Juiz de Fora tem risco de epidemia de dengue

LIRAa da cidade está acima do recomendado pelo Ministério da Saúde

Lucas Soares
Repórter
21/01/2015

A falta de chuvas fortes desde o terceiro trimestre de 2014 vem trazendo preocupações para a saúde pública em Juiz de Fora. Além da natural preocupação com a falta de recursos hídricos, outro problema, já bem conhecido dos brasileiros, volta à tona em 2015 com mais força: a dengue.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, 21 de janeiro, a Subsecretária de Vigilância em Saúde, Magda Ferreira, explicou que os números apresentados nos primeiros dias de janeiro são alarmantes. "O Levantamento Rápido do Índice de
Infestação por Aedes aegypt (LIRAa) de Juiz de Fora está em 4.16, enquanto que o Ministério da Saúde adverte que valores acima de 3.9 representam um risco de epidemia", diz.

No estudo feito pela Secretaria de Saúde entre os dias 5 e 16 de janeiro de 2015, foram visitados 6.249 imóveis, mais do que o que estava programado para visita. Os técnicos passaram por todas as regiões da cidade e a Zona Norte, novamente, aparece na primeira colocação. "É a região mais populosa da cidade, muito grande, então é normal que ela apareça na frente. Nos assusta que, na segunda colocação, tenha ficado a região centro/Sul, que abrange bairros como Altos dos Passos, Cascatinha e Estrela Sul. O perfil mudou", comenta.

O Altos dos Passos, inclusive, foi o bairro com o maior índice de focos registrados até o momento: 14 focos do Aedes aegypti e um foco do Aedes albopictus, perdendo apenas para o Nova Benfica, que teve 18 focos do Aedes aegypti e um foco do Aedes albopictus. "Percebemos que várias pessoas fizeram seu trabalho de casa, enquanto outras não fizeram. A gente sabe que o LIRAa deu 4.16 porque não tivemos chuva. Se começar o período de chuvas, o retorno das férias, a nossa preocupação fica totalmente ampliada. Nós tivemos óbito no ano passado e a gente não quer isso este ano. Eu esperava um LIRAa mais alto. Em Outubro o LIRAa foi 0.71, uma época sem chuvas. O pouco que choveu entre Natal e Ano Novo aumentou muito o índice", avisa.

Em 2014

Em comparação com o ano passado, os números apresentados são melhores. Em janeiro de 2014, o LIRAa marcava 7.07, mas mesmo assim não deixou a subsecretária confortável. "Em outubro a gente estava em uma seca imensa. O ovinho do mosquito dura mais de 400 dias. Eu achei que o número daria mais alto este ano. A gente confia no trabalho educativo, mas vemos muito lixo jogado, muitos descartáveis jogados. O pessoal acha que a obrigação é da Prefeitura tirar. Mas a obrigação é de todos. A gente passa em todas as regiões, intensificamos o trabalho de multirão e educativo na região, mas pedimos para gastar aqueles dez minutos para dedicar e evitar esse problema", explica. Em segundo lugar de onde foram encontrados mais focos, estão os depósitos móveis, como vasos de plantas, frascos com água, pratos, pingadeiras, bebedouros e fontes ornamentais.

Ainda em comparação com o ano passado, em todo o ano de 2014, foram 814 casos de dengue confirmados em Juiz de Fora, sendo que quatro levaram pacientes à morte. Nos primeiros dias de 2015, são quatro casos da doença confirmados e nove aguardando resultados.

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