Segunda-feira, 7 de março de 2016, atualizada às 19h20 e às 15h45 desta terça, 8 de março

Cerca de 100 funcionários da Imbel protestam por melhores salários

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Cerca de 100 funcionários da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) em Juiz de Fora participaram, nesta segunda-feira, 7 de março, de um ato em protesto a falta de avanços na negociação salarial da categoria, em frente a sede, no bairro Nova Era. A data escolhida foi em homenagem as 14 vítimas de uma explosão em umas das oficinas da antiga Fábrica de Estojos e Espoletas de Artilharia do Exército (Feea) ocorrida há 74 anos. O acidente foi considerado uma das maiores tragédias na cidade.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e de Material Plástico de Juiz de Fora e Região (Stiquifamp/JF), Scipião Junior, conta que durante o ato foram discutidos os impasses relacionados à campanha salarial deste ano. Ele explica que a o sindicato apresentou proposta de aumento sobre o Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC), que deve chegar a 12%, mais 5% de ganho real, além de outras questões. A data base da categoria é dia 1° de abril.

"Estamos sofrendo represálias, sendo que quatro diretores sindicais foram demitidos. Além disso, a Imbel já retirou benefícios, como seguro de vida, café da manhã e deixou o plano de saúde inacessível para parte dos funcionários".

Júnior destaca, ainda, que na última reunião com representantes da indústria foi repassado que haveria reajuste de 0%. No município são 250 trabalhadores, chegando a dois mil se somado as todas as sedes nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Uma nova reunião está agendada para o dia 30 de março.

Em nota, enviada na tarde desta terça-feira, 8 de março, a assessoria da Imbel afirmou que "em relação à suposta dispensa de dirigentes sindicais, esclareço que quatro empregados de uma das fábricas da IMBEL (não pertencentes à FJF) foram demitidos pelo exercício ilegal da atividade sindical. A despeito das inúmeras solicitações aos sindicatos de informações sobre os respectivos quadros de dirigentes locais nunca terem sido respondidas, a empresa descobriu que aqueles quatro empregados usufruíam, indevidamente, das vantagens previstas para os cargos, contando para isso com a conivência de terceiros. Tais inconsistências prefiguram o cometimento de crimes de estelionato e falsidade ideológica e visando apurar os fatos e levantar as responsabilidades de pessoas, grupos e organizações envolvidos no episódio, foi instaurada uma sindicância, sendo dado aos empregados o direito constitucional da ampla defesa e do contraditório.

A empresa afirma que todas as suas decisões têm se baseado nos princípios basilares da moralidade e legalidade, não se afastando deles sob quaisquer condições. Nesse sentido, a IMBEL desafia o seu detrator a apontar de forma objetiva e clara qualquer decisão da diretoria da empresa que possa ser apontada como ilegal ou conflitante com a legislação em vigor ou com as orientações emanadas pelas diversas áreas e instâncias da Justiça. Antes de tais medidas caracterizarem possível retaliação aos empregados, elas consistem em medidas de gestão necessárias ao enfrentamento da grave crise econômica instalada no país, cujos reflexos se fazem sentir de forma significativa nesta empresa pública dependente.

Em relação aos alegados cortes de benefícios (café da manhã, seguro de vida etc), a empresa nada mais fez do que cumprir estritamente o que prescreve a legislação. Nenhum benefício a que o trabalhador faz jus foi cortado: em função do preocupante momento econômico-financeiro vivido pelo país, alguns deles foram adequados aos percentuais e valores estabelecidos em Lei .

Finalizando, esclareço que as negociações salariais com os sindicatos encontram-se em sua fase inicial, e que o “repasse” (termo utilizado pelo denunciante) da informação de “reajuste de 0%” é prematuro e inverídico, haja vista que tal possibilidade nem consta da Ata de Reunião formalizada após a realização da 1a reunião e assinada pelos participantes."