Colunista fala sobre o curta-metragem Não Olhe Para Trás
Esta é minha primeira oportunidade de falar sobre um curta-metragem. Quando tomei contato com o release da obra, me emocionei ao ver a diretora e roteirista, Malu Portela, bem como a atriz protagonista, a venezuelana Nazaret Gonzalez. O Press Kit de "Não olhe para trás" (ou "Don´t look back") me foi gentilmente encaminhado pelo pai da diretora, senhor Paulo, para meu conhecimento e eventual divulgação.
O motivo de minha emoção foi a juventude de Malu, 26, e Nazaret, 16. É que eu me apaixonei desde muitíssimo novo por essa arte tão maravilhosa que é o cinema, e ver pessoas de tão pouca idade batalhando para levá-la às telas me toca demais.
O curta é a primeira película de Malu. Baseado em fatos reais, ele nos traz a história de Elisa, adolescente de 16 anos que, grávida, junto com sua mãe, decide deixar a Venezuela e vir para o Brasil, em fuga de sua dura realidade.
Os olhos da menina são vendados desde o momento em que sai de sua casa, em alguma zona rural de seu país natal. No caminho, Elisa passará por percalços, os quais a mostrarão que uma vida melhor não seria tão fácil assim de alcançar. O abandono, os fantasmas do passado, a covardia. Com tão pouco tempo de vida, e num percurso tão árduo, ela conhecerá cedo um mundo sombrio, e que muitas vezes nós só sabemos que existe através das revistas ou de noticiários.
"Não Olhe Para Trás" é um filme social, crítico, ocupado, preocupado, feminino e feminista. Mostra o quanto a vida das mulheres, que são quem carregam os bebês em seus ventres, é muito difícil. Vinda de um país com altas taxas de mortalidade de gestantes e de crianças, fugir da Venezuela se tornou não somente uma vontade, mas também quase uma necessidade. E se a venda nos olhos impedia-a de olhar seu caminho de retorno, a maternidade, a maior fonte de força de uma mulher, a faria olhar para frente de vez.
Enquanto cinematografia, trata-se de um trabalho coeso, coerente, com liberdade poética muito bem usada, em especial no momento de seu abandono, e nas aparições no caminho de Elisa. O tempo de cena é adequado a toda a proposta apresentada, o filme é harmônico, não é notado nele aspecto que o tornaria deselegante em virtude da temática, com excessos de atuação ou roteiro berrado. O roteiro caminha junto com Elisa, e isso o engrandece.
Destaque para a personagem de Lux Nègre.
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