Manifestantes desocupam prédio da Câmara, após garantia da integridade de todos

Na próxima segunda-feira, 1º de julho, uma comissão irá se reunir com representantes do grupo para definir uma audiência pública

Andréa Moreira
Repórter
28/06/2013

Depois de permanecerem por cerca de 20 horas na Câmara Municipal, os manifestantes saíram do prédio por volta das 15h, desta sexta-feira, 28 de junho. Antes de terminar o protesto, uma comissão formada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Juiz de Fora, Denílson Clozato Alves e pelos vereadores Wanderson Castelar (PT), Noraldino Júnior (PMN), André Mariano (PMDB) e Júlio Gasparette (PMDB) esteve com os manifestantes para garantir a integridade do grupo (assista ao vídeo).

Na próxima segunda-feira, 1º de julho, haverá um encontro entre os representantes do movimento e a comissão acima descrita para discutir as pautas destes protestos. Um dos pontos é a redução da passagem para R$ 1,85. Segundo Jéssica Silviere, que esteve presente na reunião, representado os manifestantes, existe uma tabela, porém, ela não soube informar quais os critérios foram utilizados e nem quem elaborou os cálculos. Para o vereador Castelar, é importante fazer uma audiência para apresentar as propostas a população de Juiz de Fora. "As reivindicações atingem toda a população, então é importante a participação de todos."

Segundo a assessoria da Polícia Civil, peritos estiveram na Câmara para verificar os possíveis dados. A princípio constatou-se que uma gaveta foi arrancada, uma Bíblia rasgada e alimentos consumidos, mas o laudo ficará pronto daqui a 30 dias. Mesmo com esta atitude, a comissão se comprometeu a não fazer nenhum tipo de retaliação contra os manifestantes.

Ruas fechadas

Após saírem do prédio, os manifestantes juntamente com um pequeno grupo de populares, seguiram até o prédio da Prefeitura de Juiz de Fora. Durante o percurso, eles fecharam as avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas por alguns minutos. Atitude que irritou alguns moradores, como a secretária Bárbara Andrade. "Preciso pegar minha filha na escola, mas pelo visto irei atrasar. Ainda bem que expliquei a situação para os funcionários e eles disseram que irão esperar eu chegar."

O motofretista Fernando Silvério, também não aprovou a ação. "Só queria saber o que eles ganham fechando o trânsito. Eu, por exemplo, tenho que fazer uma entrega e irei atrasar. Têm várias pessoas aí no ponto de ônibus que trabalharam o dia todo e querem chegar em casa, mas também irão se atrasar. Eles deveriam buscar outras formas de protestar, de preferência que não prejudique a população."

O grupo foi seguido o tempo todo por policiais militares, que garantiram a segurança do trânsito e dos pedestres. Mas ao se aproximarem do prédio da Prefeitura, encontraram os portões fechados. A redação do Portal ACESSA.com tentou falar com algum representante do grupo, mas ninguém quis se manifestar. Durante o tempo que permaneceram na avenida Brasil, na entrada da Prefeitura, alguns utilizaram um megafone para falar com os demais. De acordo com um manifestante, uma mulher que estava com o grupo no interior da Câmara, disse pertencer ao Movimento Sem Terra e que já havia sofrido algumas retaliações em outras manifestações. Porém, mais tarde eles constataram que a mulher não pertencia ao movimento. O manifestante também disse que não foram todas as pessoas que depredaram as instalações da Câmara, porém, eles não iriam delatar as pessoas.


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