Vale a pena fazer reformas durante as férias? Especialistas dão dicas para que o período não se transforme em um transtorno para a família

Aline Furtado
Repórter
23/12/2009

A chegada do fim do ano traz consigo as férias, o pagamento do 13º salário e também o verão. Com isso, muita gente se anima, diante da grana extra, do maior tempo disponível e até mesmo das temperaturas mais altas, a iniciar as reformas em casa. Há ainda quem prefira reformar no período de férias devido às viagens, o que possibilita ficar distante de toda a dor de cabeça causada pelas obras.

Para que este não seja um tempo de transtorno na vida das famílias, o arquiteto Alex D'Almeida dá dicas. "É fundamental que as pessoas façam um planejamento a fim de que problemas sejam evitados." O proprietário deve pensar nos profissionais que cuidarão da reforma, na disponibilidade de uma pessoa que atuará como administrador das obras, no caso de ausência dos moradores, além de ser necessário traçar um cronograma. "É importante que a reforma tenha início por cômodos chaves da casa, como a cozinha e os quartos. Caso a família retorne de viagem, estes locais já estarão liberados."

O arquiteto lembra também a relevância de se levantar, com antecedência, os materiais necessários à reforma, para que não haja atraso no desenvolvimento do projeto. Uma das sugestões do arquiteto diz respeito à escolha dos materiais de construção a serem utilizados. "Temos, no mercado, materiais que auxiliam no processo, como tintas de secagem rápida, por exemplo. Isso facilita e agiliza o trabalho da mão de obra." Para o arquiteto Carlos Gouvêa Júnior, o ideal é garantir a conclusão da reforma antes das festas de fim de ano ou aguardar a segunda quinzena de janeiro.

Reforma Reforma
Vantagens

Entre as vantagens de se reformar a casa no final e no início do ano está a questão financeira, impulsionada pelo pagamento do salário extra nos meses de novembro e dezembro. Contudo, as pessoas devem estar atentas porque apesar do ganho extra, o número de impostos a serem pagos no início do ano é alto, além de despesas como matrícula escolar, entre outras. Diante disso, a falta de planejamento financeiro pode comprometer o fim da reforma.

Outra vantagem é que, no caso de viagens da família durante a reforma, os incômodos são reduzidos. "Como não há trânsito de pessoas pela casa, o trabalho é realizado com mais agilidade. O barulho, a poeira e a sujeira, que costumam ser encarados como problemas, não incomodam tanto se não há moradores em casa", ressalta D'Almeida.

Desvantagens

O maior problema de se reformar a casa no final do ano é a chuva. "O período chuvoso traz transtornos tanto para reformas externas, como telhados, e para as áreas internas", destaca D'Almeida, lembrando que o proprietário deve estar atento às chuvas para que não haja perda de materiais e até mesmo a necessidade de refazer alguns serviços, o que ocasiona mais gastos.

Para Júnior, uma das desvantagens refere-se ao atraso na entrega de materiais por parte de algumas empresas. "Além disso, a umidade causada pela chuva pode comprometer reformas externas em muros e lajes, além de internas, como aplicação de gesso por exemplo."

D'Almeida lembra que as chuvas prejudicam a secagem de tintas e comprometem fundações, no caso de ampliação ou construção de cômodos. "A terra fica mais úmida, o que pode fazer com que o local ceda, prejudicando inclusive a segurança das pessoas", afirma, destacando que a probabilidade de acontecerem deslizamentos também fica maior durante os períodos chuvosos.

A empresária Regina Stela Almeida Dias Mendes conta que teve problemas com atraso nas obras de duas casas que está construindo. "Devido às chuvas, as obras foram comprometidas, o que fez com que eu atrasasse o anúncio, já que estou construindo para vender." Diante disso, ela orienta as pessoas que pensam em reformar durante o período chuvoso. "Indico que as pessoas guardem o dinheiro e façam as mudanças em outra época. Neste período, existe uma economia com relação ao material de construção, devido às promoções, mas este ganho não compensa os gastos com mão de obra, que sofrem aumento devido à procura."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes