Clubes preferem investir em pr?-carnavalescos
Bailes de Carnaval n?o movimentam mais a cidade
Colabora??o:
Elaine Fantini
09/02/04
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Quem escuta as marchinhas de carnaval, certamente, tem saudade dos bailes que movimentavam Juiz de Fora, nas d?cadas de 50 e 60. ? uma pena, mas atualmente, este tipo de folia j? n?o ? prioridade para nova gera??o que, muitas vezes, prefere viajar ou participar do carnaval de rua.
Por esse e outros motivos, apenas tr?s dos 13 clubes pesquisados pela equipe ACESSA.com realizar?o o baile durante o per?odo de Carnaval, cinco n?o far?o nenhum tipo de festa e oito v?o investir apenas nos pr?-carnavalescos.
"Remando contra a mar?"
Quem insiste em preservar a tradi??o diz que
n?o ? f?cil. A opin?o ? da atual diretora executiva do Clube Bom Pastor
( Rua Senador
Salgado Filho, s/n?), L?cia Abdala.
Segundo ela, desde que o Clube foi criado, em fevereiro de 1953, os bailes de
Carnaval fazem parte do calend?rio oficial.
Para os clubes pequenos a situa??o ? ainda mais complicada. "O Ecad cobra caro e a freq??ncia ? pequena. O clube n?o tem como arcar com todas as depesas", desabafa Edson Reis, presidente do Esporte Clube Benfica. O mesmo acontece no Clube Cai?aras (Cai?aras, s/n?). A presidente da institui??o, Maria In?s Guerra, diz que os s?cios preferem outras op?es de lazer: "uns v?o para os s?tios. Os mais jovens v?o para Cabo Frio, Rio de Janeiro. Os tempos mudaram", diz.
Como tudo come?ou...e acabou
De acordo com Jos? Luiz Ribeiro, gerente do F?rum
da Cultura e repons?vel pelo Museu do Folclore, os bailes de carnaval no
Brasil tiveram in?cio com a chegada dos italianos. "At? ent?o, o carnaval no
Brasil era muito arruasseiro e sujo. Os escravos iam para as ruas com lim?es
de cera (uma bola de cera com perfume dentro) e ficavam atiram isso uns nos
outros. O carnaval estava ficando violento", esclarece.
Quando surgiram os bailes, elementos importante come?aram a ganhar destaque. "Surgiram os concursos de fantasias. A m?sica foi incentivada. As marchinhas iam ganhando espa?o. Nesse sentido podemos dizer que o r?dio teve um papel muito importante", afirma Ribeiro.
? o que conta o radialista M?rio Moraes, que, na ?poca de ouro dos bailes, trabalhava como diretor art?stico da R?dio BRB3, atual R?dio Solar. "Foi nos anos 50 e 60 que os bailes tiveram seu apogeu. N?s, da r?dio, faz?amos transmiss?o ao vivo dos bailes da cidade, principalmente os do Sport Club e do Clube Bom Pastor", lembra.
Os programas de audit?rio da r?dio se transformavam em verdadeiros bailes de carnaval. "N?s tir?vamos os m?veis, coloc?vamos a orquestra tocando as marchinhas e o p?blico vinha se divertir", recorda. Para o gerente do F?rum da Cultura, a decad?ncia das festas de carnaval nos clubes ocorreu porque as pessoas migraram para as escolas de sambas, influenciadas pelo carnaval carioca.
Tempo bom n?o volta mais?
Jos? Luiz n?o acredita que os bailes possam voltar a ter prest?gio. "Vivemos
um momento de individualismo. Os bailes eram reuni?es familiares, para
divers?o de todos. Hoje, n?o h? mais rela??o de fam?lia. Pais e fillhos n?o
saem mais juntos", afirma. E acrescenta: "a pr?pria TV incentiva o carnaval
de rua. Voltamos para o in?cio do carnaval, com a mesma bagun?a".
Todas foram cedidas pela diretoria do Clube Bom Pastor
ATENÇÃO: o resultado desta enquete não tem valor de amostragem científica e se refere apenas a um grupo de visitantes do JF Service.
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