Lideran?as amea?adas
Dirigente da CUT e do sindicato dos Professores diz ser perseguido pelos mesmos homens que agrediram estudantes na C?mara

Ricardo Corr?a
Rep?rter
17/02/2006

Veja a den?ncia de amea?a feita pelo dirigente da CUT e leia tamb?m uma retrospectiva com tudo o que aconteceu desde que os estudantes foram para as ruas protestar.

Leia! Veja!


O Minist?rio P?blico pediu, e at? conseguiu acalmar um pouco os ?nimos dos estudantes, mas n?o paralisou os protestos contra o reajuste da passagem.

Nesta sexta-feira, dia 17 de fevereiro, os manifestantes se concentraram em frente ? C?mara e depois desceram o Cal?ad?o, panfletando. Eles pararam o tr?nsito na Rio Branco, no fim da manifesta??o, mas buscaram, a todo momento real?ar a import?ncia da a??o da Justi?a no caso.

Assim, era para o dia ser tranq?ilo e s? n?o foi por causa de uma den?ncia, feita por um dirigente da Central ?nica dos Trabalhadores (CUT) e do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora. O advogado P?ricles de Lima entrou na Justi?a e declarou, nos microfones, que foi perseguido nas ruas da cidade e que as lideran?as estudantis est?o sendo amea?adas.

Per?cles contou que andava pr?ximo ao Bar do Beco quando teria dado de frente com um dos homens que agrediu estudantes no sagu?o da C?mara, nas manifesta?es da ?ltima semana. Na ocasi?o, quatro jovens com roupas de academia de gin?stica e inscri?es de luta partiram para cima de alguns estudantes e feriram pelo menos um deles. P?ricles explicou que, quando reconheceu o jovem, tentou desviar, mas foi perseguido. Ele disse ter entrado no Banco do Brasil e dado a volta, mas quando saiu o homem ainda estava l? e acompanhado de outro que tamb?m teria participado da agress?o na C?mara.

"Fiquei na porta e eles ficaram me encarando. Eu encarei tamb?m para guardar bem o rosto deles e a? apareceu um terceiro, que eu tamb?m reconheci. Eles se aproximaram de mim e disseram: 'pode ficar tranq?ilo que n?o ? voc? que n?s queremos n?o'. Eu disse que n?o sabia o que estava acontecendo, mas eles disseram que eu estava entendendo bem e que queriam pegar outro", explicou P?ricles.

Ele entrou na Justi?a e est? fazendo uma representa??o ? Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da qual faz parte, relatando as amea?as e a persegui??o. P?ricles evitou dar detalhes, mas admitiu que um dos l?deres do movimento estudantil tamb?m est? sendo perseguido e amea?ado.

"Ele nem est? aqui. N?s estamos tentando deixar ele um pouco de fora para evitar algum problema para ele. Se vierem os quatro em cima dele vai fazer uma confus?o muito grande", disse P?ricles, que avisou: "Eu reconheci essa terceira pessoa que apareceu neste dia, e n?s j? sabemos onde ela trabalha. Temos suspeita de quem est? mandando fazer essas amea?as mas n?o podemos falar sem provar. Mas estamos procurando a Justi?a para denunciar isso".

Nilm?rio conversa
O secret?rio especial de Direitos Humanos do Governo Lula, Nilm?rio Miranda, conversou rapidamente com os estudantes, em frente ? C?mara Municipal. Ele foi ao pr?dio receber o t?tulo de Cidad?o Honor?rio de Juiz de Fora, e disse que reconhece a manifesta??o dos estudantes como justa.

Ele defendeu o car?ter pac?fico dos movimentos, e ressaltou que ? contra os atos de vandalismo. Embora tenha dito que ap?ia o movimento, Nilm?rio n?o quis assinar o abaixo-assinado que os estudantes est?o fazendo contra o aumento da passagem. "Eu ap?io, mas de outra forma", limitou-se a dizer.

Manifesta?es seguem
Durante os protestos de ontem, os estudantes fecharam o tr?nsito, n?o acatando o pedido do promotor Paulo C?sar Ramalho. Eles desceram o Cal?ad?o distribuindo panfletos em que afirmavam que o movimento ? pac?fico. Foi uma forma de tentar mostrar ? sociedade que os acontecimentos como a agress?o de um cinegrafista e as depreda?es na C?mara foram atos isolados. Na nota eles tamb?m criticavam o prefeito Alberto Bejani. Diz o texto:

"O prefeito assumiu prometendo redu??o da passagem para R$ 1,10. No entanto, o que vemos ? esse aumento absurdo para R$ 1,55, que n?o cabe no nosso bolso! Nosso movimento ? pac?fico! Por isso mesmo luta contra a verdadeira viol?ncia. A viol?ncia que os empres?rios e o prefeito v?m praticando contra n?s, o povo".

Apesar do clima de tranq?ilidade, o presidente do Diret?rio Central dos Estudantes, Maicon Chagas, deixou claro que o movimento aceita e acha louv?vel a tentativa do Minist?rio P?blico, mas que n?o ir? parar de protestar.

"Se tivessse R$ 1,30 n?s ir?amos parar. Mas n?o est?. A Promotoria est? correta e de parab?ns. Mas n?o podemos ficar parados esperando s? pela Justi?a, pois sen?o desmobilizamos o movimento. E se a resposta for negativa? A? o movimento morre", disse Maicon, que tentou minimizar os protestos na decis?o da ju?za Maria L?cia Cabral Caruso.

"N?o tem porque a ju?za entender os protestos como uma press?o. Ela pode ter a certeza de que a nossa luta ? contra a Prefeitura e a C?mara. Os nossos advers?rios s?o eles e n?o o Minist?rio P?blico ou a Justi?a, que est?o fazendo a parte deles. A ju?za pode ficar tranq?ila pois nunca vamos tentar pression?-la, nem fazer manifesta??o em frente ? casa dela ou coisa do tipo", disse Maicon Chagas.

A proposta dos estudantes ? fazer um novo ato na quinta-feira da pr?xima semana. Os estudantes comemoram at? mesmo o fato de que, em Belo Horizonte, um movimento parecido surgiu para protestar contra o aumento da passagem, inspirado nos protestos de Juiz de Fora. L?, o prefeito Fernando Pimentel (PT) chamou os estudantes para conversar no primeiro dia, temendo que acontecesse o mesmo que na cidade.

Leia mais:
Manifesta??o na retrospectiva dos atos, preparada pela ACESSA.com