Pol?mica na tela Filme americano "Turistas", rodado no Brasil, chega ?s telas dos EUA e
j? ? debatido por cineastas juizforanos

Renata Cristina
Rep?rter
07/12/2006

A primeira semana de exibi??o nos EUA do filme "Turistas", em que seis jovens v?m de f?rias para o Brasil e tornam-se v?timas da viol?ncia, sendo assaltados, drogados e v?timas de uma quadrilha de tr?fico de drogas, provou que pol?mica e viol?ncia formam uma combina??o amarga nas telas. Ao contr?rio de bater recordes de bilheteria, o filme foi criticado pela maioria do p?blico americano que, pelo visto, n?o gostou de ver os apuros vividos em terras tropicais.

A saga dos protagonistas come?a com o velho golpe do "Boa noite, Cinderela", quando dan?ando em uma festa regada a muita caipirinha, ax? e mulatas s?o dopados e assaltados. Tudo isso, em uma floresta, fazendo jus ao nosso r?tulo de ind?genas. Quando acordam, precisam adentrar na mata e sofrer amea?as de uma comunidade local. Se isso n?o bastasse, em uma casa abandonada encontram passaportes de turistas desaparecidos. Neste local, s?o amea?ados por traficantes de ?rg?os, nada mais m?rbido.

Mesmo sem assistir ao filme, os brasileiros chegam a compar?-lo com insignificantes produ?es do cinema, como "Anaconda" e "Orqu?dea Selvagem", marcados por uma vis?o estereotipada dos tupiniquins. H? quem lembre, ainda, de outros ?cones da viol?ncia no cinema, como "Jogos Mortais", em suas tr?s vers?es e, at? mesmo, de "O Albergue", com uma tem?tica parecida, j? que jovens turistas s?o torturados em um hotel da Europa. A Embratur se pronunciou contra o filme e fez entender que "n?o ? bem vindo em terras brasileiras", justificando uma poss?vel queda no n?mero de turistas estrangeiros no Brasil.

Foto de Franco Groia Na internet, circulam f?runs e listas de e-mails debatendo a produ??o e, inclusive, alguns organizam campanhas para que "Turistas" n?o seja exibido no pa?s. O diretor de cinema Franco Groia (foto) acredita que a proibi??o n?o ocorra e diz que se caso aconte?a, seria um grande retrocesso para o pa?s. "Temo a censura. N?o h? motivos reais para isso. Temos que nos lembrar que ? uma fic??o, n?o um document?rio", observa. Quanto ? bilheteria, Groia afirma que a pol?mica em torno do filme est? instigando o desejo dos brasileiros em ver a produ??o. "Est?o fazendo um grande projeto de marketing, espontaneamente", analisa.

O produtor F?bio Nogueira acredita que o filme apenas reflete uma realidade. "A viol?ncia ? fato no Brasil e n?o podemos esconder nada disso. Essas cenas do filme mostram uma s?rie de impress?es que os turistas tiveram daqui".

Se os cineastas temem a censura, h? quem defenda quest?es relativas ao desenvolvimento do pa?s atrav?s do turismo. Este ? o caso do turism?logo, Fernando Clovis Finotti, que utiliza o argumento de que R$ 5 milh?es s?o gastos, todos os anos, por estrangeiros no Brasil. "Estamos realizando pol?ticas para desvincular os estere?tipos do carnaval, futebol e mulheres. Vender s? isso n?o d?. Temos que mostrar nossos diversos valores culturais. Nesse ponto, o filme atrapalha", garante.

O integrante do grupo Luzes da Cidade, de cin?filos e produtores culturais, Nilson Alvarenga, acredita que o debate ? o melhor caminho para se chegar a um consenso. "Proibir n?o ? o caso. Precisamos discutir at? que ponto o conte?do ? inadequado", prop?e.

Para os curiosos, a d?vida permanece at? o lan?amento no Brasil, marcado para 01 de fevereiro de 2007. O jeito ? esperar!

Leia a sinopse:

"Um grupo de estrangeiros sofre um acidente de ?nibus e se perde em uma remota floresta brasileira. O local ? visto como o para?so, onde os jovens jogam futebol, dan?am com mulatas e bebem caipirinha. Ap?s uma festa, acordam atordoados em uma praia e percebem que foram roubados. A partir da?, eles se encontram perdidos em uma casa estranha, onde seus piores pesadelos acontecem".

D? a sua opini?o
Os depoimentos enviados ser?o publicados abaixo:

"Meus amigos n?s temos que fazer a nossa parte! Reclamar dos outros ? muito f?cil. Vamos fazer a parte que nos cabe e fazer direito: n?o proporcionar bilheteria ao filme "turistas" quando chegar ao brasil - e atentem: n?o v?o se desculpar dizendo que foram assistir s? porque estes e-mails suscitaram curiosidade - tenham a santa paci?ncia e senso, n?o meramente patriota ou ufanista, mas de que os estados unidos da am?rica do norte n?o s?o donos do mundo, e n?o podem invadir, provocar, destro?ar, achincalhar, usurpar e implorem sua podre e pobre cultura ?s outras na?es soberanas do planeta. basta de bush e seus aloprados seguidores!!!"

Fernando Batista dos Santos. Leopoldina - MG

E, se o Brasil houvesse feito um filme com o mesmo enredo, dentro de um cen?rio norte-americano, como isso ficaria? a opini?o seria a mesma de quem diz que o filme ? apenas uma fic??o e ? contra a censura? porque sempre pode denegrir a imagem dos pa?ses em desenvolvimento, e n?o a deles mesmo, por tudo o quanto j? fizeram e continuam fazendo?

Marina Pequeno. Juiz de Fora - MG