
Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais Atendimento especial para pessoas especiais
Repórter
03/09/2003
A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Juiz de
Fora foi
fundada há 35 anos - em 16 de junho de 1968 - por um grupo de pais de
crianças portadoras de necessidades especiais. "Antes mesmo de a instituição
ter uma sede, esses pais trabalhavam com o desenvolvimento dos filhos em
casa. Nós nos reuníamos em grupos de cinco mães e aplicávamos os exercícios
que tínhamos aprendido, de casa em casa, em nossos filhos", lembra uma das
fundadoras da Apae, Maria Izabel Marques.
"Para aprender a fazer esse trabalho nós íamos à Abae, Associação
Barbacenense de Apoio aos Excepcionais, onde nossos filhos também eram
consultados com um neurologista. E todo mês voltávamos lá para a consulta,
trocar o medicamento..."
, conta.
Esse trabalho voluntário realizado pelas próprias mães dos excepcionais e em
casa durou cerca de dois meses até que o grupo conseguiu um espaço para
desenvolver essa atividade. O local, o salão São Geraldo foi
emprestado pela Igreja da Glória. Com a conquista de um espaço
próprio, o segundo passo era trazer e adaptar o trabalho já desenvolvido em
Barbacena para Juiz de Fora. "Nós passamos 18 dias lá para aprender o
trabalho"
, recorda-se a fundadora.
Primeiros passos
Estava lançada a pedra fundamental para a criação da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Juiz de Fora. Durante dois anos, os trabalhos foram desenvolvidos no salão até que o então prefeito da cidade, Augustinho Pestana, filho de uma das fundadoras da Apae, Ondina Pestana (foto),"a fundadora que mais batalhou para a construção da associação", diz Maria Izabel, e irmão de três excepcionais, doou o terreno onde hoje funciona a entidade para o grupo.
A verba para a construção da sede foi angariada através do também
ex-prefeito Adhemar Rezende de Andrade junto ao deputado alemão
Herman Gorgen. "O dinheiro deu para construir a sede e o que sobrou
nós devolvemos para ele. Foi uma contribuição muito significativa"
, conta a
fundadora.



Além da associação de Barbacena, a Apae do Rio de Janeiro, a primeira do
Brasil, também serviu de molde para a fundação da entidade de Juiz de Fora,
"uma das pioneiras em Minas Gerais"
, orgulha-se Maria Izabel. "Hoje, só no
estado são 360 Apaes"
, completa.
"O início foi muito difícil. Nós contamos muito com o trabalho voluntário
das mães. O exército também ajudou muito, mas não tínhamos o que hoje a
gente pode oferecer aqui. Basicamente o que era feito eram os exercícios de
fisioterapia"
.
De lá para cá...
A Apae trabalha com a habilitação e reintegração de crianças, jovens e adolescentes portadores de necessidades especiais, como Síndrome de Down, paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento psicomotor e neuropsicomotor, seqüelas de meningite, rubéola, entre outros. A associação é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que possui uma equipe composta por neurologista, pediatra, assistente social, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicóloga, pedagoga, professores, monitores, entre outros profissionais.



Atualmente a Apae de Juiz de Fora presta atendimento e tem cadastrados 520 excepcionais. Em sua grande maioria, são famílias carentes não só de Juiz de Fora, mas de várias cidades da região. Na Apae, encontram o trabalho de uma equipe especializada que também trabalha com a família do excepcional.
"Assim que a família chega a Apae, ela é encaminhada ao setor de assistência
social onde é realizada uma pequena triagem para preencher uma ficha de
atendimento. Depois a criança passa pela avaliação do neurologista que
indica a conduta e o tratamento mais ideal com os outros profissionais,
fonoaudiólogo, pscicólogo, fisioterapeuta... Esses profissionais trabalham
com a orientação das famílias, no que diz respeito à aceitação, postura e
conduta, e com a estimulação da criança"
, explica a assistente social da
Apae, Jaine Guelber Silva Damasceno.
Educação especial
Além de toda essa equipe médica, a Apae também oferece o acesso à educação
especial. A diretora da escola que funciona na associação, Gláucia Maria
Duque Mello, explica que a escola funciona no esquema de ciclos.
"Nós
temos a parte da educação infantil para alunos de quatro a seis anos e o
primeiro ciclo que corresponde à primeira série do ensino regular. Esse
primeiro ciclo é dividido em três etapas: a regular, a intermediária e a
avançada e é para crianças a partir dos sete anos"
.
A professora conta que a escola a trabalha basicamente com a parte da alfabetização. São 88 alunos matriculados nos dois turnos - manhã e tarde - e que estão evoluindo bastante, de acordo com a diretora. Além das aulas, os alunos também têm aulas de informática. Para os adultos, a Apae oferece oficina de marcenaria e costura.



De bebês aos filhos dos fundadores, a Apae atende pessoas especiais que
recebem um tratamento ainda mais especial na associação. "Aqui essas pessoas
encontram distração, carinho e alegria"
, ressalta Maria Izabel. Prevenir a
deficiência, facilitar o bem estar e a inclusão social do excepcional essa é
a missão da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Juiz de
Fora.
Uma ajuda para quem precisa
A Apae está precisando de ajuda. A verba que recebe da prefeitura através do
Conselho Municipal de Assistência Social e do governo não é
suficiente para cobrir os gastos da associação. "Há dez anos, esse recurso
que a gente recebe pelo Fundo Nacional de Assistência social não é
reajustado. Aumentam as crianças que a gente atende, aumentam as despesas,
mas o dinheiro não. Nós estamos precisando de ajuda urgente! Qualquer ajuda
é bem vinda, mas principalmente dinheiro, porque nós estamos precisando de
pintar, reformar, pagar os funcionários"
, pede Maria Izabel.
Quem puder colaborar, pode procurar a Apae e para se tornar sócio-contribuinte da associação. A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Juiz de Fora funciona de segunda a sexta-feira, de 7h às 11h e de 13h às 17h. O endereço é Rua Custódio Tristão, 02 - Santa Terezinha. Mais informações, pelos telefones 3224-3065 ou 3224-6850.
Clique nas fotos para vê-las ampliadas
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