Proposta de reajuste salarial de empresários do transporte coletivo desagrada categoria. Manifestações podem ocorrer
Repórter

Em um encontro, realizado no final da tarde da última terça-feira, 1º de fevereiro, entre representantes das empresas de ônibus urbanos de Juiz de Fora e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo (Sinttro), os empresários apresentaram uma contraproposta de reajuste salarial que desagradou a categoria.
Motoristas e cobradores reivindicam aumento de 15%, mas os empresários do setor afirmam a possibilidade de conceder 4,6%. "Na primeira negociação, recebemos a proposta de 3%, como abono salarial. Mesmo com o aumento do índice para 4,6%, entendemos que as empresas podem, sim, conceder reajuste maior, já que não se encontram mais no vermelho. Prova disso é a mudança para a bilhetagem eletrônica, implantada durante o ano passado", destaca o presidente do Sinttro, Paulo Avezani.
Na reunião, os empresários continuaram afirmando que os benefícios recebidos pelos trabalhadores não serão alterados. "O que eles pretendem manter é a data-base no mês de fevereiro, além das cláusulas já acordadas em outras negociações, mas não há qualquer tipo de aumento dos benefícios. Pretendemos mudar o valor do vale-refeição de R$ 160 para R$ 250."
No início da próxima semana, a categoria reúne-se em uma assembleia geral, na qual deverá ser analisada a proposta apresentada pelos empresários. "Pela minha experiência, creio que os trabalhadores vão rejeitar a proposta, pois o índice apresentado está abaixo do INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor], que foi de 6,02% no ano passado." Com isso, segundo Avezani, não está descartada a possibilidade de manifestações. "Se a categoria decidir por movimentos como Operação Tartaruga ou paralisações, vamos acatar, desde que esteja dentro da legitimidade."
Os textos são revisados por Thaísa Hosken