Diamantes lapidados Diretor do filme brasileiro "O Ano em que Meus Pais Sa?ram de F?rias"
revelou talentos em personagens principais

S?lvia Zoche
Rep?rter
07/11/2006
Foto de Cao Hamburger
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O filme de Cao Hamburger, "O Ano em que Meus Pais sa?ram de F?rias", ganhou, este ano, juntamente com outro longa metragem, o pr?mio Petrobras Cultural de Difus?o, atrav?s dos votos do j?ri popular. Parte da equipe est? viajando pelo Brasil divulgando o trabalho que agrada a cr?tica.

Na ?ltima segunda-feira, 06 de novembro, o p?blico de Juiz de Fora p?de conferir o filme no Festival Primeiro Plano e ainda ter a oportunidade de assistir, ao vivo, a palestra do produtor Fabiano Gullane e do ator mirim e estreante Michel Joelsas.

O combinado era ter a presen?a do diretor na palestra, mas uma forte febre o fez ficar de cama e escreveu um breve recado para o p?blico presente, lido pelo produtor Fabiano Gullane, agradecendo o convite feito.

Ap?s uma breve apresenta??o do filme e da descri??o de parte da equipe, Gullane passou a vez para o making off do filme com cerca de 28 minutos. Entre as curiosidades, foi apontada a dificuldade de se encontrar a loca??o para gravar as cenas do apartamento onde o personagem principal, Mauro, interpretado por Michel, passaria a viver.

Mais tarde, Gullane contou que no Bom Retiro foram feitas as loca?es perif?ricas, mas o pr?dio s? foi encontrado em Campinas. "A polui??o visual em S?o Paulo ? muito grande". Sem contar que precisavam de um local onde pudessem ficar por cinco semanas filmando. "Tem que ser criterioso e fica atento a muitos detalhes".

Foto do tel?o passando cenas de making off do filme Foto do tel?o passando cenas de making off do filme Foto do tel?o passando cenas de making off do filme Foto do tel?o passando cenas de making off do filme
Os atores

E por falar em crit?rio, Cao Hamburger exigiu que os personagens principais fossem interpretados por pessoas de talento sim, mas que n?o tivessem nenhum tipo de v?cio de interpreta??o.

? importante ressaltar que o filme aborda a vis?o de um garoto deixado pelos pais, que fugiam da repress?o da ditadura militar, com o av? paterno. Por um problema com o av?, Mauro passa a conviver com o judeu solit?rio Shlomo. Al?m de abordar os anos de chumbo e coexist?ncia de v?rias culturas, o elo ? o futebol, atrav?s da Copa de 1970. "Cao ? apaixonado por futebol".

Foto de Michel Fabiano Para o papel do menino e das crian?as do vilarejo judeu, a produ??o de elenco percorreu institui?es de ensino, de teatro judaicas de S?o Paulo. Para o papel de Mauro, mais de mil meninos fizeram o teste. Michel se destacou, mas n?o imaginava que conseguiria passar da primeira etapa. "N?o ? s? talento. Tem que encontrar caracter?sticas que s? se descobre com o conv?vio", explica Gullane.

Para encontrar o int?rprete para Shlomo, a produ??o percorreu o Brasil todo e foi encontr?-lo em Recife. Por duas vezes, Germano Haiut negou o convite, mas na terceira vez aceitou. "Essa pode ser a pen?ltima chance de eu fazer um longa, pensei", diz no trecho do making off.

A outra personagem ? Hanna, interpretada por Daniela Piepszyk. O diretor comenta no making off que a personagem era mais velha que Michel e sabia jogar futebol. Ao contr?rio do que ? Daniela. "Ela me fez rever o personagem".

Haiut atuava em teatro, mas n?o profissionalmente, diferentemente de Daniela e Michel que nem atores eram. Caio Blat, Simone Spoladore e Paulo Autran possuem um papel secund?rio, mas n?o menos importante. O objetivo do diretor foi lapidar novos talentos como diamantes, segundo Gullane, e passar as emo?es da forma mais natural poss?vel.

Para isto, Michel conta que ensaiaram um m?s antes das grava?es. "Fizemos exerc?cios de foco, para concentra??o, de risada, de jogar bola". Gullane conta que Rivelino deu aula de futebol para os meninos. "O que era para ser um trabalho, virou uma brincadeira", diz Michel.

O clima de descontra??o e de integra??o entre a equipe foi um dos fatores favor?veis para o resultado do filme. "O clima favor?vel da turma ? parte da qualidade do filme", acredita o produtor.

Foto de Fabiano Para Gullane, fazer cinema no Brasil ainda ? dif?cil, mas n?o imposs?vel. A parte mais complica para ele ? a capta??o de recursos. "Buscar o dinheiro no mercado ainda ? um processo que n?o ? muito simples". Mas ele ressalta que fazer filme ? uma atividade que necessitada "muita concentra??o, muita determina??o, tem que estar convencido de que ? importante que se fa?a aquele filme".

"O Ano..." teve um or?amento de R$ 5 milh?es, cerca de R$ 2,5 milh?es pela Buena Vista e o restante conseguido atrav?s da Lei Audiovuisual artigo 1? e Lei Rouanet. Desde o roteiro at? a montagem, foram quase quatro anos de trabalho para que o filme ficar pronto.

Os festivais de cinema brasileiros, para o produtor, ? uma maneira de fazer os filmes chegarem ao p?blico de uma forma especial. "Voc? participando do festival, voc? gera o interesse da imprensa, do p?blico, gera o famoso boca-a-boca, que ? muito positivo pro filme. Vida longa aos festivais de cinema, porque realmente ? muito importante para ind?stria que estes festivais existam".

Gullane comentou que a plat?ia de Juiz de Fora no cinema ? preparada, inteligente e que consome cultura. "A gente ficou muito feliz por ter sido escolhido para abrir o Festival [Primeiro Plano]. Logo depois do festival, a gente estr?ia o filme aqui na cidade. O festival teve uma fun??o nesse lan?amento muito importante e a gente foi muito bem recebido, nos trataram muito bem, foram amig?veis, amaram o filme. Um beij?o para Juiz de Fora. Estamos muito felizes aqui".

Gullane n?o soube especificar a data de estr?ia do filme. "S? sei que ? em novembro", garante.


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