Quinta-feira, 19 de março de 2009, atualizada às 19h

Sinttro contesta liminar do MP contra paralisação de ônibus no Centro de Juiz de Fora e convoca assembleia geral para esta sexta-feira

Daniele Gruppi
Repórter
Foto Motorista
Em arquivo:
  • Negociações entre Sinttro e Astranp não avançam

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano (Sinttro) marca para esta sexta-feira, dia 20 de março, às 11h, uma assembleia para retomar o movimento dos motoristas e cobradores. Segundo o vice-presidente do Sinttro, Paulo Avezani, o encontro só aconteceria na próxima segunda, 23, mas foi antecipado, já que o promotor de Meio Ambiente e Urbanismo, Júlio César da Silva, pretende encaminhar à Justiça pedido de liminar contra a paralisação de ônibus no Centro de Juiz de Fora.

A liminar solicita a proibição de os ônibus pararem no Centro da cidade e estipula multa de R$ 50 mil para cada veículo que desrespeitar a norma. Será exigida ainda a escala dos 30% dos profissionais que estiverem trabalhando no dia da paralisação. Além do nome dos funcionários, será preciso informar o número do carro que estará rodando e o horário. O promotor ainda entrou com uma ação de indenização pelos danos morais e materiais que a greve dos motoristas e cobradores, realizada no dia 9 de março, causou à população juiz-forana.

Avezani afirma que a última paralisação foi legítima.Encaminhamos documentos à Polícia, ao Ministério Público, à Prefeitura e à Astransp, comunicando a greve. Enviamos um ofício também a cada empresa de ônibus para que elas pudessem se reunir com o Sinttro a fim de definir a escala de revezamento dos trabalhadores. Publicamos ainda o edital de greve. O MP age de forma arbitrária.

O vice-presidente diz que a atitude do Ministério Público acirrou ainda mais a vontade dos trabalhadores de lutar pelos direitos da classe. O Sinttro vai sugerir quatro diferentes mobilizações, que podem ser iniciadas após o encontro. A primeira proposta é fazer uma operação tartaruga, ou seja, os ônibus devem circular no Centro na primeira marcha. O segundo é trancar as roletas e deixar os juiz-foranos andarem de graça. Outro é fazer passeatas pela cidade e decretar greve geral.Não podemos abrir mão da nossa data-base. A greve é o nosso último recurso, avalia.

A greve geral, no entanto, só pode acontecer 72 horas depois da assembleia. Conforme Avezani, se houver paralisação, será na garagem e manterá os 30% dos funcionários em atividade. Ele afirma que 97% da categoria apoia o movimento.

Negociações entre Sinttro e Astransp

Foto de AvezaniNesta sexta-feira, 20, o Sinttro e a Astransp voltam a sentar na mesma mesa. Desta vez, o procurador geral do município, Gustavo Vieira, vai participar. Foram também convidados os promotores Carlos Ari Brasil e Plínio Lacerda. A reunião será intermediada pelo chefe de Relações do Trabalho da Gerência Regional do Trabalho e Emprego, José Tadeu Medeiros.

Avezani declara que a proposta do Sinttro está fechada. A categoria quer reajuste de 11,86%, redução da jornada de trabalho e manutenção dos benefícios do último acordo coletivo: tíquete-alimentação, cesta básica, plano de saúde e seguro de vida. A Astransp não divulgou se levará propostas.Na última quarta-feira, dia 18 de fevereiro, o presidente da Astransp, Fernando Goretti, disse que iria conversar com as empresas para decidirem se apresentariam ou não uma proposta.

Para o vice-presidente do Sindicato, as negociações salariais não podem estar atreladas ao aumento da tarifa. Ele critica o fato de o Ministério Público ainda não ter apresentado o estudo com os cálculos da passagem.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes

Sinttro/Divulgação - Sinttro contesta liminar do MP contra paralisação de ônibus no Centro de Juiz de Fora e convoca assembleia geral para esta sexta-feira