Mudan?a na L?ngua Portuguesa vai ser gradativa nas escolas As escolas v?o passar por um processo de adapta??o ?s novas normas. Especialista acredita que crian?as e adolescentes v?o receber a novidade sem receios

Marinella Souza
*Colabora??o
27/05/2008

O Minist?rio da Educa??o (MEC) j? decidiu que os livros did?ticos comprados para as escolas a partir de 2010 estejam dentro das novas normas ortogr?ficas de L?ngua Portuguesa. O acordo deve entrar em vigor a partir de 1? de janeiro de 2009 em todo o pa?s.

O Acordo Ortogr?fico da L?ngua Portuguesa foi assinado em Lisboa h? quase 20 anos, e ratificado pelo Brasil e outros tr?s pa?ses de l?ngua portuguesa e, entre as principais mudan?as constam a elimina??o do trema e dos acentos diferenciais visando a integra??o entre esses pa?ses (leia a mat?ria).

Coordenadora da ?rea de portugu?s de 5? s?rie do ensino fundamental a 3? s?rie do ensino m?dio de uma escola particular da cidade, Jucimar Cunha Ribeiro de Oliveira (foto abaixo) acredita que essas mudan?as devem acontecer de uma forma gradual nas escolas. "A escola vai ter que se adequar a essas mudan?as, preparar os profissionais para estarem atentos a isso e passar para os alunos", diz.

Foto de
Jucimar de Oliveira Com experi?ncia de mais de 15 anos em sala de aula, Jucimar acredita que crian?as e adolescentes n?o v?o ter dificuldades com o aprendizado das novas normas. "Eles t?m uma forma de aprendizado muito mais tranq?ila do que a nossa, est?o sempre abertos ao novo. Mas ? claro que a escola vai ter que explicar o porqu? das mudan?as para que fique tudo bem entendido e a assimila??o seja mais f?cil", explica.

Ela comenta que os alunos j? est?o sabendo das mudan?as e demonstram curiosidade, mas sem sobressaltos. A escola tem lidado naturalmente com essa situa??o, mas s? a partir de 2009 vai entrar em detalhes quanto a isso.

Cobran?a

Com os livros de todas as mat?rias com uma nova forma de escrever, os professores v?o ter especial aten??o na hora de escrever no quadro-negro, mas a coordenadora n?o v? grandes dificuldades quanto a isso. "Essa n?o ? a primeira reforma ortogr?fica por que passamos, na d?cada de 70 passamos por uma e isso n?o foi problema. Algumas publica?es ainda s?o escritas na forma antiga e conseguimos entender. As duas formas convivem bem e vamos conviver com as novas tamb?m", prev?.

Foto de
estante com livros Jucimar aposta no interesse e na boa vontade de seus colegas professores para passar a novidade para os alunos. Segundo ela, todas as pessoas que mexem com livros est?o sempre atentas ? forma de escrever e isso n?o ser? um empecilho para que as crian?as e adolescentes aprendam a escrever de forma correta.

Para ela, o mais importante no ensino de L?ngua Portuguesa n?o ? a estrutura da L?ngua, mas sim a interpreta??o. "Nosso enfoque maior ? a leitura e interpreta??o global do texto", afirma. Jucimar garante que, devido a essa preocupa??o global do texto, a cobran?a na hora das provas e exerc?cios n?o vai ser muito r?gida. "Vamos apelar para o bom senso dos professores para ensinar sem muita rigidez porque todos estaremos nos adaptando", comenta.

Globaliza??o

A coordenadora v? com bons olhos a mudan?a. Para ela, essa ? uma forma de unificar os pa?ses que falam a mesma l?ngua, facilitando a troca de informa??o. "Acho que essa reforma vai ser positiva para todos os pa?ses envolvidos porque agora a informa??o vai fluir melhor entre eles".

Foto de
livro sobre globalia??o Em tempos de globaliza??o e quebra de barreiras, Jucimar aposta na reforma como uma forma de ampliar o universo cultural desses pa?ses, visto que agora, n?o vai existir mais barreiras de leitura dos conte?dos escritos em outros pa?ses. "Muitos livros publicados em Portugu?s de Portugal, por exemplo, s?o de dif?cil compreens?o para n?s, agora n?o vai mais ter esse obst?culo", comemora.

A coordenadora n?o enxerga pontos negativos na reforma ortogr?fica. "Acho que n?s s? temos a ganhar com ela. Isso vai nos aproximar mais, facilitar o interc?mbio entre os pa?ses, trazer mais informa??o", avalia.

*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o da UFJF