E-paper

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Tecnologias do s?culo XXI

Papel eletr?nico: vem a? uma nova revolu??o

Bancas v?o vender jornais eletr?nicos de pl?stico

Luciana Mendon?a
23/09/99

Jornais, livros, revistas, cartazes publicit?rios e todos os outros meios de comunica??o escrita ser?o vendidos no formato e-paper, o papel eletr?nico. A previs?o ? de que, em meados de 2001, a tecnologia j? esteja dispon?vel no mercado mundial.

O e-paper ? feito de um novo tipo de pl?stico flex?vel, como as transpar?ncias usadas em retroprojetores. Tem a textura e apar?ncia de uma folha de papel convencional e re?ne suas vantagens: ? leve, port?til, pode ser lido em qualquer lugar, de qualquer ?ngulo, n?o quebra, ? dobr?vel e barato, ao contr?rio dos computadores e das telas de TV. E tem ainda as caracter?sticas de um meio digital: nele podem ser estampados, apagados e atualizados textos e imagens, tendo um reaproveitamento de at? 5 milh?es de vezes. As folhas s?o alimentadas em pequenas impressoras especiais, do tamanho de um mouse e de custo insignificante.

As imagens e caracteres permanecem dispon?veis por muito tempo, sem que seja necess?rio abastec?-lo com qualquer tipo de energia. Chips com os conte?dos de jornais e revistas poder?o ser comprados nas bancas e livrarias e o conte?do pode ser alterado at? mesmo de hora em hora, ou em tempo real, por conex?o do e-paper com a Internet ou via ondas de r?dio. Ele poder? tamb?m ter recursos multim?dia (?udio e v?deo).

Seu inventor ? o cientista Nicholas Sheridon, do Centro de Pesquisas da Xerox, em Palo Alto, na Calif?rnia, EUA. A princ?pio, Nicholas chamou seu invento de gyrycon, mas logo depois a tecnologia foi batizada de e-paper. A Xerox j? fez um acordo com a 3M para fabric?-lo em escala comercial. Uma equipe do MIT - Instituto Tecnol?gico de Massachussets, chefiada pelo professor Joseph Jacobson, desenvolveu uma vers?o do e-paper e fundou uma empresa em Boston, a E-Ink, para comercializ?-lo. A IBM tamb?m pretende competir neste mercado, mas ainda n?o lan?ou um projeto.

Atualmente, o consumo mundial de papel ? de trezentas mil toneladas e os computadores t?m aumentado seu uso em lugar de diminu?-lo. As reservas do tradicional papel jornal s?o limitadas e, seja daqui a 20 ou 100 anos, tendem a acabar. O e-paper surge como a alternativa que pode revolucionar as ind?strias de comunica??o do s?culo XXI. Quando for produzido em grande escala, ser? bem mais barato que o papel de origem vegetal, devido ao seu reaproveitamento quase infinito.

Para as editoras de livro, estima-se que a tecnologia gere uma economia de quase um ter?o dos gastos com manufatura. Para as empresas jornal?sticas, o lucro poder? aumentar em 2,5 vezes, j? que a mat?ria-prima ser? bem mais barata (aproximadamente U$1 por folha).

A E-Ink pensa em utilizar o e-paper, a princ?pio, para posters de propaganda de produtos, afixados em estabelecimentos comerciais. Um cartaz de an?ncio tradicional custa caro e precisa ser trocado com freq??ncia. O poster eletr?nico diminuir? bastante estes custos.

De acordo com press-release da assessoria da Xerox, ?dificilmente o e-paper vir? a substituir por completo o papel convencional. Inicialmente ele ser? um complemento e pode at? vir a substitu?-lo em algumas fun?es por raz?es de custo ou armazenamento. Ainda existem limita?es, como o uso de cores, mas elimin?-las ? apenas uma quest?o de tempo.?

(Se voc? conhece novas informa?es sobre as tecnologias da comunica??o escrita para o s?culo XXI, mande-nos um e-mail.)

Como funciona o gyricon, ou e-paper

Gyricon vem do grego gyrus (girar) mais icon (figura), isto ?, a figura que gira. Trata-se de uma l?mina de pl?stico flex?vel, semelhante ?s usadas em retroprojetores, onde est?o armazenadas milhares e milhares de min?sculas bolinhas, metade brancas e metade pretas. Essas bolinhas flutuam em cavidades cheias de um l?quido especial e que giram sob a tens?o de impulsos eletro-eletr?nicos.

Sinais enviados por televis?es a cabo, ou mesmo pela Internet, afetam o comportamento das bolinhas, que espalham tinta preta se o sinal for negativo ou tinta branca se o sinal for positivo. A carga de sinais, a exemplo do que acontece com os pontos de tinta numa impressora a laser, podem formar imagens e caracteres. Mas diferentemente da tinta comum, elas podem ser recarregadas indefinidamente.

Fontes:
http://www.media.mit.edu/micromedia/elecpaper.php
http://www.xerox.com.br/novidade/prelease/epaper.stm
http://www.uol.com.br/webworld/tecnologia/tec_091699.php
http://www.polen.com.br/informa1.php