Moradores do Mundo Novo reclamam de queimadas em terreno de escola
Queima de galhos e folhas secas provoca grande quantidade de fumaça nas proximidades da Escola Estadual Juscelino Kubitschek
Repórter
1º/8/2012

Os moradores do bairro Mundo Novo, vizinhos da Escola Estadual Juscelino Kubitschek, convivem há anos com um problema que se agravou nos últimos tempos. Um desses moradores é Ulisses Cesário Rezende, que reside na região há 13 anos. "Dentro dos limites do colégio, existem muitas árvores e boa parte do terreno é gramado. Os responsáveis pela limpeza costumam acumular galhos, folhas e grama, durante muitos dias, até mesmo semanas, em um local específico, dentro do colégio, próximo à cerca. E, depois de juntarem uma quantidade boa de lixo e mato, costumam atear fogo, o que provoca uma quantidade imensa de fumaça. Isto está causando muitos transtornos para toda a comunidade do bairro, principalmente para os moradores mais próximos do colégio", afirma.
Opinião também compartilhada pela dona de casa, Aparecida Fernandes. "Eles vão acumulando folhas e galhos e depois ateiam fogo. No final do mês de julho, as chamas foram tão altas que tivemos que chamar os bombeiros", acrescenta.
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De acordo com o sargento do Corpo de Bombeiros, Evandro da Silva, fazer queimadas, principalmente nesta época do ano, é muito perigoso, pois como a vegetação está mais seca, qualquer fogo pode causar incêndios de grande porte. "Estamos sempre realizando campanhas e orientando a população sobre os perigos de fazer queimadas, por menor que sejam." Além disso, Silva destaca que folhas e galhos não podem ficar acumulados. "Esse tipo de resíduo é um lixo, e como tal, deve ser encaminhado para um local adequado."
Rezende revela que há muito tempo tenta resolver o problema e já procurou a direção da escola, a Superintendência Estadual de Educação (SEE) e até mesmo a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), mas não conseguiu uma solução. "O que eu quero, juntamente com os demais moradores, é que parem com essas queimadas. Há alguns dias meu filho ficou internado por uma semana e, quando ele recebeu alta, o levei para casa, mas tive que sair imediatamente, pois a fumaça estava insuportável".
A reportagem do Portal ACESSA.com também entrou em contato com algumas autoridades para buscar solução para o problema. De acordo com a assessoria SEE, a obrigação da direção é manter o pátio e as demais dependências do colégio limpas, o que é realizado. O contato com a diretora da escola foi feito, mas não houve retorno às várias ligações.
A resposta veio por meio da assessoria da SEE, que informou que não são os funcionários da escola que ateiam fogo no monte de folhas e galhos. Como o colégio não possui muros de alvenaria, apenas uma cerca de arame, qualquer pessoa pode colocar fogo no local. Por fim, a SEE disse que o trabalho de recolher o resto de galhos e folhas secas seria da PJF.
Entretanto, o diretor operacional do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), Paulo Antônio Delgado, informa que o órgão é responsável apenas pela coleta do lixo doméstico, sendo que esta quantidade é limitada a 200 litros. "Independentemente de se tratar de pessoa física ou jurídica, quando o lixo produzido não é doméstico, ou seja, folhas, galhos, restos de construção, o destino é um só: o aterro sanitário. Para isso, a direção da escola deve contratar um caminhão e levar este entulho até o aterro, onde será feita a pesagem e cobrada uma taxa, que varia de acordo com o montante levado."
