Segunda-feira, 28 de julho de 2014, atualizada às 15h05

Juiz de direito é acusado de beneficiar traficantes em Juiz de Fora

O juiz de direito Amaury de Lima e Souza (foto ao lado), da vara de execuções criminais de Juiz de Fora, é suspeito de envolvimento direto com o tráfico de drogas na região Sudeste do Brasil, conforme reportagem do Fantástico, da Rede Globo, exibida no último domingo, 27 de julho.

O magistrado foi uma das 17 pessoas presas na cidade no último dia 12 de junho, suspeitos de fazerem parte de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. Segundo a reportagem, a droga era trazida da Bolívia e distribuída, principalmente, em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, pelos traficantes Álvaro Daniel Roberto, o "Caipira", Peterson Pereira Monteiro, o "Zoi", e José Severino da Silva, o "Cabecinha".

O nome do acusado chegou à Polícia Federal (PF) após os investigadores encontrarem várias sentenças assinadas pelo juiz Amaury de Lima e Souza beneficiando traficantes, todos clientes da advogada Andrea Elizabeth de Leão Rodrigues, que também está presa. Os dois tinham mantinham um relacionamento amoroso.

Através de escutas telefônicas autorizadas pela justiça, além de imagens de câmeras de segurança de um hotel, as provas do envolvimento dos dois foram construídas pelos agentes até que a prisão fosse efetuada. A reportagem do Fantástico teve acesso à estes documentos, além de atestados médicos e comprovantes de residências falsos, comprovando o envolvimento dos dois para conseguir a transferência e a liberação de Álvaro Daniel para Juiz de Fora, permitindo que ele controlasse as remessas de drogas vindas da Bolívia direto da cidade. Durante a transferência, Amaury permitiu que o criminoso viajasse sem escolta. A advogada Andréa Rodrigues foi buscá-lo, em Fortaleza, em um avião particular.

O advogado de Amaury de Lima, Gustavo Mendes, negou todas as acusações e contesta as provas da polícia. Por outro lado, o Procurador Geral de Minas Gerais, Carlos André Bittencourt, afirma que as provas são válidas. "A prova produzida no inquérito conduzido pela Polícia Federal é contundente, é forte, são interceptações telefônicas, são gravações de vídeo, a própria movimentação financeira e a prova testemunhal presente no inquérito. A prova é robusta", revelou ao Fantástico.

No dia 13 de junho, um dia após a prisão do magistrado, a defesa apresentou pedido de relaxamento da prisão e ainda a concessão da liberdade provisória. O pedido foi negado.

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