Greve dos bancários e Correios deve ser deflagrada na próxima semana em JF
*Colaboração
Os bancários de Juiz de Fora devem deflagrar greve na próxima quinta-feira, 19 de setembro, por tempo indeterminado. A decisão será confirmada durante encontro da categoria nesta quinta, 12, quando ocorre uma assembleia às 18h30. A classe recusa o reajuste proposto pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban).
Na última quinta-feira, 5, a Fenaban apresentou ao Comando Nacional dos Bancários a proposta de reajuste de 6,1%, que foi recusada. Os bancários pedem que o reajuste seja de 11,93%, o que representa 5% de aumento real, descontada a inflação.
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Reivindicações
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Juiz de Fora, Robson Marques, a pauta é extensa, mas as principais reivindicações, além do reajuste, são pela Participação nos Lucros e Resultado (PRL) de três salários, mais o valor fixo de R$ 5.553,15, o aumento de segurança nas agências bancárias, o fim do assédio moral e que 20% das vagas sejam destinadas a negros. Para Marques, "em um país onde 51% da população se declara negra, é um absurdo termos tão poucos negros trabalhando no setor, e sim, como vigilante ou copeiros. Há uma discriminação muito grande nesse sentido."
Correios
Os trabalhadores dos Correios de Juiz de Fora também não descartam a possibilidade de entrarem em greve, conforme já aconteceu no Rio de Janeiro e São Paulo, nesta quinta-feira, 12 de setembro. Segundo o diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Comunicação Postal (Sintect/JFA), Alan Marques, uma assembleia vai ocorre no município na próxima terça-feira, 17. "Caso a categoria decida cruzar os braços, no dia 18 [quarta-feira] os serviços não irão operar", adianta.
Conforme Alan, o sindicato reivindica 7,13% de aumento, alegando defasagem salarial causada pela inflação recente, mais 15% de aumento real e R$ 200 de aumento linear. Além disso, pede 20% de aumento pelas perdas salariais ocorridas desde o Plano Real. Na última solicitação, o pagamento deverá ser feito em dezembro, de acordo com o pedido da classe. "Queremos a continuação do plano de saúde e o reajuste de 15% no ticket de alimentação/refeição", completa.
Em nota, a empresa afirma que "os Correios estão adotando uma série de ações preventivas para garantir a prestação de serviços à população em caso de paralisação parcial dos trabalhadores. Se parte dos trabalhadores aderir à paralisação, a instituição colocará em prática medidas do seu Plano de Continuidade de Negócios para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de agências. Entre as ações estão a realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana, deslocamento de empregados entre as unidades e contratações temporárias."
Negociação
Os Correios ressaltam que estão em processo de negociação e continuam abertos ao diálogo, não havendo, portanto, justificativa para paralisação. "A empresa ofereceu reajuste de 5,27% sobre os salários e benefícios. Este índice, somado à progressão anual concedida no ano passado, equivale ou ultrapassa os índices inflacionários do período, impedindo perdas aos trabalhadores. A proposta ainda contempla: manutenção de todos os benefícios constantes do acórdão vigente e da assistência médico/hospitalar/odontológica nos termos da cláusula 11, constante do acórdão vigente; vale refeição/alimentação extra a ser concedido em dezembro/2013 para os empregados admitidos até 31/7/2013", diz a nota.
Ainda segundo o texto, já o impacto dos itens econômicos das entidades sindicais são impraticáveis. A pauta da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) tem custo anual de R$ 31,4 bilhões — quase o dobro da previsão de receita dos Correios para este ano ou o equivalente a 50 folhas mensais de pagamento da ECT.
"Na última assembleia os funcionários rejeitaram a proposta. Os trabalhadores estão revoltados com a postura da empresa. Caso a greve aconteça, as unidades de Cataguases, Ubá, Muriaé, Leopoldina e São João del-Rei também ficaram fechadas."
*Laura Lewer é estudante do 6º período de Jornalismo do CES/JF
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