?nibus não saem das garagens e JF tem dia tumultuado

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Ônibus não saem das garagens e JF tem dia tumultuado

Táxis, bicicletas e caronas foram as soluções adotadas pela população. Para a Astransp, ausência de 30% nas ruas foi abusiva

Raphael Placido
Repórter
5/3/2013

Juiz de Fora viveu um dia atípico nesta terça-feira, 5 de março. Sem nenhum ônibus nas ruas, em virtude da greve dos rodoviários, a população precisou de outras formas de transporte para chegar ao trabalho. Diferente do habitual, as avenidas do Centro, principalmente a Rio Branco e a Getúlio Vargas, estavam mais vazias. Enquanto isso, nos bairros, vários retenções foram registradas.

Pela manhã, o contraste era evidente na Rio Branco, com as pistas laterais lotadas por carros de passeio, enquanto a central, destinada aos coletivos, estava completamente vazia.

Para escapar da paralisação, os juiz-foranos precisaram de paciência e criatividade. O táxi foi uma das principais opções. Os pontos estiveram cheios durante todo o dia. A famosa carona solidária também foi adotada, sendo comum ver carros com vários passageiros. Houve até quem arriscasse encarar o trânsito de bicicleta ou mesmo de skate.

Mas nem todos tiveram opção. A auxiliar de lavanderia em um hospital da cidade, Elizabeth Marques, relatou, às 9h30, que estava há quase duas horas, na Getúlio Vargas, esperando uma condução para casa, no bairro Nova Era. "Ainda não passou nenhum ônibus. Trabalhei a noite inteira, estou cansada, mas vou ter que esperar. A gente nem pode falar que é um absurdo, porque sabemos da situação deles, mas poderiam, pelo menos, ter colocado alguns ônibus para rodar", afirma.

Ela conta que alguns colegas de trabalho chegaram a caminhar por mais de uma hora para chegar ao serviço. "Eu moro muito longe, e não tenho o que fazer. Passou um rapaz fazendo carreto e cobrando R$ 10, mas não ia para onde vou. Eu só fico pensando em quem levou meses para conseguir uma consulta no SUS [Sistema ÚNico de Saúde] e não conseguiu vir", lamenta.

PM registra tumulto na saída das garagens

Na madrugada, houve relatos de agressões e tentativas de impedir que os ônibus saíssem das garagens e um boletim de ocorrência chegou a ser registrado pela Polícia Militar (PM). Às 4h, na rua José Libânio Rodrigues, bairro Bandeirantes, um motorista, de 58 anos, e uma cobradora, de 50, relataram ter sido agredidos.

Quando a dupla saía da garagem com o veículo, foram parados por dois homens, que entraram no ônibus. Um deles tentou pegar a chave à força. Como o motorista impediu, o invasor acabou o agredindo. A cobradora também relatou ter levado um soco.

A ACESSA.com tentou, durante todo o dia, fazer contato com o sindicato e seus representantes, mas não obteve êxito.

HOMEM É PRESO AO AGREDIR FUNCIONÁRIOS DE EMPRESA DE ÔNIBUS

Segundo informações do boletim de ocorrência, em 05/03/2013, às 04h, na Rua José Libânio Rodrigues, 700, bairro Bandeirantes, relataram as vítimas (motorista, 58 anos, e cobradora, 50) que ao sair da empresa de ônibus para apanhar outros funcionários, o autor Messias Alves de Souza Castro, 22 anos, que estava com um outro homem não identificado, funcionários de outra empresa de ônibus, pediu para as vítimas pararem o veículo. Em seguida, o autor entrou no veículo e tentou pegar a chave, sendo impedido. Com isso, o autor levou a mão até o rosto do motorista, causando-lhe escoriações. A vítima de 50 anos, cobradora foi agredida por um outro autor com um soco na orelha. As vítimas relataram, ainda, que os autores estavam parando os veículos por causa do movimento grevista. Diante dos fatos, o autor de 22 anos foi preso e encaminhado à delegacia.