Bombeiros fazem o rescaldo na Floriano Peixoto
Após 24 horas de combate ao incêndio na rua Floriano Peixoto, os bombeiros fazem o rescaldo nos prédios atingidos. Ao todo, sete edificações, incluindo uma residencial, foram destruídas pelo fogo. Segundo o assessor de comunicação do 4BBM, o oficial Marcos Moreira Santiago, os trabalhos estão sendo feitos juntamente com a Defesa Civil e não há previsão de término.
Trata-se do segundo incêndio num período de cerca de doze meses, o que alerta para a infraestrutura das edificações e da cidade. Em outubro de 2010, o fogo destruiu uma loja de lustres na rua Santa Rita e, para o combate, contou com a ajuda da Cesama, já que o hidrante que abasteceria as mangueiras das viaturas estava distante. Desta vez, na rua Floriano Peixoto, os bombeiros utilizaram os hidrantes da Getúlio Vargas, Mister Moore e avenida Rio Branco.
Em entrevista ao Portal ACESSA.com, Santiago explicou como os trabalhos de combate ao fogo foram desenvolvidos. Embora aponte a falta de hidrantes na cidade, ele acredita que o fator não prejudicou a operação, mas a natureza das edificações que são muito antigas e próximas às outras.
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- ACESSA.com - Qual foi a estratégia de combate ao incêndio? Quantas viaturas e profissionais foram acionados?
Às 17h27, fomos acionados pelo público, mencionando que havia um incêndio numa loja de festas. Imediatamente, encaminhamos uma viatura de socorro, uma de resgate e uma com o comandante. Com a comunicação, vimos que havia a necessidade de mais duas viaturas. Inicialmente, trabalhamos com cinco viaturas e cerca de dez bombeiros. Depois, fomos pedindo mais reforço. Ao todo, foram 16 viaturas e 60 profissionais empenhados, além de caminhão-pipa de apoio de órgãos públicos e de empresas privadas. Não havia necessidade de acionarmos helicópteros. Já estava escurecendo e o incêndio envolvia produtos inflamáveis, derivados do petróleo, o que provocava uma fumaça muita preta, dificultando a visibilidade e o sobrevoo.
- Em outubro de 2010, o Portal ACESSA.com noticiou que em Juiz de Fora havia 62 hidrantes. Essa situação permanece? A falta de hidrantes pode ter comprometido a operação?
A situação permanece. Precisamos de mais, mas o Centro é bem coberto por hidrantes e não houve dificuldades com relação à água. Usamos hidrantes da Getúlio, da Mister Moore e da Rio Branco.
- Mais de dez horas de incêndio até que o fogo fosse controlado. Por que o incêndio durou tanto tempo?
Temos que considerar a natureza do local. Trata-se de lojas que trabalhavam com material inflamável e com um grande estoque. Além disso, as edificações são muito próximas, o que facilita a propagação do fogo.
- O Corpo de Bombeiros sempre faz ações vistoriando lojas para prevenir incêndios. As lojas na Floriano passaram por essa vistoria? Qual era a situação?
Periodicamente fazemos vistorias, visando à prevenção, e em algumas épocas em que o comércio funciona mais intensamente, como o Natal, há um esforço maior nesse sentido. Mas não temos condições de verificar todas. Por isso, pedimos para quem tem comércio, indústria ou casas de recepção ao público que cumpra as normas de prevenção ao incêndio, não só para obterem o auto de vistoria dos bombeiros, mas por questão de segurança.
Prevenção
Para o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marconi Moraes, uma possível causa para o incêndio é algum problema nas instalações elétricas. "Mesmo sem ter ido ao local, acredito que a instalação elétrica pode ter sido um dos motivos, pois os prédios são antigos e merecem atenção à rede, ou seja, é preciso que sejam feitas manutenções constantes para evitar curtos-circuitos."
Ele afirma que todo estabelecimento comercial deve ter equipamento de proteção individual, como extintor de incêndio. Além disso, diz ser fundamental que os gerentes de lojas participem de treinamentos de combate à incêndio. "Por mais ágil que seja a chegada dos bombeiros, é fundamental treinar um funcionário para que ele seja líder em caso de incêndio e possa ajudar os outros profissionais e no combate."
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