Emplacamentos de ve?culos triplicam em 12 anos em JF

Emplacamentos de veículos triplicam em 12 anos em JF Além do aumento do número de veículos, falta de investimento público e precariedade da sinalização são apontados como problemas do trânsito

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O trânsito em Juiz de Fora começa a apresentar características comuns das grandes cidades, como congestionamentos e buzinaços. Um das causas é o número crescente de veículos nas ruas da cidade. Segundo o vice-presidente da Comissão Municipal de Segurança e Educação para o Trânsito (Comset), Mário Jacometti, o número de emplacamentos triplicou em 12 anos.

"Em 1997, eram emplacados uma média de seis a sete carros por dia e o número de veículos nas ruas girava em torno de 120 mil. Atualmente, são emplacados 20 carros diariamente e o número da frota atingiu 160 mil unidades."

De acordo com Jacometti, estatísticas da Comset revelam que o crescimento da frota deve continuar. A previsão é de que ocorra um grande acréscimo de carros nas ruas. "Em 1960, a frota nacional girava em torno de 503 mil veículos. Em 2009, o número pulou para 50 milhões."

Entretanto, boa parte do montante de veículos são sucatas, ou seja, são carros inadequados para estarem nas vias. O vice-presidente da Comset afirma que a falta de inspeção provoca a superlotação. "Deveria existir uma fiscalização mais eficiente para não permitir que os carros irregulares circulem. Não existe um critério na fiscalização. Os Detrans (Departamento Estadual de Trânsito) não estão estruturados", conclui.

Além do grande número de veículos, o vice-presidente da Comset diz que a ausência de investimento público também contribui para os engarrafamentos e a falta de fluidez no trânsito. "A mobilidade urbana depende de dinheiro e recursos para as obras públicas, como viadutos e pontes. A cidade cresceu, mas as alternativas de ruas, não."

Outro problema levantado é a presença da linha férrea cortando a cidade. De acordo com Jacometti, o trânsito seria menos prejudicado se ela contornasse o município. "Em 1995, 42 milhões de toneladas ao ano de carga eram transportadas. Em 2009, o número aumentou para 130 milhões. Com isso, a frequência de paralisação do trânsito é muito maior", afirma.

Apesar dos problemas, na avaliação da Comset o trânsito em Juiz de Fora é nota oito. "Isso significa um resultado aceitável, mas que precisa de melhorias. O tráfego de veículos é momentaneamente acentuado nas horas de rush e saídas de colégio, por exemplo. No entanto, a perspectiva para cinco ou seis anos é grave."

 Soluções

De imediato, o vice-presidente do Comset aponta a extinção de estacionamentos nas vias públicas. "Algumas ruas, como a Braz Bernadino, têm três pistas e duas são ocupadas por estacionamento. Se a saída é menor do que a entrada, a tendência de retenção é maior." Outro ponto crítico, que inclusive é motivo de reclamações constantes de motoristas e pedestres, é o cruzamento da avenida Rio Branco com a Independência. Segundo Jacometti, os veículos ficam parados por até dois minutos nos semáforos. "A sinalização é irregular. Pelo tempo dos sinais, chegam mais carros do que saem. A solução seria a construção de um viaduto."

Para uma educação no trânsito eficiente, é preciso que o cenário esteja apropriado. "Não adianta educar o pedestre para atravessar na faixa, se ela está apagada ou não comporta o fluxo de pessoas. Não adianta multar, se a sinalização não é bem vista ou não está adequada. "O vice-presidente da Comset atenta para o uso do transporte público e dos passeios. "Muita gente não sabe, mas o passeio é um transporte público de massa. Se bem utilizado e desobstruído, é uma medida efetiva para desafogar o trânsito."

*Pablo Cordeiro é estudante do 9º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Madalena Fernandes