Transferência de delegados é revogada e profissionais voltam ao trabalho em JF
*Colaboração
A decisão de transferência dos delegados Rodolfo Ribeiro Rolli e Rodrigo Ribeiro Rolli para as delegacias de Ribeirão das Neves e Campo Belo foi revogada pela direção da Polícia Civil de Minas Gerais. A decisão foi publicada no Dário Oficial de Minas, Caderno Executivo, no último sábado, 30 de junho.
O motivo alegado para a transferência foi o excesso de contingente no 4º Departamento de Polícia Civil, composto por Juiz de Fora e outras 85 cidades, argumento questionado pelo Sindicato dos Servidores de Polícia Civil (Sindpol). De acordo com o diretor regional da entidade, Marcelo Armstrong, a realidade da PC na região não permitiria transferências, sobretudo com a justificativa apresentada e, com isso, a revogação foi importante.
"Estamos com um déficit gravíssimo de policiais civis em Juiz de Fora e não há a menor possibilidade de transferência. O que precisamos é de aumentar o corpo da polícia, porque as condições atuais de trabalho estão preocupantes".
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Sobre a decisão revogada, o diretor regional afirma que se deu graças a um mandato de segurança realizado a pedido dos policiais, questionando a fundamentação. "Os dois policiais já voltaram a trabalhar e estão mais tranquilos de saberem que não serão transferidos sem motivo." Segundo Armstrong, atualmente existem cerca de 200 policiais na cidade, quando na verdade deveria haver 500. Deste total, 30 devem se aposentar até o final do ano. "Na Zona Norte, por exemplo, temos apenas quatro investigadores para uma população de 150 mil habitantes. Barbacena, que tem a mesma população, conta com 30 investigadores", afirma.
Ainda de acordo com o diretor regional, a Organização Mundial do Trabalho indica a necessidade de um policial civil por mil habitantes, proporção desrespeitada na cidade. Ele revela que estudo realizado pelo Governo do Estado apontou que seriam necessários 18.500 policiais civis em Minas Gerais, mas só existem 9 mil atualmente. Segundo Armstrong, 30% deste efetivo encontra-se de licença por questões de saúde. "Temos que abrir urgentemente concurso para a Polícia Civil", afirma, para depois comentar a situação. "Chegou a tal ponto que já estamos vendo aumento da criminalidade. Apenas 8% dos homicídios são apurados, o que é gravíssimo. É preciso valorizar a Polícia Civil. Por isso, estamos cobrando do governo a abertura de concurso público, a valorização da categoria e melhores condições de trabalho".
*Nathália Carvalho é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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