Só Parênt lança primeiro DVD em setembroVídeo ao vivo do grupo de forreggae apresenta releituras de sucessos de grandes artistas além de três canções próprias
Repórter
21/8/2009
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Há cinco anos o grupo de forreggae Só Parênt tocava em bares de Juiz de Fora a troco de cerveja como cachê. A mistura entre forró e reggae chamou atenção suficiente para fazer sucesso e hoje a banda está prestes a lançar seu primeiro DVD, gravado ao vivo, num bar da cidade. "O trabalho é independente e bancado exclusivamente com o dinheiro que conseguimos com os shows. Hoje vivemos de música e temos um público fiel", diz o baterista e percussionista Gustavo Villanova.
No início, a audiência era formada exclusivamente por estudantes universitários. "Nós somos universitários e como as apresentações começaram a ser realizadas para amigos, acabávamos atraindo esse público." Com o passar do tempo, crianças e adultos começaram a integrar o grupo de fãs do Só Parênt. "São os irmãos mais novos e os pais dos alunos das faculdades, que gostaram do nosso som e resolveram nos seguir também."
O DVD está em fase de pós-produção e será lançado no final de setembro. O trabalho ao vivo conta com 15 músicas, sendo 12 delas versões e releituras de grandes nomes do forró e do reggae, como Luiz Gonzaga e Bob Marley, além de bandas da cena independente, como Forró Malino, Praieira e Arleno Farias. "São grupos que nos inspiram e têm a cara do Só Parênt." As outras três faixas são composições próprias. Naturalizei, Carcará e És mentira misturam liberdade e discurso social. "Falamos um pouco da realidade das pessoas que vêm morar em cidades maiores e da relação do homem com a natureza numa selva de pedras. É nossa forma de falar sobre o meio ambiente."
O tema imigração é algo que o grupo conhece bem. Cinco dos seis músicos do Só Parênt vieram para Juiz de Fora a fim de estudar. Geraldo (vocal principal e violão) e Gustavo (bateria e percussão) são de Barbacena. Douglas (gaita) é nascido em Leopoldina, Lucas (zabumba) veio de Teófilo Otoni e Artur (triângulo) migrou de Gurupi (TO) até a Manchester Mineira. Apenas o baixista Vitor é juizforano. "Nos conhecemos aqui e formamos o grupo."
A mistura de sotaques que deu certo
O nome Só Parênt surgiu de uma brincadeira com o sotaque do norte de Minas Gerais do zabumbeiro, Lucas. Ao chegar a Juiz de Fora, o músico chamava os amigos de parentes, mas sua forma de falar deixava a última vocal vacilar, tanto que quase não era pronunciada. "Todos pegamos a mania e passamos a nos tratar como parênt. Quando as pessoas perguntavam o nome do grupo, a gente dizia: 'Aqui é só parênt'. E o nome pegou."
Além do sotaque, Lucas trouxe a zabumba e a influência do xote do norte de Minas. Artur veio do estado de Tocantins com o triângulo e mais um pouco de forró. Geraldo e Gustavo contribuíram com o reggae, que ganhou força com a entrada da gaita e do baixo. "A mistura nasceu naturalmente, devido às diferentes energias dos músicos, e já é uma marca da banda. Acreditamos que a união é muito positiva, pois criamos um ritmo novo."
Concretizando a profecia de Luiz Gonzaga de que "quem sai da terra natal em outros cantos não para", o Só Parênt rompeu a fronteira juizforana e realizou shows em Rio das Flores, Leopoldina, Itaperuna e Volta Redonda. A intenção do grupo, no entanto, não é alcançar o sucesso. "O que queremos é continuar tocando. Se o sucesso acontecer, é fruto do nosso trabalho e certamente virá de surpresa."
CD autoral em dezembro
O grupo entra em estúdio no fim de setembro para gravar seu primeiro CD autoral. A expectativa é de que o trabalho seja lançado em dezembro deste ano. O álbum vai contar com 12 músicas inéditas. "Vamos disponibilizar todo o conteúdo para download em nosso site. Somos a favor da divulgação on-line."
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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