Moradores do Mundo Novo reclamam de queimadas em terreno de escola

Queima de galhos e folhas secas provoca grande quantidade de fumaça nas proximidades da Escola Estadual Juscelino Kubitschek

Andréa Moreira
Repórter
1º/8/2012
Monte de folhas e galhos na E.E. Juscelino Kubitschek

Os moradores do bairro Mundo Novo, vizinhos da Escola Estadual Juscelino Kubitschek, convivem há anos com um problema que se agravou nos últimos tempos. Um desses moradores é Ulisses Cesário Rezende, que reside na região há 13 anos. "Dentro dos limites do colégio, existem muitas árvores e boa parte do terreno é gramado. Os responsáveis pela limpeza costumam acumular galhos, folhas e grama, durante muitos dias, até mesmo semanas, em um local específico, dentro do colégio, próximo à cerca. E, depois de juntarem uma quantidade boa de lixo e mato, costumam atear fogo, o que provoca uma quantidade imensa de fumaça. Isto está causando muitos transtornos para toda a comunidade do bairro, principalmente para os moradores mais próximos do colégio", afirma.

Opinião também compartilhada pela dona de casa, Aparecida Fernandes. "Eles vão acumulando folhas e galhos e depois ateiam fogo. No final do mês de julho, as chamas foram tão altas que tivemos que chamar os bombeiros", acrescenta.

De acordo com o sargento do Corpo de Bombeiros, Evandro da Silva, fazer queimadas, principalmente nesta época do ano, é muito perigoso, pois como a vegetação está mais seca, qualquer fogo pode causar incêndios de grande porte. "Estamos sempre realizando campanhas e orientando a população sobre os perigos de fazer queimadas, por menor que sejam." Além disso, Silva destaca que folhas e galhos não podem ficar acumulados. "Esse tipo de resíduo é um lixo, e como tal, deve ser encaminhado para um local adequado."

Rezende revela que há muito tempo tenta resolver o problema e já procurou a direção da escola, a Superintendência Estadual de Educação (SEE) e até mesmo a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), mas não conseguiu uma solução. "O que eu quero, juntamente com os demais moradores, é que parem com essas queimadas. Há alguns dias meu filho ficou internado por uma semana e, quando ele recebeu alta, o levei para casa, mas tive que sair imediatamente, pois a fumaça estava insuportável".

A reportagem do Portal ACESSA.com também entrou em contato com algumas autoridades para buscar solução para o problema. De acordo com a assessoria SEE, a obrigação da direção é manter o pátio e as demais dependências do colégio limpas, o que é realizado. O contato com a diretora da escola foi feito, mas não houve retorno às várias ligações.

A resposta veio por meio da assessoria da SEE, que  informou que não são os funcionários da escola que ateiam fogo no monte de folhas e galhos. Como o colégio não possui muros de alvenaria, apenas uma cerca de arame, qualquer pessoa pode colocar fogo no local. Por fim, a SEE disse que o trabalho de recolher o resto de galhos e folhas secas seria da PJF.

Entretanto, o diretor operacional do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), Paulo Antônio Delgado, informa que o órgão é responsável apenas pela coleta do lixo doméstico, sendo que esta quantidade é limitada a 200 litros. "Independentemente de se tratar de pessoa física ou jurídica, quando o lixo produzido não é doméstico, ou seja, folhas, galhos, restos de construção, o destino é um só: o aterro sanitário. Para isso, a direção da escola deve contratar um caminhão e levar este entulho até o aterro, onde será feita a pesagem e cobrada uma taxa, que varia de acordo com o montante levado."

Monte de folhas e galhos na E.E. Juscelino Kubitschek Monte de folhas e galhos na E.E. Juscelino Kubitschek
                                                                                                                                                                         Os textos são revisados por Mariana Benicá

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