Segunda-feira, 29 de abril de 2019, atualizada às 14h

Imagens no Jardim Botânico apontam sexo da onça-pintada

Da redação

A onça-pintada que está sendo monitorada no Jardim Botânico deve ser macho, segundo a equipe que está trabalhando no local para conseguiu captar fotos e vídeos do animal. As últimas imagens foram feitas na madrugada deste domingo, 28 de abril.

Segundo a assessoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), "o levantamento de dados, em campo, sobre a presença do animal irá subsidiar a tomada de decisões mais adequadas em relação ao caso, visando à proteção de moradores do entorno do Jardim e à sobrevivência da onça, conforme o professor Artur Andriolo, do Departamento de Zoologia da UFJF".

O Jardim Botânico continua fechado temporariamente para visitação.

O felino é registrado em três momentos diferentes pelas câmeras, conhecidas como “armadilhas fotográficas”. A primeira aparição ocorre, por volta de 0h, quando são feitas fotos do animal. No segundo flagrante, às 5h, são registradas novas imagens.

"Cerca de uma hora mais tarde, a onça é fotografada e filmada em dois vídeos sequenciais. No primeiro, somente sua parte traseira é captada. Ela está parada, mas é possível perceber movimentos na região abdominal. Na sequência, a onça vira e é vista completamente. Fica parada por cinco segundos, olha para a direita e caminha. As câmeras também registraram paca, que é um tipo de presa desse animal, e jacus".

As imagens ainda não são nítidas para garantir a precisão do sexo do animal, mas, somado ao comportamento do exemplar registrado, aparentemente trata-se de um macho, conforme o analista ambiental Elildo Júnior, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio). O profissional volta para Atibaia (SP), onde fica a sede do Cenap, na manhã desta segunda, 29.

Vestígios

A equipe encontrou pegadas do animal em diferentes áreas. Duas das características desse vestígio de onça-pintada são: dedos largos e arredondados, dispostos em semicírculo, e almofada um pouco triangular com contorno arredondado.

Uma amostra de fezes encontrada no Jardim será levada para análise de DNA, para poder identificar a origem populacional do animal.

Monitoramento

Ao todo, sete câmeras estão instaladas no Jardim em pontos estratégicos com a finalidade de traçar rotas do animal e conhecer seus hábitos. O registro é possível porque o sensor de movimento do equipamento aciona a câmera, que tira fotos e, em seguida, faz vídeo de até 30 segundos com áudio. A iluminação infravermelha do equipamento não deixa o animal perceber que está sendo registrado.

“A captação de imagens é bastante eficiente. Esta é a tecnologia que se usa praticamente no mundo inteiro nesse tipo de monitoramento”, explica o professor Pedro Nobre, que disponibilizou os equipamentos. O docente do Colégio de Aplicação João XXIII integra a equipe de biólogos em campo, especialistas em mamíferos.

Na noite da última sexta-feira, 26, duas câmeras já haviam sido instaladas, mas não houve registros do felino. As cinco restantes foram instaladas em árvores e antigos marcadores de lote, a uma altura de 40 centímetros do chão, na tarde e na noite de sábado.

Próximos passos

Uma série de reuniões já foi iniciada na manhã desta segunda, 29, entre integrantes da UFJF e de órgãos de meio ambiente. Às 19h, eles voltam a se encontrar. Desta vez será com representantes de associações de moradores do bairro Santa Terezinha e de outras comunidades do entorno.

Na terça, 30, o professor Artur Andriolo apresenta relato dos trabalhos desenvolvidos neste fim de semana a representantes da UFJF e de setores de meio ambiente e segurança. A partir desse encontro, serão sugeridas propostas relacionadas ao caso que apresentem os riscos mais baixos para o animal e a comunidade.

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