

O que dizem os deputados?

A reportagem entrou em contato com os deputados e deputadas federais e estaduais da cidade, Delegada Sheila (PL), Betão (PT), Noraldino (PSC), Charles Santos (Republicanos), Ana Pimentel (PT), Delegada Ione Barbosa (AVANTE).

A assessoria da Delegada Sheila informou que a deputada está em viagem e não poderá se manifestar sobre o ranking. Os deputados Noraldino (PSC) e Charles Santos (Republicanos) não se manifestaram sobre. 

Notas

Delegada Ione Barbora: Eu tinha como temática na minha campanha o resgate do protagonismo de Juíz de Fora e região no sentindo político, desenvolvimentista, e industrial. Continuarei trabalhando por isso, no setor de desenvolvimento e industrial. É de extrema importância a atenção política nesse setor, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em especial o projeto "Sebrae Delas", voltado para mulheres que buscam independência e coragem para atuar dentro do mercado de trabalho. Tenho no meu coração um objetivo, onde já estou trabalhando muito por isso, de pautar a igualdade de condições e oportunidades no mundo da política, com objetivos centrais de estimular o avanço feminino apostando na ascensão para cargos de liderança. Faço parte da Frente Parlamentar das Micro e Pequenas empresas e da Frente Parlamentar do Empreendedorismo. Neste sentido, destaco o Projeto de Lei que apoiamos e aprovamos esse mês (PL 1883/21), que cria um programa de crédito destinado a mulheres empreendedoras nos bancos federais, com juros reduzidos, aprovado recentemente no Plenário da Câmara dos Deputados. Milhares de mulheres brasileiras, através desse projeto, conseguirão ter mais independência financeira e terão ambiente de mais oportunidades. Irei buscar parcerias e fomentar projetos que fortalece a participação das mulheres jovens em programas e iniciativas voltados especialmente para o ensino técnico profissionalizante e realizar campanhas que incentivem a oportunidade do primeiro emprego e de sua formação como aprendizes às adolescentes e jovens. Isso é muito importante, porque vai ao encontro com uma das minhas principais bandeiras, a Violência Doméstica. Muitas mulheres que passam e não saem desse quadro de violência, é devido a dependência financeira, e uma mulher com autonomia e independência, é um alavanque primordial pra dar força para saírem desse quadro. Por isso, sou fundadora da Instituição ADCuidar em que entrega a Casa Mulher Segura, que no qual acolhem mulheres vítimas de violência. Podendo ficar acolhidas em um perídio de 15 dias prorrogável por mais 15 dias, tendo toda a assistência psicológica, jurídica e ainda, em parceria com supermercados locais, elas são direcionadas a empregos.O emprego, o trabalho e a autonomia da mulher; é tudo, e irei trabalhar muito por isso”.

Betão: "Há vários anos, Juiz de Fora e a Zona da Mata sofrem com a falta de investimento dos governos estadual e federal. É preciso estimular investimentos produtivos na cidade através de políticas públicas de emprego e renda voltados para a qualificação profissional e para o favorecimento de um ambiente de negócios. Juiz de fora se localiza em torno dos grandes centros urbanos do sudeste, o que se caracteriza como um fator positivo, mas ao mesmo tempo é preciso investir em obras de infraestrutura e transporte, principalmente nas estradas e no aeroporto regional. Além disso, precisamos discutir a guerra fiscal entre os estados. Como sabemos, vários empreendimentos acabam migrando para o estado do RJ para aproveitar das isenções concedidas por lá. Essas políticas de isenções e de disputa entre os estados da federação só favorecem a uma concepção predatória de estímulo ao investimento."

Ana Pimentel: Primeiro, quero dizer que os dados divulgados pela ENAP que serviu de base par o ranking das cidades empreendedoras não traduzem a realidade atual da nossa cidade porque utiliza dados de anos anteriores a 2022. Ranking com dados mais recente sobre o mesmo tema do Governo Federal mostra a cidade em colocação bem melhor. Também devemos reconhecer que, nos últimos anos, a gestão da Prefeita Margarida tem adotado medidas importantes para atração de investimentos e para tornar Juiz de fora um polo de inovação. Essas medidas certamente terão um efeito positivo a curto prazo no desenvolvimento econômico e social de nossa cidade. Mas sabemos que devemos melhorar a situação do nosso município por meio da articulação e da união de todos os setores políticos e econômico da cidade. Eu, como Deputada Federal, tenho compromisso e trabalharei para tornar Juiz de Fora uma cidade cada vez melhor para se viver e paraseinvestir.

