Aline Maia Aline Maia 29/12/2012

O que você vai fazer em 2013?

Mãos que se entrelaçamA cidadania de cada um precisa estar assegurada e garantida pelos esforços conjuntos de todos. É nisso que acredito. É sobre isso que tenho escrito nesta coluna. O tema do texto varia. Mas a ideia central é sempre a mesma: a da necessidade de reflexão e ação para uma real mudança na sociedade. Defendo também que é preciso começar em casa, no ambiente doméstico. O primeiro passo é individual, demanda mudança de postura, sair da zona de conforto para se lançar ao desconhecido, ao novo, ao desafiador, ao comprometedor. Sim, pois, tomar partido em alguma causa ou situação é se comprometer.

Digo isso porque o fim de ano deixa a maioria das pessoas assim: pensativa, reflexiva, avaliando o que passou, ansiosa pelo que há de vir. E pensando na questão da cidadania, fica a pergunta: onde precisamos avançar? Como defender a dignidade humana das mazelas também humanas? Cabe destacar que cidadania, bem como seu exercício, não se limita à confecção de leis que garantam direitos e deveres  aos cidadãos; mas abrange o “colocar em prática”. Quando falamos em cidadania está imbricada não só a noção de usufruir direitos, mas também a busca, a luta, a reivindicação dos mesmos. Logo, participar é ação fundamental para a cidadania e para o estabelecimento de sociedades verdadeiramente democráticas.

Assim sendo, pergunto: o que você vai fazer em 2013? Se me permite sugerir, que tal PARTICIPAR? Sair da zona de conforto? Mais que esperar que o outro faça, fazer primeiro? Agir para mudar? Se o questionamento que vem à sua cabeça é “como posso contribuir?”, basta olhar para o lado. Engana-se quem acredita que precisa inventar a roda. Ela já existe. O mesmo acontece com boas iniciativas que visam promover a cidadania de brasileiros e brasileiras. Vamos buscar nos bairros, nas comunidades, nas associações de moradores, nas ONGs e também nos poderes Executivo e Legislativo.

Razões não faltam para nos lançarmos à ação. Em poucos segundos podemos elencar algumas: a juventude agoniza, mata e é morta por questões muitas vezes banais; a fome e a miséria são vorazes para quase 9% da população no país que ainda vive em situação de extrema pobreza*; homens e mulheres são transformados em objetos fora de lugar por cometerem o 'crime' de não se ajustarem às perspectivas do mercado consumidor; em defesa de uma suposta verdade única, indivíduos desencadeiam atos cruéis que evidenciam a intolerância à diversidade. Quer mais motivos?

Que venha 2013! Que venha o ano novo com a liberdade tão almejada na atualidade. Liberdade de optar por que caminho seguir, que atitude tomar em cada situação que a vida em sociedade nos apresenta. E que não nos esqueçamos: liberdade implica responsabilidade. Ser livre para fazer uma escolha não livra o escolhedor das consequências de sua opção.

* Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em 2011, a pedido do Governo Federal, para orientar o programa “Brasil sem Miséria”.


Aline Maia é jornalista e professora universitária. Graduada e Mestre em Comunicação pela UFJF, tem experiência em rádio, TV e internet. Interessa-se por pesquisas sobre televisão, telejornalismo, cidadania e juventude.Também é atuante em movimentos populares e religiosos.

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