Barão Vermelho dá o gostinho de mais uma dose para os fãs em turnê nacional

Os shows comemoram os 30 anos de carreira, com regravação do primeiro disco e música inédita de Cazuza

Nathália Carvalho
Repórter
6/12/2012
Barão Vermelho

Imagine ir ao show de uma das maiores bandas de rock do Brasil. Sonhe em participar de uma turnê em comemoração aos 30 anos de carreira, após cinco anos de ausência dos palcos. Agora, pense em ir ao evento do Barão Vermelho (foto ao lado) com música inédita de Cazuza e regravação do primeiro disco do grupo. "Comecem a sonhar, é só fechar os olhos", garante o baterista Guto Goffi em entrevista ao Portal ACESSA.com. E para os juiz-foranos fãs de uma das bandas de rock mais influentes do Brasil, o resultado dessa mistura poderá ser conferido no especial + 1 dose, que será apresentado nesta sexta-feira, 7 de dezembro, às 22h, no La Rocca.

A banda carioca, que reúne gerações de influência, irá apresentar, nesta turnê nacional, os sucessos do grupo acumulados nas três décadas de estrada. De volta à ativa até março de 2013, a apresentação do quinteto, formado por Goffi e pelo guitarrista e vocalista Roberto Frejat, o percussionista Peninha, o baixista Rodrigo Santos e pelo guitarrista Fernando Magalhães, terá ainda a participação especial do tecladista Maurício Barros, integrante da formação original. "Juiz de Fora pode esperar tudo do Barão. Vai ser como um passeio de montanha russa ou como encontrar o Mickey na Disney. Muitos sucessos e muito rock n´roll", brinca o baterista.

Como ele mesmo lembra, a turnê consagra o relançamento do primeiro disco, com uma faixa inédita cantada por Cazuza. A música, já regravada, é tema da novela das nove, Salve Jorge, da Rede Globo. "Nossa, isso foi muito sério! Descobrimos quando fomos digitalizar a fita original e a faixa estava lá, com Cazuza cantando lindamente. Fiquei morrendo de medo de não caber na faixa, e na hora 'chamei' Cazuza e Zeca [o produtor musical Ezequiel Neves] para virem comigo na bateria e o resultado ficou lindo!", relembra Goffi, com emoção.

Sobre a nova roupagem do LP, o baterista comenta que o álbum foi remixado e remasterizado e estará de volta às lojas na semana que vem. "Mexemos e melhoramos algumas coisas na mixagem que não gostávamos e que agora estão muito bem resolvidas. A turnê é verdade pura, feita para quem ama a banda de verdade", avisa. Além disso, ele acrescenta que estão sendo apresentadas faixas bônus, como a versão de Down em mim em espanhol, durante os shows.

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Carreira consagrada

"Eu tô perdido, sem pai nem mãe, bem na porta da tua casa." A frase da música Maior Abandonado, que fez Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, se descabelar durante o show do filho em 1984 gritando "ele tem mãe sim!" trouxe não apenas um novo olhar sobre a banda, como também o recorde de 100 mil cópias vendidas do disco homônimo em apenas seis meses. No mesmo ano, o grupo já estava em repercussão nacional e foi convidado para compor a trilha sonora do filme Bete Balanço, de Lael Rodrigues. E a partir daí, a banda alavancou. "O Barão e os outros grupos dos anos 80 mudaram a cara da MPB para sempre. Se você ouvir Lenine, Ana Carolina e até os sertanejos, dá pra notar que muitos deles beberam mais do rock do que de qualquer outra fonte."

Mas a carreira teve início mesmo em 1981, no Rio de Janeiro, "a partir da vontade de Frejat, Guto, Dé Palmeira e Maurício Barros de tocar rock'n roll em estado puro", conforme publicação oficial do site da banda. Mas só no ano seguinte, os quatro integrantes encontraram o vocalista Cazuza e gravaram o primeiro LP, Barão Vermelho, pela Som Livre. Em junho de 85, Cazuza partiu para carreira solo e Frejat assumiu o vocal. "Quando perdemos Cazuza, aprendi que ninguém é insubstituível. O Barão, na verdade, seguiu com a mesma formação da saída de Cazuza em diante, e aprendemos a nos reinventar", conta.

Em 1990, o Barão Vermelho participou do Hollywood Rock e foi considerado o melhor grupo nacional do festival. Em 2001, a banda fez uma pausa para seus integrantes desenvolverem projetos paralelos. A volta foi em 2004, celebrada com o lançamento do primeiro DVD da carreira no ano seguinte. "Aprendi tudo que alguém pode aprender numa banda de rock nessa trajetória do Barão. Hoje, posso dizer que sou o melhor roqueiro do meu prédio [risos]", brinca Goffi.

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Os textos são revisados por Juliana França

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