Diocese de Juiz de Fora celebra 90 anos
O primeiro bispo foi Dom Justino, nomeado em 1924. Juiz de Fora deixava de ser uma paróquia e era elevada à condição canônica de Diocese pelo Papa Pio XI
Repórter
1º/02/2014
A elevação da paróquia de Juiz de Fora à condição canônica de Diocese em 1º de fevereiro de 1924, completa 90 anos neste sábado, 1. Criada pela bula do papa Pio XI, levou em conta o crescimento social e econômico da região à época, além da distância da Arquidiocese de Mariana, à qual era ligada. A comunidade eclesial prepara diversos eventos para celebrar a data que marca o início do bispado em Juiz de Fora.
Em 1923, o arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, solicitou ao papa Pio XI a criação da Diocese na região, observando o avanço e o crescimento socioeconômico da cidade. Em 1924, pela bula Ad Sacrosancti Apostolatus Officium elevou a então paróquia de Juiz de Fora à condição de Diocese. Dom Justino José de Santana foi nomeado, então, o primeiro bispo de Juiz de Fora. "A partir daí as paróquias tiveram contato mais próximo com o bispo, já que era difícil essa interação. Com isso, a igreja foi se desenvolvendo na região", explica o Monsenhor Luiz Carlos de Paula, vigário geral da Arquidiocese.
O arcebispo Dom Gil Antônio Moreira destaca a importância desta comemoração e a concretização de ações para presentear a comunidade durante as festividades. "Celebrar o aniversário de 90 anos é importante para agradecer a Deus, todos os benefícios derramados nesta região. Tantas coisas aconteceram, tantas obras no sentido espiritual, social, no crescimento comunitário. Como Juiz de Fora vinha se tornando muito grande, era natural que a igreja pensasse na criação de uma nova estrutura eclesial, por isso foi criada diocese de Juiz de Fora. É tempo de agradecer a Deus", diz.
A inauguração de obras de reforma na Catedral, a ordenação de novos padres e diáconos, a apresentação da imagem de Santo Antônio restaurada e uma exposição com elementos simbólicos das comunidades que compõem a Diocese são os eventos programados para comemorar o aniversário. Além disso, explica Dom Gil, será criada uma comissão arquidiocesana para a causa de beatificação e canonização do Monsenhor Marciano Bernardes da Fonseca (1859-1946), o Padrinho Vigário, pelas boas ações desenvolvidas enquanto viveu na cidade de Santa Rita de Jacutinga (MG).
Reforma da Catedral é parte da comemoração
O arcebispo explica que as melhorias feitas na Catedral Metropolitana são uma forma de louvar a Deus e oferecer o bem-estar à comunidade. "Empreendemos na Catedral uma reforma criteriosa, sem ofender os elementos artísticos e históricos da igreja. Buscamos adaptar segundo o Concílio Vaticano II e encontramos um arquiteto muito bom neste sentido, e assim fizemos a transformação do presbitério (altar). Construímos duas capelas laterais, que eram duas sacristias sem uso e as adaptamos: uma para capela do Santíssimo e outra para a capela da Ressurreição, espécie de cripta, onde colocamos os túmulos dos bispos. Dom Justino e Dom Altino já estão sepultados ali", conta.
Dom Gil explica que ainda serão feitas melhorias na iluminação e na parte artística do templo, como a pintura de elementos na cúpula. Além disso, também foi melhorada a sonorização e a climatização, com a instalação de um novo sistema de som de acordo com a acústica da Catedral e de ventilação mais apropriada ao ambiente.
90 anos. 90 paróquias
Outro marco da comemoração do aniversário da Diocese de Juiz de Fora é a criação de mais quatro paróquias, a fim de contemplar o período de existência do bispado. Na celebração deste sábado, os 37 municípios que a Arquidiocese abrange passarão a contar com 90 paróquias. "Fizemos um esforço para elevarmos o número de paróquias para igualar à idade da diocese." Serão criadas a paróquia de Nossa Senhora da Glória, em Santos Dumont (MG); Nossa Senhora de Fátima, no bairro homônimo, em Juiz de Fora; Paróquia de São Sebastião em Senador Cortes (MG) e a Paróquia Sagrada Família, em São João Nepomuceno (MG).
A identidade das paróquias será representada por uma exposição que será aberta neste sábado [1°], na Cúria Metropolitana, localizada na avenida Rio Branco. "A preocupação é com os símbolos representativos da comunidade, aquilo que com que ela se identifica. A gente está recebendo muitas esculturas sacras, muitos estandartes, uma coleção de fotografias belíssima, já recebemos até um tronco de árvore pesadíssimo que pertenceu ao Santuário de Mar de Espanha, de mais de 200 anos, da igreja primitiva", explica a responsável pelo Arquivo Histórico Arquidiocesano, Rosângela Alves Gabriel de Mello. A exposição tem a curadoria do artista plástico Paulo Alvarez e estará aberta ao público por três meses.
Estrutura
Em 1962, a Diocese de Juiz de Fora foi elevada à condição de Arquidiocese, em uma bula do papa João XXIII. Tornou-se, então, sede de uma província eclesiástica, com duas Dioceses, de São João del-Rei e Leopoldina. O primeiro arcebispo nomeado foi Dom Geraldo Maria de Morais Penido.
Segundo o vigário geral, a Diocese conta hoje com 115 padres diocesanos, 26 diáconos e 24 seminaristas, além dos consagrados religiosos. O trabalho da Arquidiocese se concentra em três ministérios: litúrgico, da palavra e da caridade. O último é responsável pelos trabalhos de ação social, com práticas assistenciais, promocionais e de transformação sócio-política. "Atuamos em vários setores neste sentido. Na época em que a Diocese foi criada, havia padres que ajudavam na formação de professores e também padres que foram os primeiros professores de algumas localidades", explica. Hoje, a igreja sustenta uma estrutura de pastorais, grupos e associações que desenvolvem estas atividades nas comunidades onde atua.
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