Subsecretário fica sob comando de criminosos por 19 horas

O funcionário público foi vítima de extorsão através do celular, devido um comunicado de falso sequestro de sua filha que mora em SP

Angeliza Lopes
Repórter
3/03/2016
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Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, 3 de março, a Polícia Civil relatou que o subsecretário de Planejamento de Território da Prefeitura de Juiz de Fora, Álvaro Giannini, foi vítima de extorsão através do celular, devido um comunicado de falso sequestro de sua filha, que mora no estado de São Paulo. Ele ficou sob os comandos dos criminosos das 16h de quarta, 2, até as 11h desta quinta, 3, quando os policiais conseguiram localizá-lo dentro de uma agência bancária do Banco do Brasil, no bairro São Mateus.

Conforme o chefe do 4° departamento da Polícia Civil, delegado-geral Saed Divan, familiares chegaram a comunicar o desaparecimento da vítima durante a madrugada de quarta, para a Polícia Militar, mas somente na manhã de quinta, que a Polícia Civil recebeu a solicitação através do prefeito Bruno Siqueira comunicando o desaparecimento do subsecretário. Para agilidade dos trabalhos, estiveram empenhados 12 policiais das delegacias Especializadas de Anti Drogas, Roubo e Homicídios. A vítima foi encontrada 3 horas após o início das investigações.

"Depois de receber o telefonema ele entrou em desespero e começou a cumprir todos os passos que os possíveis sequestradores mandavam. Chegou a fazer de cinco a seis transferências bancárias e compra de várias joias. Quando encontramos a vítima ela nos informou que estava marcado um encontro para a entrega dos objetos. A polícia montou campana no local, mas o encontro não ocorreu. Por isso, estamos investigando se eles estavam realmente na cidade ou se foram embora do município", explica.

fotoDivan complementa que já tinha feito contato com a filha do subsecretário, que não foi alvo de sequestro. Para evitar que familiares entrassem em contato, ele chegou a comprar outro chip para fazer os contatos, conforme orientação dos bandidos. "Durante a noite ele ficou hospedado em um hotel e não fez nenhum contato com a família, pois os criminosos diziam o tempo todo que mataria todos se ele ligasse para a polícia ou esposa. Seu maior prejuízo foi emocional, pois está muito abalado. Momento algum ele esteve em contato físico com os suspeitos".

Em contato com a agência bancária, a polícia conseguiu estornar parte das transferências e todos os objetos comprados foram recuperados. O chefe de departamento afirma que todos os números que ele recebeu ligações já estão relacionados e será solicitado à Justiça o rastreamento, para saber de onde foram executadas as discagens. A vítima e membros da família já foram ouvidas em cartório e a polícia já instaurou inquérito para localizar os suspeitos.

Orientações

A polícia também chegou a dar algumas orientações para assegurar as pessoas de caírem em golpes de extorsão e falso sequestro:

  • Não receba ligações a cobrar. A partir de identificar que não é da família, não revelar nomes ou informações;
  • Tirar os adesivos do carro com informações sobre profissão, número de filhos e primeiro nome. "Através da própria placa do carro o bandido pode conseguir o número de telefone e com estas informações tentar fingir ter sequestrado filhos e ter êxito na extorsão. Chamamos estes adesivos de currículo automotivo", conta Saed Divan.
  • Orientar idosos que ficam em casa para não falarem nomes, desconfiar de ligações longas, choros de vítimas e fazer o registro imediatamente na PM.

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