Laudo descarta uso de álcool e drogas por Matheus Goldoni

No entanto, delegado Rodrigo Rolli ainda espera outras informações para fechar inquérito

Lucas Soares
Repórter
23/04/2015

Matheus Goldoni não usou nenhum tipo de droga ou consumiu álcool antes de morrer. Esse é o veredito do laudo do Instituto Médico Legal de Minas Gerais, que já havia apontado que a causa da morte havia sido afogamento e descartou a hipótese de latrocínio.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Rolli, apesar da novidade com o laudo, o caso segue em investigação. "Nós estamos considerando o homicídio e a morte acidental. O laudo traz um ponto relevante que descarta alguns depoimentos que disseram que o jovem estava drogado. O exame de vísceras nos demonstra, de forma clara, que não há qualquer resíduo de álcool ou substância ilícita. É um fator de grande relevância para o caso", explica. (Relembre o caso)

Além do laudo de vísceras, o laudo de local voltou à perícia com sete novos questionamentos pelo fato. "Nós precisamos saber o que aconteceu quando a vítima deixou a boate, até chegar a cachoeira e morrer. Esses questionamentos não foram esclarecidos e precisamos elucidar o local. A cachoeira foi muito alterada, já que muitas pessoas procuraram a vítima por dois dias", fala Rolli.

O Ministério Público também está envolvido no caso. Nos próximos dias, Rolli comenta que serão feitas acareações, envolvendo depoimentos de até três pessoas. "Essas diligências policiais serão feitas. Vamos ouvir novamente o proprietário da boate e vamos dar uma releitura no caso, observando pontos falhos para buscar isso. Existem pessoas que reconheceram flanelinhas que estavam no local e eles alegam que não estavam presentes. As pessoas que mentiram nos depoimentos serão indiciadas por falso testemunho", comenta. 

Imagens

Além disso, os aparelhos que armazenam as imagens de segurança do Privilège mostrou que não teve nenhuma destruição de imagem. "Não houve nada disso. A única imagem que temos é de uma câmera, conforme foi dito no início do inquérito", afirma.

O delegado ressalta que não vai chegar a conclusões precipitadas. "Eu preciso esclarecer vários pontos. Tem pessoas que não disseram a verdade, ou esconderam. Nós tínhamos a imagem de um garoto que poderia estar sob efeito de bebidas ou drogas, e o laudo retirou essa dúvida. Ele fugiu dos seguranças, mas ainda preciso esclarecer como ele foi parar no local que foi encontrado. Ele caiu, correu, foi jogado lá? Eu preciso chegar a uma conclusão, e serei bem meticuloso. Esse é o caso mais intrigante que já participei como investigador", garante Rolli.

À espera de justiça

Segundo a mãe de Goldoni, Nívea Goldoni, "no depoimento dos seguranças, eles garantiram que o meu filho estava visivelmente com uso de alguma substância. Isso prova que meu filho não usava droga, não tinha bebida no corpo, e isso está vindo à tona. Ele saiu acuado de lá, correndo, e aparece morto dois dias depois. Isso é uma prova que a verdade está próxima. Era para o meu filho estar no Exército. Pessoas interromperam esse sonho dele. Eu esperei muito tempo por isso. Eu sabia onde meu filho estava, achei que ele estava seguro, e ele apareceu morto. Tentaram fazer parecer que ele era outra pessoa, e hoje eu estou provando isso. Eu quero justiça, quero que os culpados paguem por isso", lamenta.

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