Nota Prefeitura

Na edição de 2023 do ranking Cidades Empreendedoras da ENAP e Endeavor, o ano da publicação pode conduzir à percepção errônea de que seus resultados são o resultado do quadro atual existente na cidade. Uma leitura cuidadosa do documento, contudo, indica que tal entendimento precisa ser matizado. Em qualquer ranking é preciso verificar a consistência dos indicadores que utilizam, das bases dos dados que entram em sua composição e da capacidade de captar a dinâmica real de operação das instituições que avaliam, no caso as cidades, como ambientes favoráveis às atividades empreendedoras.

Os dados utilizados na edição de 2023 do ranking Cidades Empreendedoras da ENAP e Endeavor, não se referem, em sua maior parte, ao ano de 2022. Alguns captam cenários de até 2018 ou mesmo de anos anteriores. Em alguns casos, apuram um conjunto de anos num mesmo indicador, o que pode conduzir a distorções. Assim, não são capazes de captar as mudanças profundas que aconteceram em Juiz de Fora recentemente.

Na segunda edição do “Índice de Concorrência dos Municípios” (ICM), estudo conduzido pelo Ministério da Economia que avaliou o ambiente de negócios e concorrencial de 119 cidades do Brasil, com informações coletadas exclusivamente em 2022, Juiz de Fora aparece com a melhor nota em “Liberdade Econômica”, que indica o peso das exigências para abertura de empreendimentos, reduzida em Juiz de Fora pelo ICM. Na edição de 2021, a cidade estava no 6º lugar nesse item. Em “Segurança Jurídica” a cidade foi da 9ª para a 2ª melhor avaliação no país, em relação à primeira edição do ICM, de 2021,Tal indicador avalia a transparência da gestão em seus atos. No conjunto do ICM, Juiz de Fora passou da 33ª posição, para 13ª.
De todo modo, mesmo com essas ponderações, há pontos nos quais a cidade melhorou sensivelmente sua posição no ranking Cidades Empreendedoras da ENAP e Endeavor: Mercado, Inovação e Infraestrutura. Em “Inovação”, saímos da 73ª posição para a 47ª. Em “Mercado”, da 60ª para a 48ª e, em “Infraestrutura”, saltamos da 69ª posição para a 23ª. A cidade, portanto, está mais rica, mais inovadora e melhor para se viver e investir.

Ainda dentro da métrica que define a pontuação do ranking, o indicador que mais efetivamente fez a cidade perder posições é “Cultura Empreendedora”, que se baseia no número de buscas de algumas palavras-chaves na internet, o que não nos parece um instrumento adequado para avaliar se a cidade dispõe de efetiva cultura empreendedora. A volatilidade do indicador é de tal ordem que, na edição de 2021, Juiz de Fora ocupava a 89ª posição, alcançando a 46ª em 2022 e, na edição de 2023, a 76ª. Não é possível considerar consistente a avaliação de uma dimensão como a cultura com buscas na internet. Juiz de Fora é uma cidade com mais de 50 mil Microempreendedores Individuais (MEIs); tem um robusto segmento de empreendedores na área da Tecnologia da Informação; possui instituições públicas como o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), decisivo na incubação de empresas, é sede regional do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE); dispõe de espaços privados como o Moinho, na Zona Norte, apenas para citar algumas instituições que fomentam o empreendedorismo e produzem inúmeros eventos, altamente concorridos, que comprovam a sólida cultura empreendedora existente no município.

Juiz de Fora é uma cidade boa de se viver e de investir. Podemos sempre melhorar, mas muito tem sido feito nos últimos anos. Basta lembrar a constituição dos Arranjos Produtivos Locais da Cerveja, do Queijo do Caminho Novo e do Setor Têxtil-Confecionista , para fortalecer atividades tradicionais no município; as medidas de desburocratização definidas pela poder público (Sala do Empreendedor, Câmara Integrada de Análise e Aprovação de Projetos – CIAANE, decretos definindo atividades de baixo risco isentos de alvarás e a simplificação e digitalização de procedimentos no atendimento ao contribuinte); a retomada da atração de grandes investimentos, que percebem a mudança em curso na cidade; a aceleração da implantação do Parque Tecnológico da UFJF…

É por esse caminho e com a união de toda a cidade que vamos conseguir alcançar posições cada vez mais destacadas no cenário nacional e internacional.

O rankink completo pode ser acessado no site do Ministério da Economia.

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