Sábado, 1 de agosto de 2020, atualizada às 10h30

Você sabe o que é o Jejum de Daniel? Confira a entrevista com o padre Pierre Cantarino

Jorge Júnior
Editor

Após o ator Chris Pratt - protagonista de “Guardiões da Galáxia” - anunciar em suas redes sociais que estava fazendo o Jejum de Daniel, muitas pessoas ficaram curiosas sobre o que seria. Em Juiz de Fora, pelo segundo ano consecutivo o padre Pierre Cantarino, da Paróquia São José, tem se dedicado a esta oração.

A dieta começou a ser difundida em 2007 pela escritora Susan Gregory, que criou um plano de alimentação baseado nas experiências de jejum do profeta Daniel e em princípios tradicionais do jejum judaico.

Segundo o padre Pierre, o Jejum de Daniel é uma dieta inspirada no profeta Daniel, um jovem amado por Deus, que foi retirado do convívio de sua família para servir o Rei Nabucodonosor e seus companheiros. “Daniel sofreu a ruptura familiar e foi levado para servir o rei em uma experiência dolorosa. Com toda sua fé em Deus, ele fez um pacto com seus amigos dizendo que não importasse tamanha dificuldade que eles passassem, eles não deixariam de acreditar em Deus. Então, o Jejum de Daniel nasceu dessa experiência. Fazendo dez ou 21 dias de jejum, é preciso buscar em Deus a força, a perseverança e a tranquilidade de suportar os momentos difíceis. Ou seja, é uma experiência de fé do próprio Daniel em relação às grandes tribulações e dificuldades”.

Conforme o padre, o que mais chamou atenção na vida de Daniel, foi ele ser lançado nas covas dos leões. “Um grupo de pessoa que tinham inveja da sabedoria dele fizeram com que o rei editasse uma lei que durante 30 dias ninguém poderia adorar um Deus que não fosse ele. Porém, Daniel não aceitou e continuou adorando seu próprio rei e, por isso, ele é jogado na cova dos leões”. Mesmo diante dessa atitude, Daniel reafirma sua fé e diz que Deus está com ele. “Outro fato curioso é que a figura de Daniel é muito bem aceita pelo rei, mas mesmo assim, naquela noite, o rei se vê obrigado a colocar Daniel na cova dos leões, para não contradizer sua própria lei. Entretanto, ele não consegue dormir e fica inquieto. Logo pela manhã, vai até a cova de Daniel e grita se o Deus dele teria o salvado. Para sua surpresa, Daniel responde que Deus havia enviado um anjo que fechou a boca dos leões. Sendo assim, Deus não deixou que nenhum mal acontecesse. Diante disso, o rei refaz o decreto e libera as pessoas para adorarem o Deus vivo de Daniel e envia aqueles que tinham tramado a ida de Daniel para a cova dos leões”.

Mesmo depois que Daniel começa a trabalhar para o Rei Nabucodonosor ele não come a comida que é servida. Ele continua consumindo apenas legumes e verduras. "É interessante que o rei manda alimentar bem aqueles que vão servi-lo, mas Daniel não come a sua comida e convence os soldados a deixarem ele e seus companheiros durante dez dias comendo o que eles querem. Apesar disso, eles são os que têm a aparência que mais agrada o rei", explica.

Quem pode fazer?

Todas as pessoas, desde que haja o desejo. “É preciso dois elementos: um propósito e um pedido. Assim como Daniel que abdicou da carne e comia só verduras, frutas e bebia somente água, a pessoa se dispõe a fazer um propósito com Deus. Cada um estabelece diante de Deus algo que vai abdicar-se. Pode ser algo de comer, beber, ou algo que goste muito. A pessoa tem total liberdade de fazer. O outro ponto é o pedido. Quem está passando por um momento de fragilidade e dificuldade, é chamado a confiar em Deus”.

O sacrifício pode ser feito mais de uma vez. “Vai da intenção ou da fé da pessoa. Ele nos convida, até mesmo diante daquilo que Daniel fazia, a uma experiência de oração. O jejum respeita a liberdade de cada pessoa. Se pede que durante o jejum se estabeleça algum tempo do dia para fazer uma oração. Além disso, é proibido não crer, independente do tamanho da sua fé. Essa experiência deve ser vivida, vivenciada, acreditando nela”.

Repercussão na cidade

Segundo Pierre, "essa experiência é muito enriquecedora. Recebemos na Paróquia de São José mais de seis mil fiéis que vieram buscar a aliança (símbolo do jejum). Esse já é o segundo ano. Tivemos testemunhos bonitos, além de muitas graças alcançadas. É gratificante ver a experiência desse Deus que continua agindo nas pessoas. É, sem sombra de dúvidas, uma experiência positiva". Confira, abaixo, a Missa do Jejum de Daniel com o padre Pierre.

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