Procon acredita que novo show do Chiclete é inviável
Organizador do evento deve divulgar esclarecimento na noite desta terça-feira, 4. Ele aguarda ainda o posicionamento da banda para a realização de um novo show
Repórter
Os responsáveis pela realização do show da banda Chiclete com Banana não conseguiram, até o momento, remarcar a apresentação do grupo após o cancelamento do show previsto para o dia 24 de janeiro. Um dos organizadores do evento, Cláudio Eduardo Castro Moreira, responsável pela Casell Telecomunicações e Informática M.E., empresa com o registro no Procon, disse à ACESSA.com que "não foi informado nada ainda sobre contraproposta ao Procon". Segundo Moreira, a organização ainda aguarda uma resposta da banda, e a devolução dos ingressos será esclarecida em uma nota a ser divulgada na noite desta terça-feira.
Mais cedo, um esclarecimento do organizador foi postado na página de divulgação do evento no Facebook. Ele afirmava que a banda exigia um novo pagamento para a realização do show e que os organizadores do evento ofereceram uma contraproposta, que até então não havia sido atendida. Cláudio divulgou também telefones e e-mail, mas apagou o comentário em seguida.
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De acordo o chefe de departamento atendimento da Agência de Defesa do Consumidor (Procon/JF), Oscar Furtado, o órgão aguardava um posicionamento da produção até o fim da tarde da última segunda-feira, 3 de fevereiro. O superintendente do Procon, Nilson Ferreira Neto, acredita que a realização do evento é inviável, já que os planos da banda em encerrar as atividades não permitem brechas na agenda. "Pelo que conversamos, a banda está com a agenda lotada e não tem data disponível. Depois o vocalista irá seguir carreira solo. Acho difícil conseguirem marcar neste domingo, já que é inviável conseguirem todas as liberações para a realização do evento", diz.
Nilson classificou como irresponsável a postura dos organizadores ao contar apenas com a venda de ingressos para pagar a banda. "Pelo que nós observamos nas conversas com os representantes da produção do evento, nenhum deles tem recurso financeiro e nem patrimônio para arcar. Não tem condições de devolver os ingressos para todo mundo, a restituição deve ultrapassar os R$ 300 mil. Já que eles não tem condições, estamos encaminhando o caso para o Ministério Público, para a Justiça, para ser tomada uma medida contra essas pessoas irresponsáveis. Eles deveriam ter tomado as providências de licença junto ao Corpo de Bombeiros antes de vender ingresso ou contratar a banda. Ou, senão, tivessem patrimônio suficiente para arcar com o prejuízo. Os consumidores pagaram o show e saíram no prejuízo", conclui.
Manifestação
Na página de divulgação do evento no Facebook, o número de comentários de insatisfação começa a crescer. O Procon/JF recebeu 58 reclamações até o fechamento desta reportagem, mas na rede o descontentamento tem sido forte, inclusive com a divulgação de dados pessoais e telefones dos organizadores.
A estudante de Jornalismo, Anna Flávia Nascimento, ganhou o ingresso do namorado como presente de Natal e aguardava com expectativa, até saber do cancelamento pela fan page da banda. "Meu namorado sabe que já viajei para diversos lugares atrás do Chiclete, inclusive pro carnaval de Salvador. Ele resolveu me agradar me dando o camarote (um pra mim e outro pra ele). Os portões do evento abririam às 22h, como estava com especulações que não iria ter o show, a a gente resolveu não subir. Um grupo de amigos subiu pro parque de exposições e não tinha nada", lamentou.
Depois disso, Anna começou a tomar providências para saber se haveria um novo show ou como faria para ressarcir o valor pago. "Eu publiquei na página do evento que estava aguardando uma resposta e que sabia que o Procon e o Ministério Público estavam de olho. Eles me deram um número para ligar, que era do Cláudio. Ele foi super atencioso e me disse basicamente o que estava no post dele ontem, que precisava levantar a grana que a produção do Chiclete pediu e que eles não tinham essa grana. Quando vi que o post foi apagado eu fui direto ao Procon com alguns ingressos que já tinha recolhido. Hoje quando sair do trabalho vou direto para a justiça de pequenas causas", pretende.
Registro da queixa
Nilson orienta que os consumidores formalizem a sua reclamação junto ao Procon. "As pessoas devem fazer a queixa no Procon para que seja caracterizada a lesão. É preciso apresentar o comprovante, no caso o ingresso. Se não tiver o valor descrito, apresentar um comprovante de pagamento e o documento de identidade. Se a pessoa gastou mais, teve outros custos, como passagens, hospedagem, pode trazer a comprovação disso", informa.
Previsto para acontecer no dia 24 de janeiro, o show foi cancelado horas antes da banda entrar no palco, após o laudo da vistoria do Corpo de Bombeiros. No documento, a corporação alegou que a estrutura montada estava em desacordo com a Lei 14.130 de 19 de dezembro de 2001, que regulamenta as medidas de prevenção contra incêndio e pânico. A ACESSA.com tentou contato com o empresário da banda pelo celular, mas não foi atendida.
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