Operação Corvina prende 18 empresários de Juiz de Fora Polícia Federal ainda apreendeu 75 carros de luxo e mais de 500 máquinas caça-níqueis da quadrilha acusada de explorar jogos de azar
Repórter
07/12/2007
A Operação Corvina da Polícia Federal prendeu 18 empresários de Juiz de Fora, 75 carros de luxo, mais de 500 máquinas caças-níqueis, jóias, armas e cerca de um milhão em espécie, entre cédulas do real, dólar e euro. A quadrilha é acusada de atuar na exploração de jogos de azar, em Juiz de Fora e região, há cerca de sete anos.
No total, 20 pessoas foram presas: 16 em Juiz de Fora, três em São Paulo
(dois deles juizforanos) e uma no Rio de Janeiro. Segundo o delegado da PF,
Cláudio Nogueira (foto abaixo), todos eles têm alto poder aquisitivo e são os
líderes do esquema de jogo de azar. "As contas e imóveis deles
foram bloqueadas e mais gente ainda pode ser presa"
, afirma.
Os nomes dos empresários não vão ser revelados pela Polícia Federal para preservar a imagem dos acusados. Os que foram presos em Juiz de Fora foram levados de ônibus para o Ceresp. Os veículos e máquinas foram levados para um galpão da justiça. As apreensões foram feitas em bingos e casas de jogos.
As ações de inteligência da Operação Corvina começaram a ser feitas em novembro
de 2006 (
leia a matéria). O delegado conta que essa foi uma decisão da PF de cortar o mal pela
raiz. "A ação de hoje veio a partir de outras apreensões da polícia
de máquinas caça-níqueis e começou logo em seguida da Operação Castor. Agora, a
maioria dos líderes do jogo de azar na região estão presos"
, declarou.
Situação controlada

"É ótimo para sociedade, porque esses jogos de azar fazem muitas pessoas terem brigas familiares e perderem dinheiro para enriquecimento de outros", destaca.
Cláudio ainda faz um alerta para os comerciantes que ainda insistem em manter
máquinas caça-níqueis em funcionamento. "Eles estão cometendo crime e também
podem ser presos, isso não está descartado. Esse foi o início de um trabalho,
ainda vamos avaliar o impacto dele e quais as novas medidas que devem ser tomadas"
, observa.
Viaturas da PF estiveram circulando em Juiz de Fora, durante toda essa sexta-feira,
dia 07 de dezembro. Ao todo foram cumpridos 120 mandatos de busca e apreensão.
A estimativa é de que a quadrilha teria lucro anual de R$ 15 milhões.
De acordo com o delegado, os acusados ainda correm o risco de terem outros bens
seqüestrados. "Se for provado que foi comprado com enriquecimento ilícito
eles podem perder imóveis para União"
.
Ao todo, foram 350 policiais mobilizados na Operação Corvina, nome em alusão a uma espécie de peixe que habita tanto o mar quanto o rio, numa referência à conexão Minas Gerais - Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal de Juiz de Fora/MG. A investigação teve ajuda do Banco Central, da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Comentários enviados por email
Hoje, 07 de dezembro de 2007, em Juiz de Fora, assistimos a "rapina", digo, a Corvina - mais semelhante à política do pão e circo romano do que, conforme, excelentíssimo Dr. Cláudio Nogueira (Delegado da Polícia Federal), quando disse a home-page do Acessa.com: 'estamos cortando o mal pela raiz' - e completou sofisticamente - 'é ótimo para sociedade, porque esses jogos de azar fazem muitas pessoas terem brigas familiares e perderem dinheiro para enriquecimento de outros", destaca.
Enfim, caro leitor, pode-se ver que o Sr. Dr. Cláudio Nogueira não compreendeu sociologia, muito menos filosofia quando realizara o curso de Direito. Se este argumento supracitado procede, que por sinal é completo de incoerência, por que não se fecha as indústrias de álcool, de cigarro, de jogo do bicho e até mesmo a Mega-Sena, Lotomania, etc? Não são estes também males sociais - que em minha opinião são tão prejudiciais ou mais que os caça-níqueis. Quem enriquece e quem os outorga direitos de funcionamento? Qual é o verdadeiro interesse por trás da mega - operação Corvina?
Por fim, finalizo o meu pensamento incômodo para a sociedade, paras as forças armadas e politiqueiros de plantão: será que a hipocrisia não esconde procedimentos de sicofantismo por detrás do real? e com sabedoria cito o filósofo Voltaire "é difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram". Sejamos justos e paramos de ser sicofantas! Se existe mesmo justiça na práxis que proibamos também as indústrias cervejeiras, de cigarros, do jogo do bicho, caça-níqueis, mega-sena (e semelhantes) que trazem prejuízos incalculáveis para a humanidade em nível psicológico, estrutural-familiar e econômico - claro, se isso for bom para ilustríssimos! Saúde e Paz!
Don François de Guinebert. (Pseudônimo)