Escritor e jornalista resgata parte da hist?ria do Brasil Em encontro com juizforanos, Laurentino Gomes fala sobre jornalismo e hist?ria, comparando o Brasil atual com o de 200 anos atr?s
Rep?rter
09/09/2008
O Cine-Theatro Central se abre para parte da hist?ria do Brasil na noite desta ter?a-feira, 09 de setembro, ?s 19h30. De um lado, o escritor e jornalista Laurentino Gomes, de outro, juizforanos interessados em descobrir curiosidades j? expostas pelo escritor no livro 1808 - como uma rainha louca, um pr?ncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napole?o e mudaram a Hist?ria de Portugal e do Brasil.
A pesquisa para o livro foi feita durante dez anos. Cerca de 150 autores foram pesquisados, no Brasil e no exterior. O lan?amento aconteceu em 2007 e mais de 400 mil exemplares foram vendidos no pa?s e em Portugual. "O contato com os leitores, ap?s o lan?amento, ? fundamental.
Eles t?m coment?rios importantes que ajudam o autor. ? assim que percebemos quando uma obra ? relevante"
, diz. Al?m disso, o autor considera que a discuss?o estimula a leitura.
Para ele, o livro ? uma grande reportagem, o que permite fazer uma aproxima??o entre as profiss?es de escritor e jornalista, ao confessar que, nestes dez anos, andou muito pelo Rio de Janeiro, Salvador e Portugual.
"O jornalista precisa estar na rua, nos locais onde as coisas acontecem. Tentei estar
nos lugares para imaginar como eram as coisas h? 200 anos, como tudo havia acontecido"
.
Retratar os anos entre 1807 e 1821 em um livro partiu da constata??o de que este foi o per?odo mais importante da hist?ria do Brasil. "Uma corte europ?ia abandonou o pa?s e cruzou o oceano. ? um acontecimento ?nico na hist?ria"
. Al?m disso, ao contr?rio do que ele imaginava,
o per?odo n?o ? muito estudado no pa?s.
Ali?s, essa falta de conhecimento sobre a ?poca foi uma das supresas com que ele se deparou ao escrever o livro. Nesse 13 anos em que a corte portuguesa ficou no pa?s, muitas mudan?as aconteceram, por isso ? considerado importante. "As mudan?as foram profundas e aceleradas. De uma col?nia atrasada, o Brasil se trasnformou em um pa?s pronto para a independ?ncia"
, diz. E completa. "Foi a ?poca em que houve a forma??o da nacionalidade brasileira"
.
A outra surpresa foi a caricatura excessiva dos personagens da ?poca, como Dom
Jo?o VI e Dona Maria, a rainha louca. "O rei era visto como t?mido, indeciso,
um anti-her?i. Ele agia sob press?o e, muitas, vezes, contra sua vontade"
, explica
Gomes. Entretanto, entra em defesa do monarquista, dizendo que ele n?o era somente "abobalhado".
"Ele escolhia bem seus auxiliares e tomou a decis?o de fugir para o Brasil.
Assim, ele preservou a coroa, a monarquia, a col?nia e o pr?prio pesco?o"
.
Sobre a rainha, ele diz que ela ? vista como prom?scua e devassa. "Isso, porque ela conspirava contra o Brasil"
.
Para o escritor, a caricatura excessiva desmerece a obra dos personagens.
Semelhan?a entre passado e presente
Ap?s o trabalho conclu?do e considerado um best-seller, Gomes faz uso da
tradicional frase ouvida pelos estudantes em sala de aula para definir o conhecimento em hist?ria.
"Estudamos o passado para entender o presente e construir o futuro"
. Assim, ele
associa o Brasil atual com o que existia quando a fam?lia real portuguesa se mudou para a col?nia, um local fechado para o com?rcio e sem qualquer infra-estrutura.
"H? 200 anos, esse pa?s era como se fosse uma grande fazenda, um lugar isolado, sem ?gua e luz"
.
Por isso, a chegada da fam?lia real ao pa?s ? vista pelo jornalista como o nascimento de tudo. "O Brasil n?o tem 500 anos, mas 200"
, explica. Ap?s estes anos de desenvolvimento, com diferen?as vis?veis, ainda pode-se perceber semelhan?as. "N?o adianta acharmos que corrup??o, criminalidade, promiscuidade, troca de favores
s?o problemas que surgiram h? pouco tempo. Isso tudo vem daquele per?odo, do Brasil h? 200
anos"
.
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