Roubos a casas lotéricas aumentam 800%Entre janeiro e junho deste ano, oito estabelecimentos foram assaltados em Juiz de Fora. No mesmo período de 2009, não houve crime

Aline Furtado
Repórter
28/6/2010

O número de assaltos a casas lotéricas aumentou 800% entre o ano passado e este ano. Segundo dados da Polícia Militar (PM), de janeiro a junho deste ano, oito estabelecimentos foram roubados, sendo dois crimes praticados em março, dois em abril, dois em maio e dois em junho.

No mesmo período do ano passado, nenhuma ocorrência foi registrada neste período. Em 2009, foram registrados, ao todo, cinco roubos a lotéricas, os quais foram praticados nos meses de agosto, setembro e outubro, de acordo com informações da PM.

Entre os crimes praticados neste ano, dois aconteceram na última semana, nos dias 23 e 24 de junho. Em um deles, no Quintas da Avenida, foram levados R$ 1.100, no outro, no bairro Santo Antônio, foi registrado roubo de R$ 3.973,10. Neste último caso, o estabelecimento contabilizou o terceiro assalto em pouco mais de um mês. No último dia 14, a mesma lotérica foi alvo de um bandido, que roubou R$ 5.745.

As casas lotéricas têm, cada vez mais, realizado serviços antes só oferecidos por agências bancárias, como saques de benefícios e de conta-poupança, depósitos, pagamentos, entrada no pagamento habitacional, entre outros. Contudo, os estabelecimentos não oferecem a mesma segurança disponibilizada nos bancos, que dispõem de segurança humana armada, porta giratória equipada com detector de metais etc.

Casa lotéricaAs casas lotéricas são equipadas com câmeras, TVs para videomonitoramento e alarme, o que não garante a segurança dos funcionários e das pessoas que utilizam os serviços. "Contamos mesmo é com a proteção de Deus", afirma o atendente de uma casa lotérica localizada no Centro da cidade, Vanderlei Fernandes. "Ficamos assustados com esta onda de assaltos na cidade, mas acabamos nos sentindo mais seguros porque estamos na região central, onde a circulação de pessoas é intensa", destaca.

A insegurança também é sentida pelo gerente de outra casa lotérica, Francisco Barros. "Infelizmente, nossa segurança é frágil, o que acaba nos deixando expostos à ação dos criminosos." Para a dona de casa Cleidimar Costa Barros, a possibilidade de realizar pagamentos em lotéricas traz facilidade. "Acho mais prático do que ter que ir a bancos." Com relação à segurança, ela afirma nunca ter tido problema. "O tempo que ficamos na fila não é tão longo. Creio não correr muito risco", acredita. Já o autônomo Mário Jorge da Silva relata que evita usar os serviços das lotéricas. "Prefiro ir ao banco. No caso de saques, então, não faço em lotéricas de jeito nenhum."

A fim de garantir a manutenção do sistema de segurança nas casas lotéricas, a Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pela concessão do serviço, repassa, mensalmente, verba aos proprietários dos estabelecimentos. Segundo a assessoria da instituição em Juiz de Fora, o valor, denominado adicional de segurança, não é divulgado, mas varia conforme o tamanho da loja. A intenção é possibilitar o aprimoramento das condições de segurança das lotéricas. "Creio que a Caixa deveria dar mais suporte. Nos sentimos impotentes diante dos roubos e não contamos com qualquer tipo de apoio", reclama Fernandes.

A assessoria da CEF informou ainda que para concorrer às licitações, os estabelecimentos devem apresentar, entre outros itens, câmeras, alarme e cofre. Atualmente existem 10.113 lotéricas em 4.426 cidades brasileiras. Na região do Sudeste de Minas são 170 lotéricas em 98 cidades, sendo 33 em Juiz de Fora.

autônomo Mário Jorge da Silva


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