Ana Paula Ladeira Ana Paula Ladeira 18/02/2014

Mercado cinematográfico em alta

Minha Mãe é uma peçaO mercado cinematográfico brasileiro tem motivos para comemorar. Segundo o último boletim publicado pela Ancine, 2013 foi o melhor ano para o cinema nacional desde o período da retomada, que aconteceu na década de 1990. O resultado desse balanço indicou que 27,8 milhões de espectadores assistiram aos filmes nacionais no último ano, totalizando quase 19% do público total. Entre os 20 filmes de maior bilheteria em 2013, quatro são brasileiros: as comédias Minha mãe é uma peça, De pernas para o ar 2, Meu passado me condena e Vai que dá certo.

Embora os filmes nacionais ainda sejam minoria nas salas de cinema, o saldo é positivo: 127 longas-metragens brasileiros foram lançados no circuito comercial, e entre eles, 75 filmes são de ficção. Isto indica que o mercado está atingindo um nível de desenvolvimento expressivo, já que os longas-metragens e os filmes ficcionais geralmente demandam maiores custos de produção.

Os lançamentos previstos para 2014 levam a crer que, neste ano, serão mantidos os bons resultados do ano passado. Com quatro semanas de exibição, o filme Muita calma nessa hora 2 já totalizava um público de quase 1,2 milhão de pagantes. Até então, somente o filme Frozen - uma aventura congelante havia superado esta marca, totalizando um público de aproximadamente 4 milhões de espectadores. Outros filmes prometem boas bilheterias: Divã 2, Minha mãe é uma peça 2 e o já em exibição Confissões de Adolescente.

Este panorama de aquecimento no setor audiovisual pode ser atribuído, em primeiro lugar, às leis de incentivo, que têm fomentado a produção cinematográfica no Brasil e permitido um importante crescimento do setor. Além disso, existe a Cota de Tela, uma espécie de regulamento fixado pelo Ministério da Cultura que estabelece uma quantidade mínima de exibição de filmes nacionais em nossos cinemas. Em 2014, a cota deverá variar entre 28 e 63 dias de exibição de filmes brasileiros por sala e de 3 a 24 títulos diferentes.

Por fim, vale lembrar que há uma previsão de crescimento do número de espectadores nas salas de cinema, com a distribuição dos cartões do Vale-cultura. Este benefício deve chegar às mãos de 42 milhões de brasileiros, que poderão consumir até 50 reais em cinema, teatro, shows ou na compra de livros.


Ana Paula Ladeira é Jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora e Doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisa assuntos relacionados especialmente à TV.

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