N?mero de malharias na Fonseca Hermes diminui Antigo centro de pequenas ind?strias t?xteis, a Fonseca Hermes perdeu seu prest?gio, segundo avalia??o dos comerciantes ali instalados


Marinella Souza
*Colabora??o
14/05/2008

A rua Fonseca Hermes fica bem no centro comercial de Juiz de Fora e, no passado, foi conhecida por suas in?meras malharias e funer?rias. Estas ainda permanecem por l?, mas as malharias reduziram, consideravelmente.

Comerciante mais antigo do local, Ab?lio Quintino Moreira recorda que, h? 39 anos, quando chegou ? rua, havia poucos estabelecimentos comerciais. "Quase todas as lojas eram pequenas ind?strias t?xteis, s? cinco por cento era comercial. A Fonseca Hermes era, basicamente, uma rua industrial", diz.

Embora em n?mero bem menor, as malharias ainda s?o a marca da rua, mas h? quem acredite que a culpa pela decad?ncia est? no panorama s?cio-econ?mico municipal.

Com uma malharia instalada na rua h? 14 anos, ?ngela Maria recorda que Juiz de Fora era um grande centro t?xtil e a Fonseca Hermes tinha grande relev?ncia nesse cen?rio. "Juiz de Fora n?o ? mais o p?lo t?xtil que era. A Fonseca Hermes sempre foi a rua das malharias, mas perdeu um pouco essa caracter?stica porque pr?pria ind?stria deixou de ser importante para a economia da cidade", avalia.

Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino

Com 20 anos de Fonseca Hermes, Fernando Rinco gosta da rua. Dono de uma das funer?rias no local, Rinco n?o v? pontos negativos para o seu com?rcio. "Para alguns tipos de com?rcio, aqui n?o ? o melhor lugar porque com o fechamento das malharias, o movimento caiu muito. No meu caso, n?o faz muita diferen?a porque quando me procuram, as pessoas v?m at? aqui, especificamente para isso, mas n?o acho que a Fonseca Hermes seja o melhor lugar para uma loja de roupas, por exemplo", pondera.

Otimismo

A nostalgia dos tempos industriais cede espa?o para o novo e os comerciantes avaliam positivamente a diversifica??o do com?rcio do logradouro. ?ngela Maria aposta que essa variedade de com?rcio atrai um p?lbico variado.

Para o comerciante, nem s? de perdas ? feito o presente da Fonseca Hermes. "Antigamente, as pessoas s? vinham aqui por causa das malhas e das funer?rias, hoje, com o supermercado, a loja de tintas, de produtos de inform?tica, elas acabam vindo por motivos diferentes, mas sempre passam nas malharias".

Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino

Rinco tamb?m v? o novo panorama com bons olhos. "J? tivemos dias piores, muitas lojas fecharam e s? agora est?o reabrindo, o com?rcio est? bem variado, acho que isso pode gerar mais movimento para a rua", acredita.

Para Ab?lio, o comerciante mais antigo, a sua clientela ? garantida e fiel, logo, a queda do movimento n?o interferiu em seus neg?cios. Segundo ele, a rua n?o est? melhor nem pior, est? apenas diferente. "Antigamente era mais movimentada, mas as pessoas n?o deixaram de freq?entar a rua. O que acontece ? que as suscessivas altera?es nas finan?as do pa?s faliram as pequenas ind?strias e mudou o h?bito das pessoas", analisa.

Seguran?a

Um atrativo que a rua ganhou com o passar dos anos foi a diminui??o da viol?ncia. Os comerciantes entrevistados pelo portal ACESSA.com foram un?nimes em dizer que a rua era mais violenta porque tinha que conviver com a prostitui??o, mas que agora ? muito tranq?ila. Rinco ? o primeiro a defender. "Antigamente, era bem perigoso ficar aqui, em especial, ? noite, mas agora n?o temos mais problemas".

Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino Foto da rua Braz Bernardino

?ngela Maria e Ab?lo tamb?m n?o t?m reclama?es quanto ? seguran?a da rua, mas Ab?lio admite que tem certo receio. "N?o ? por causa da rua, em si, o grande problema ? que a sociedade est? muito violenta e a gente acaba ficando inseguro. As coisas est?o t?o ruins que ficamos psicologicamente abalados o tempo todo. Mas n?o temos muitos relatos de viol?ncia aqui, n?o. Nunca fui assaltado aqui", comenta.

Quem leva o nome da rua?

Hermes Rodrigues da Fonseca, sobrinho do Marechal Deodoro da Fonseca, foi um dos fundadores, em 1878, do Clube Republicano do C?rculo Militar. Ap?s a proclama??o da Rep?blica, em 1889, se manteve em fun?es militares.

Alcan?ou o posto de marechal em 1906, quando foi nomeado ministro da Guerra do governo de Afonso Pena. Nesse cargo reorganizou o Ex?rcito e, em 1908, instituiu o servi?o militar obrigat?rio.

Em 1910, elegeu-se presidente com o apoio dos conservadores, dos militares, das elites mineiras e ga?chas e dos pequenos estados. Depois de deixar a Presid?ncia, em 1914, envolveu-se em diversos incidentes pol?ticos, entre eles a Revolta do Forte de Copacabana (1922). Preso por seis meses, ap?s ser libertado, retirou-se para Petr?polis. Faleceu em 1923.

Fonte: site da PJF

*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social da UFJF.


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