Quinta-feira, 8 de outubro de 2015, atualizada às 16h25

Ministério Público pede a reconstituição da morte de Matheus Goldoni

pc

O Ministério Público (MP) retornou com o inquérito do caso Matheus Goldoni com o pedido reconstituição do crime pela delegacia Especializada de Homicídios da Polícia Civil, na última quarta-feira, 7 de outubro. mesmo sem data confirmada, o delegado Rodrigo Rolli afirma que a reconstituição será entre a última semana de outubro e a primeira semana de novembro. A ação pretende esclarecer melhor detalhes da investigação.

"Agora, tenho que entrar em contato com os familiares e os donos da boate e agendar uma data para a reconstituição, além da Secretaria de Transporte e Trânsito para fazer a interdição do trecho da via, próximo ao local do fato. Todos os envolvidos nos relatos discorridos no inquérito serão intimados a comparecer no dia, tanto testemunhas, quanto os investigados para mostrarem as visões que tiveram do crime", explica.

Rolli encerrou o inquérito e enviou a Justiça no final de setembro, com o indiciamento de cinco pessoas no caso envolvendo a morte do jovem Matheus Goldoni, encontrado sem vida na cachoeira do Vale do Ipê na manhã do dia 17 de novembro de 2014, após ficar desaparecido por 56 horas.

Durante os 10 meses de investigação foram ouvidas 49 testemunhas e feitas 14 acareações, além dos laudos criminalistas e do Instituto Médico Legal (IML), com vários questionamentos para a avaliação correta do resultado dos laudos. O inquérito tem 328 páginas, com um relatório final com 49 páginas, com todas as provas. Foram indiciados pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil dois seguranças da casa, um ex-segurança, o gerente operacional da noite e um flanelinha, que foi indiciado por falso testemunho.

"O laudo aponta morte violenta por afogamento. Ele tinha uma lesão na região torácica, causada por um instrumento contundente. Os quatro que foram indiciados por homicídio desceram até a parte de baixo da avenida e cercaram o jovem. Eles negam a prática do delito e não temos testemunhas do que aconteceu dentro da mata, mas é um local de difícil acesso. O Matheus nunca tinha ido aquela casa noturna, não conhecia a região e não tinha como achar uma passagem, muito difícil de ser encontrada até durante o dia, para chegar lá. Somente quem tem conhecimento do local poderia achar. Uma testemunha chave ouviu o gerente operacional dizendo que "Pegamos, lá dentro eu te falo" para outro segurança. O flanelinha foi indiciado pois estava no ponto principal da investigação, temos certeza que ele estava no local e ele nega a presença, mesmo sendo reconhecido por frequentadores da boate. Nenhuma testemunha viu o Matheus quebrando retrovisores de carros, que foi a alegação dos seguranças para irem até a vítima. Eles correram atrás do Matheus, algo que destoa da forma usual que eles trabalham. Apenas os investigados afirmam que ele quebrava os retrovisores", conta Rolli.