Polícia Federal prende empresário suspeito de envolvimento com fraudes em licitações públicas

Motivo da prisão, no entanto, foi por porte ilegal de armas de fogo

Lucas Soares
Repórter
24/10/2013
Claudio Dornelas

A Polícia Federal (PF) de Juiz de Fora, deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 24 de outubro, a Operação Mercúrio II, exatamente um ano e seis meses após a primeira edição que envolveu fraudes em licitações públicas. Nesta manhã, um empresário do ramo de construção civil, de 41 anos, foi preso por porte ilegal de uma arma de fogo, com 20 cartuchos. Junto ao suspeito, dois notebooks, um computador, dispositivos de mídias portáteis, documentos e cheques foram apreendidos.

A Operação Mercúrio II dá sequência à uma série de investigações envolvendo quadrilhas que fraudam licitações em órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Saúde, Controladoria-Geral da União (CGU) e até mesmo delegacias regionais da Receita Federal.

De acordo com o Delegado da PF, Claudio Dornelas, as investigações agora devem demorar, visto que é necessária a realização de busca nos computadores apreendidos. "Hoje essas empresas não usam mais papel, está tudo nas mídias. Então, esse material será analisado para chegarmos aos nomes de outras pessoas envolvidas", destaca.

Dornelas ainda destaca que, quando uma licitação era fraudada pela quadrilha, uma série de dados eram alterados, prestando, inclusive, um preço abaixo do mercado. "Vários dados eram alterados de forma a beneficiar uma empresa específica. Com isso, algumas empresas não qualificadas para prestar determinado serviço acabavam ganhando dinheiro público para fazer algo que não conseguiam, "afirma. O delegado lembra que os supostos vencedores da licitação não faziam declaração do dinheiro recebido pelo Governo Federal. "Como eram usados os nomes de "laranjas", estes criminosos não declaravam o dinheiro à Receita", diz.

Computadores Arma de Fogo

Relembre o caso

Em 24 de fevereiro de 2012, seis mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal foram executados, o que resultou em quatro empresas sendo investigadas. Só uma delas teve faturamento, em 2011, de aproximadamente R$ 20 milhões. Cerca de 12 pessoas são alvo das investigações, entre elas "nomes conhecidos na cidade".

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