Sábado, 8 de agosto de 2020, atualizada às 10h28

Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga anuncia edição virtual

Da redação

Pela primeira vez em sua história, o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga terá excepcionalmente uma edição virtual. Como vários eventos culturais ao redor do mundo que foram atingidos pelas medidas de contenção da pandemia, o Festival juiz-forano teve de se adaptar para não passar em branco em 2020. Com a suspensão da edição presencial, que aconteceria em julho último, a Pró-reitoria de Cultura anunciou que a 31ª edição será realizada de forma remota no período de 21 a 30 de novembro.

“Nossa ideia é a de uma edição virtual capaz de contemplar o público com apresentações de peso em plataformas on-line, nas quais incluiríamos uma série de concertos gravados, painéis digitais e palestras”, afirma a pró-reitora de Cultura, Valéria Faria. Realizado a cada dois anos, o Encontro de Musicologia Histórica chega a sua 13ª edição também em formato remoto, com painéis on-line de pesquisadores da área, que tratarão de temas a serem definidos pela comissão científica do evento. Igualmente, o tradicional livro resultante do Encontro também vai ganhar formato digital, tendo pesquisadores da área como convidados, como informa o supervisor do Centro Cultural Pró-Música, Marcus Medeiros

A programação incluirá dez concertos gravados para o Festival brasileiro, com artistas nacionais e estrangeiros. Estão confirmados o cravista brasileiro Edmundo Hora; os chilenos Cristián Gutiérrez, Luciano Taulis e Antonia Sanchez (alaúde, viola da gamba e oboé barroco) ; os duos de cravo e flauta doce, Cláudio Ribeiro e Inês d'Avena (Holanda), de alaúde e flauta doce, Giulio Quirici e Isabel Favilla (Bélgica), e de cravo e canto, com Marco Brescia e Rosana Orsini, brasileiros radicados em Portugal; o trio de cravo, viola da gamba e alaúde, João Rival, Alon Portal e Beto Caserio (Holanda); o trio de flautas doces Cesar Villavicencio, Paula Callegari e Guilherme dos Anjos (Uberlândia); e Clara Couto, Maíra Alvez, Osny Fonseca e Raquel Aranha, de São Paulo, que farão uma apresentação didática de danças barrocas.

Também já está confirmada uma parceria com o Festival Internacional de Órgão de Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso, de Portugal, que irá ceder as gravações de dois concertos da programação principal de sua sexta edição, que acontece em outubro. Essa será uma rara oportunidade de o público brasileiro conferir as apresentações desse belo festival, realizado em igrejas portuguesas, que contam com órgãos de tubos históricos e modernos.

Pela excepcionalidade do formato da 31ª edição, o Festival não poderá oferecer as tradicionais oficinas que anualmente atraem alunos de várias partes do país a Juiz de Fora. “Consideramos a precariedade da internet no Brasil e questões como a qualidade de som. Optamos então por focar nos concertos e nas mesas redondas”, explica Medeiros.

Festival Internacional de Órgão

O Festival Internacional de Órgão de Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso (FIO), duas localidades vizinhas entre os distritos de Braga e Porto, é um evento dedicado à valorização do patrimônio orgânico custodiado por essas cidades, por meio da formação de público e da democratização da música organística de excelência. O FIO conta com a direção artística do cravista brasileiro Marco Brescia, radicado em Portugal, que já contribuiu também com algumas edições do festival juiz-forano. Em 2020, o FIO chega a sua sexta edição, a partir da qual passa a ser realizado em quatro etapas. A primeira delas, que estava prevista para junho, teve que ser adiada por causa da pandemia e passará a incorporar a programação de 2021.

De sua semana principal de concertos, a parceria com o FIO inclui na programação do 31º Festival as apresentações do organista italiano Giulio Mercati, na Igreja Matriz de São Mamede de Ribeirão, e do também organista Marco Brescia, acompanhado do Cuarteto Alicerce, de Santiago de Compostela, que interpretarão concertos setecentistas para órgão e cordas na Igreja Matriz de São Martinho do Campo.

As apresentações gravadas dos concertos do 31º Festival também contarão com a contextualização histórica realizada pelo professor de Música da UFJF Rodolfo Valverde antes de cada uma delas, que já se tornou um diferencial do tradicional evento juiz-forano. A programação completa da edição virtual, com os painéis do Encontro de Musicologia Histórica, depende ainda de algumas participações a serem confirmadas. A organização do Festival ainda vai definir as plataformas em que os concertos e debates serão apresentados. As datas da programação também serão definidas.

Programação confirmada

Concerto de Fortepiano: Edmundo Hora (Campinas/SP)
Concerto de Alaúde, Viola da Gamba e Oboé Barroco: Cristián Gutiérrez, Luciano Taulis e Antonia Sanchez (Chile)
Concerto de Cravo e Flauta Doce: Cláudio Ribeiro e Inês d'Avena (Holanda)
Le Concert d’Apolon (Cravo, Viola da Gamba e Alaúde): João Rival, Alon Portal e Beto Caserio (Holanda);
Concerto de Alaúde e Flauta Doce: Giulio Quirici e Isabel Favilla (Bélgica);
Concerto do Trio de Flautas Doces: Cesar Villavicencio, Paula Callegari e Guilherme dos Anjos (Uberlândia/MG);
Apresentação didática de danças barrocas: Passos do Barroco, com Clara Couto, Maíra Alvez, Osny Fonseca e Raquel Aranha (SP);
Concerto de Canto e Cravo: Rosana Orsini (PRT/BR) e Marco Brescia (IT/PRT/BR).

Concertos do FIO – Festival Internacional de Órgão (Portugal)

Recital de Órgão - Igreja Matriz de Ribeirão - Giulio Mercati (ITA/CHE)
Recital de Órgão e Quarteto de Cordas - Igreja Matriz de São Martinho do Campo - Marco Brescia (ITA/PRT) & Cuarteto Alicerce (ESP)


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