Dificuldade na liberação de recursos na Caixa atrasa obras do Restaurante Popular Proximidade do encerramento do prazo do edital e modelo de gestão do restaurante são as principais preocupações do Comsea

Victor Machado
*Colaboração
1/9/2011

Prevista para ser entregue em agosto deste ano, as obras do Restaurante Popular de Juiz de Fora ainda não foram encerradas. Em visita ao local nesta quinta-feira, 1º de setembro, membros do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsea), mostraram preocupação quanto ao prazo final para utilização do recurso federal e cobraram definições para que o restaurante seja inaugurado. O prazo máximo para o término é dia 31 de dezembro, após a data corre-se o risco de perder a verba e o investimento que já foi feito até hoje.

Apesar de acreditar que as obras estão avançadas, a primeira secretária do Comsea, Bettina Koyro, questiona se vai dar tempo de terminar toda a construção em dezembro. "Ainda precisa de fazer licitação para o que falta na obra e o processo é lento. Queremos uma definição o mais rápido possível sobre o andamento das obras." Já o vereador Flávio Cheker diz ter havido pouca evolução entre a última visita do conselho ao local e a atual visita. "Fazemos visitas periódicas, mas houve pouco avanço. Tivemos a informação de que a obra está praticamente parada." 

De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, André Zucchi, os atrasos são decorrentes de problemas na liberação de recursos federais na Caixa Econômica. "Tivemos que fazer uma reprogramação, o que demandou tempo e dificultou a liberação. Tivemos uma desaceleração nas obras, mas com a solução da questão da verba, o ritmo já está normal." Ele lembra que no dia 20 de setembro haverá a licitação dos equipamentos para o local.

Segundo o vereador, existe ainda o questionamento por parte do Comsea sobre como será a gestão do restaurante. "Não sabemos nada ainda. Se o acesso será para todos ou haverá alguma política especial. Até porque não existe uma equipe destinada a discutir isso e ficamos sem informações." Os membros do conselho acreditam que seria necessário formar uma equipe específica para a obra na Prefeitura. "Deveríamos ter um engenheiro, um técnico, uma nutricionista, uma assistente social, profissionais que dariam subsídio para que as definições fossem mais rápidas", opina o vereador.

O secretário de Agropecuária e Abastecimento, Airdem Gonçalves de Assis, afirma que em breve um grupo de trabalho, composto por membros da Prefeitura e do Comsea, irá se reunir para discutir algumas alternativas para a gestão do restaurante popular, o perfil dos frequentadores, dentre outras questões referentes ao funcionamento. Quanto ao modelo de gestão, há duas propostas: terceirização parcial, ou seja, PJF ficaria responsável pelo abastecimento e haveria a contratação de uma empresa para cuidar da questão operacional das refeições; ou total, em que empresas concorreriam para serem responsáveis por todo o funcionamento do estabelecimento. "Nos dois modelos, a supervisão é da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento. Entretanto, estamos abertos para ouvir outras propostas."

Proposta

O presidente da Associação dos Apicultores de Juiz de Fora e Região (APIJUR) e representante dos produtores rurais da região, Antônio Neves de Campos, destaca que o ideal seria atrair os produtores para vender os alimentos necessários para o restaurante. "Os produtores querem participar e é uma proposta nossa. Cada um pode produzir R$ 30 mil por mês. A ideia é vender R$ 9 mil para escolas e R$ 21 mil para o restaurante. Queremos fazer com que os trabalhadores rurais permaneçam na Zona Rural."

Cheker propõe a utilização da população de rua para trabalhar no restaurante. "É uma intenção de o conselho propor que a população de rua trabalhe no restaurante. Mas não existe uma equipe para discutir com o conselho essas questões. Além de preços, de quem comandará o restaurante, entre outras definições."

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken

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